Que venha 2012.
Meus reveillons sempre são cheios de polêmica. Sempre fico trêbada, faço alguma merda e acordo cheia de ressaca moral. Vai ver por isso que meus últimos anos desde que atraquei na Bahia não foram lá essas coca-colas. Portanto, resolvi MUDAR.
Ficou por aqui todas as minhas lembranças melancólicas daquele dinamarquezinho de merda. Isso é o que eu mais penso. Já não ouço mais aquela música com cara de choro e com tudo se remoendo. Acabou mesmo. Quero crescer e me desvencilhar disso. Não tenho mais vinteepoucos anos, afinal de contas. Deixo esse sentimentozinho pra quem tem um tantinho de prazer em chorar por amores perdidos.
E se ele aparecer barbado, daqui a uns anos como o combinado, eu juro, eu juro que o mando pra putaqueopariu.
Bom, meus antigos amores também que se explodam em 2012. Sério, Dé, se fudeu.
Minhas tentações vão se tranformar todas no meu amor. Sério, se meus desejos mais proibidos cismarem em atacar meu juízo, eu vou atacar meu marido seja lá onde for. Piriga eu querer dar pra ele atravessando a rua.
Meu Deus, me ajude a ter um pingo de juízo, senão eu vou me passar por mentirosa aqui, viu?
Numa boa, faça baixar o santo que for aqui pra eu ser uma menina comportada, porque tá pra existir pessoa mais intensa que eu. Não deixa que as tentações apareçam na minha vida, por favor, porque senão vai ser foda. O senhor sabe como eu sou. Me ajude aí, vai.
Fato é: minhas cotas zeraram de novo, então meu caminho tá livre livre pra fazer novas merdas. Mas eu não quero. N-ã-o- q-u-e-r-o. Então, já que não sobraram cotas de 2011, eu espero que sobrem muitas e muitas de 2012.
Seja lá o que Deus quiser, boas intenções eu tenho.
Tomara também que o mundo não acabe em 2012.
Senão, com que cara que eu vou chegar lá em cima?
sábado, 31 de dezembro de 2011
.
Bem, faz um tempo que não escrevo. Sinal de que está tudo bem. Minhas útimas mensagens foram sinceras no momento em que eu as escrevia. Depois ficou tudo bem. Faz parte do meu show.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Oi Tchu,
( Então, tomei coragem. Fui embora daquela vida que eu sempre soube que não era minha. Fui embora e tô com um medo danado! Eu não sei mais como é o mundo lá fora e o que eu queria mesmo era que viesse um anjo para dizer que ele iria mudar e que nosso relacionamento iria ser lindo até a eternidade. Mas isso não vai acontecer. O anjo pode até vir, mas meu relacionamento não vai ser lindo. nunca foi, mas eu sempre fingi acreditar. Até eu mesma me enganava.
Tá bastante difícil, de verdade. Eu não sei muito bem o que fazer, como agir... Nem como ficar de pé nessa situação eu sei. Tá bem difícil...
O pior é todo o depois, é voltar pra pegar o resto de minhas coisas, é conversar com a família, é ter a certeza que acabou mesmo. Porque eu ir embora assim, com uma mochila é a súplica para a volta, sabe como é? É uma mochila pra três dias, e quando acabar? Tenho medo de ele ver que o melhor mesmo é a gente se separar.
Se isso acontecer, Tchu, juro, nunca mais vou saber dele. Vou cancelar facebook, telefone, a porra toda. Vou sumir do mapa, voltar pro Rio e nunca mais pisar na Bahia. Escute isso: Eu não volto nunca mais. Nem pra carnaval, férias, festa, amigos, nada, absolutamente nada vai me fazer voltar aqui.
Eu não achei que teria essa coragem. Aliás, eu não tenho essa coragem. Não tenho. Se você me pedir pra pular de um para-quedas, saltar de um avião, sei lá, qualquer coisa, eu vou. Mas pegar um ônibus pra outro bairro tá me dando um pânico. Minhas mãos não param de suar, meu coração tá tremendo. Já viu isso? Coração tremer?
Quando se mora em casa separada é mais tranquilo, brabo é quando você mora junto há quase três anos e vê o mar levar seu castelo de areia. Brabo é dormir num colchão no chão, quando se dormia com o seu amor.
Brabo é tudo o que tá envolvendo esse meu momento de choque. É, sem dúvida, a coisa mais difícil que eu já fiz na vida. Mais que voltar dos Eua, mais que vir pra Salvador. Deixar uma cidade ainda vai, mas deixar o seu amor? É foda. Eu não sei de onde eu tô tirando forças. Aliás, nem sei se elas estão aqui comigo, ou se é só um pouco da minha coragem me enganando. Mas eu vou, eu tô indo hoje a noite.
Eu vou descobrir um mundo diferente. E vou pensar muito. Tava pensando em despirocar, sair por aí fazendo ligações para alheios pra matar a minha carência, mas não vou não, sabe... Vai ser eu comigo mesma, cara a cara ali, e então eu vou me encarar e vamos ver se eu aguento tudo isso.
Quanta porrada, né minha amiga? Quem diria que eu iria apanhar tanto aqui em Salvador?
Isso nunca tinha acontecido comigo.... Tanta coisa ruim num espaço tão curto de tempo.
Acho mesmo que eu tenho que voltar pra casa...
Chegou a hora..)
Tá bastante difícil, de verdade. Eu não sei muito bem o que fazer, como agir... Nem como ficar de pé nessa situação eu sei. Tá bem difícil...
O pior é todo o depois, é voltar pra pegar o resto de minhas coisas, é conversar com a família, é ter a certeza que acabou mesmo. Porque eu ir embora assim, com uma mochila é a súplica para a volta, sabe como é? É uma mochila pra três dias, e quando acabar? Tenho medo de ele ver que o melhor mesmo é a gente se separar.
Se isso acontecer, Tchu, juro, nunca mais vou saber dele. Vou cancelar facebook, telefone, a porra toda. Vou sumir do mapa, voltar pro Rio e nunca mais pisar na Bahia. Escute isso: Eu não volto nunca mais. Nem pra carnaval, férias, festa, amigos, nada, absolutamente nada vai me fazer voltar aqui.
Eu não achei que teria essa coragem. Aliás, eu não tenho essa coragem. Não tenho. Se você me pedir pra pular de um para-quedas, saltar de um avião, sei lá, qualquer coisa, eu vou. Mas pegar um ônibus pra outro bairro tá me dando um pânico. Minhas mãos não param de suar, meu coração tá tremendo. Já viu isso? Coração tremer?
Quando se mora em casa separada é mais tranquilo, brabo é quando você mora junto há quase três anos e vê o mar levar seu castelo de areia. Brabo é dormir num colchão no chão, quando se dormia com o seu amor.
Brabo é tudo o que tá envolvendo esse meu momento de choque. É, sem dúvida, a coisa mais difícil que eu já fiz na vida. Mais que voltar dos Eua, mais que vir pra Salvador. Deixar uma cidade ainda vai, mas deixar o seu amor? É foda. Eu não sei de onde eu tô tirando forças. Aliás, nem sei se elas estão aqui comigo, ou se é só um pouco da minha coragem me enganando. Mas eu vou, eu tô indo hoje a noite.
Eu vou descobrir um mundo diferente. E vou pensar muito. Tava pensando em despirocar, sair por aí fazendo ligações para alheios pra matar a minha carência, mas não vou não, sabe... Vai ser eu comigo mesma, cara a cara ali, e então eu vou me encarar e vamos ver se eu aguento tudo isso.
Quanta porrada, né minha amiga? Quem diria que eu iria apanhar tanto aqui em Salvador?
Isso nunca tinha acontecido comigo.... Tanta coisa ruim num espaço tão curto de tempo.
Acho mesmo que eu tenho que voltar pra casa...
Chegou a hora..)
domingo, 4 de dezembro de 2011
Só pra você saber
Não me venha cheio de amor pra dar não, porquê eu vou te fuder. Falo logo.
Não é porquê eu fui fofa com você com a intenção de te deixar louco, que eu quero alguma coisa.
É o seguinte: eu te quero de brinquedo.
Você me enlouquece, isso eu tenho que confessar. Me enlouquece. Me faz delirar, você é tudo o que eu queria pro resto da vida, se fosse possível. Você é inusitado, imprevisível, e isso me deixa louca.
Eu não sei onde eu estaria com você daqui a um ano, um dia. Se a gente fosse ficar junto, a gente ia ser o casal mais louco do mundo. Iríamos viver de amor numa cabana. Isso eu tenho certeza.
Mas não dá, entende? Você tem uma filha e eu sou preconceituosa. Aliás, você é casado, mas não é isso que me deixa agoniada não, eu não te quero porquê é muito complicado, muito complicado mesmo. Sabe como é, né? Essa história de filha, de você trair sua mulher com sua sombra, etc. Dá pra mim não.
Além do mais, você não é o tipo de pessoa por quem eu me apaixonaria loucamente. Aliás, até podia ser, mas é exatamente o tipo por quem eu me desapaixonaria num estalar de dedos. Não que eu fosse te largar logo, mas o dia que eu enchesse o saco eu ia me mandar.
Mas você sabe que eu tenho outra maneira de pensar também.... Vai ver você iria me sacanear também e eu nem iria ligar, do tipo foda-se. E eu te trairia com minha sombra também. Eu disse né, você é imprevisível e um relacionamento com você também seria, então quem sou eu pra ficar já vendo o futuro de um relacionamento que não acontecerá jamais.
Você é do tipo um dia de praia, dá pra entender? Eu te ligaria te chamando pra fazer uma loucura, você iria, passaríamos um dia maravilhoso regado a muita cerveja e maconha e depois beijotchau.
Você é tipo Noronha, Morro de São Paulo, praias perdidas por aí. Eu seria feliz por um dia com você. E eu até tô querendo, sabia?
Nem sei porquê diabos você faz meu coração acelerar que nem louco, maluquice do caralho.
Sério, meu coração tá lá, todo se querendo e eu mesma nem tô tão. Complicado de entender isso que eu tô escrevendo, né? Eu acho que é a sensação de aventura, loucura, amor.
É gostoso ouvir você quando fala de mim, seus olhos brilham e os meus também. Ridículo. Aliás, temos que parar com essa palhaçada, viu? Chega de sorrisos idiotas e palavras frouxas. Vamos combinar assim?
Se você se apaixonar mesmo por mim, eu vou te fuder, é sério. Eu tenho essa capacidade. Deixo as pessoas aos meus pés e depois, meu amigo, pé na bunda, com direito a gargalhadas. Já me fudi também, quer dizer, já achei que me fudi, depois quando eu olhei pra trás, me achei a maior das idotas.
Mas você, T., o mesmo T. que eu escrevo desde o começo, você me faz delirar, me deixa louca, me dá uma ânsia de mandar tudo pro espaço e me jogar em você pra curtir um dia de delírio.
Só de pensar, eu respiro fundo e já sinto uma sensação de liberdade.
Me sinto uma louca.
Não é porquê eu fui fofa com você com a intenção de te deixar louco, que eu quero alguma coisa.
É o seguinte: eu te quero de brinquedo.
Você me enlouquece, isso eu tenho que confessar. Me enlouquece. Me faz delirar, você é tudo o que eu queria pro resto da vida, se fosse possível. Você é inusitado, imprevisível, e isso me deixa louca.
Eu não sei onde eu estaria com você daqui a um ano, um dia. Se a gente fosse ficar junto, a gente ia ser o casal mais louco do mundo. Iríamos viver de amor numa cabana. Isso eu tenho certeza.
Mas não dá, entende? Você tem uma filha e eu sou preconceituosa. Aliás, você é casado, mas não é isso que me deixa agoniada não, eu não te quero porquê é muito complicado, muito complicado mesmo. Sabe como é, né? Essa história de filha, de você trair sua mulher com sua sombra, etc. Dá pra mim não.
Além do mais, você não é o tipo de pessoa por quem eu me apaixonaria loucamente. Aliás, até podia ser, mas é exatamente o tipo por quem eu me desapaixonaria num estalar de dedos. Não que eu fosse te largar logo, mas o dia que eu enchesse o saco eu ia me mandar.
Mas você sabe que eu tenho outra maneira de pensar também.... Vai ver você iria me sacanear também e eu nem iria ligar, do tipo foda-se. E eu te trairia com minha sombra também. Eu disse né, você é imprevisível e um relacionamento com você também seria, então quem sou eu pra ficar já vendo o futuro de um relacionamento que não acontecerá jamais.
Você é do tipo um dia de praia, dá pra entender? Eu te ligaria te chamando pra fazer uma loucura, você iria, passaríamos um dia maravilhoso regado a muita cerveja e maconha e depois beijotchau.
Você é tipo Noronha, Morro de São Paulo, praias perdidas por aí. Eu seria feliz por um dia com você. E eu até tô querendo, sabia?
Nem sei porquê diabos você faz meu coração acelerar que nem louco, maluquice do caralho.
Sério, meu coração tá lá, todo se querendo e eu mesma nem tô tão. Complicado de entender isso que eu tô escrevendo, né? Eu acho que é a sensação de aventura, loucura, amor.
É gostoso ouvir você quando fala de mim, seus olhos brilham e os meus também. Ridículo. Aliás, temos que parar com essa palhaçada, viu? Chega de sorrisos idiotas e palavras frouxas. Vamos combinar assim?
Se você se apaixonar mesmo por mim, eu vou te fuder, é sério. Eu tenho essa capacidade. Deixo as pessoas aos meus pés e depois, meu amigo, pé na bunda, com direito a gargalhadas. Já me fudi também, quer dizer, já achei que me fudi, depois quando eu olhei pra trás, me achei a maior das idotas.
Mas você, T., o mesmo T. que eu escrevo desde o começo, você me faz delirar, me deixa louca, me dá uma ânsia de mandar tudo pro espaço e me jogar em você pra curtir um dia de delírio.
Só de pensar, eu respiro fundo e já sinto uma sensação de liberdade.
Me sinto uma louca.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Cenas da vida real
Fui fazer meu cabelo, e unhas. Chegando no salão, minha amiga: Como vc vai fazer o pé se você veio de tênis? Merda.!
- Temos a sandália descartável! - Disse uma bicha louca.
-Perfeito!
Na noite anterior eu tive mais um dos meus sonhos de doente mental. Eu estava no metrô, tinha um banheiro e eu quis tomar banho. Tomei, um pouco preocupada em demorar muito e passar o meu ponto. O banheiro era dentro do trem. Usei um sabonete usado que estava lá, porquê eu não sou fresca nem em sonho. E saí enrolada numa toalha verde claro. Quando saí, estava ele lá sentado numa mesa, me olhou e disse mais uma vez a frase que eu amo: "Não acredito nisso, só você mesmo!" E me fez delirar. Estávaos então em Teresópolis, simplesmente escalando. Eu e ele. A nossa cara. E quando estávamos chegando no topo, eu vi um ganchinho pra prender as cordas de proteção e disse:" A gente tá sem o materia de proteção!" Ele nem aí e nem eu, na verdade. Eu me sentia pesada e dizia que não ia conseguir, ele nem se preocupou e disse que eu ia sim. Acordei.
Saindo do salão, estava eu: Com os cabelos inteiros na cara, com a mão melada de óleo secante e um óculos escuros enormes. Eu tentava em vão tirar o cabelo da cara mexendo a cabeça. Nos braços, minha bolsa Louis Vuitton (minha mais nova razão de viver), meu tênis saindo pra fora da bolsa e é claro, minha sadália descartável que dobrava e meu pé ficava no chão da rua, a cada passo que eu dava. Só de atravessar a rua e ir pro shopping, meu pé já estava preto.
E então, eis que o diretor que comanda minha vida, resolve me sacanear.
-" Não acredito, só você mesmo! Que chinelo é esse?"
Meu coração estava na boca. Eu não o abracei, eu me joguei em cima dele, que estava enconstado no muro do estacionamento do shopping. Ele me abraçou com aquele sorriso no rosto.
Na semana anterior, eu o encontrei no mesmo lugar. Deve ter sido por isso que resolvi passar por aquele estacionamento. E de novo aquele sorriso, e eu, idiota, sinto necessidade de ouvir aquela frase que me faz lembrar quem eu sou, e então, disse:
-Fiz uma coisa que é a sua cara! Tava chegando pra trabalhar e tinha um ônibus grandão de doação de sangue. Na mesma hora doei, ó! - E mostrei o braço inteiro roxo!
Ele cai na gargalhada. Eu adoro o fazer rir.
Pois bem, eu tava nervosa, contei logo do sonho e ele me diz que é doido pra conhecer Teresópolis.
Mais uma vez riu da minha sandália e ameaçou pisar no meu pé, eu disse que o mataria e o chamei pra uma cerveja.
Fomos com mais dois amigos. Foi uma delícia, apenas por uns vinte minutos. Ele sentou do meu lado no banquinho de plástico, relembramos a história do dia em que ele jogou cachaça na minha perna, depois de eu ter caído no bueiro, ele não parava de tocar em mim. E me olhava daquele jeito que sempre olhou. Eu sou escrota, porquê sei que não vou ter nada com ele, mas é uma recarga de energia. Ele elogiou minhas unhas, meu cabelo, e ficou passandoa mão no meu pé, tentando limpar, dizendo que tava imundo. No final, quis pagar minha cerveja e disse pra eu terminar pelo menos aquela. Mas meu namorado, marido, sei lá, tinha ligado já 5 vezes e eu não tinha visto.
Saí correndo.
- Temos a sandália descartável! - Disse uma bicha louca.
-Perfeito!
Na noite anterior eu tive mais um dos meus sonhos de doente mental. Eu estava no metrô, tinha um banheiro e eu quis tomar banho. Tomei, um pouco preocupada em demorar muito e passar o meu ponto. O banheiro era dentro do trem. Usei um sabonete usado que estava lá, porquê eu não sou fresca nem em sonho. E saí enrolada numa toalha verde claro. Quando saí, estava ele lá sentado numa mesa, me olhou e disse mais uma vez a frase que eu amo: "Não acredito nisso, só você mesmo!" E me fez delirar. Estávaos então em Teresópolis, simplesmente escalando. Eu e ele. A nossa cara. E quando estávamos chegando no topo, eu vi um ganchinho pra prender as cordas de proteção e disse:" A gente tá sem o materia de proteção!" Ele nem aí e nem eu, na verdade. Eu me sentia pesada e dizia que não ia conseguir, ele nem se preocupou e disse que eu ia sim. Acordei.
Saindo do salão, estava eu: Com os cabelos inteiros na cara, com a mão melada de óleo secante e um óculos escuros enormes. Eu tentava em vão tirar o cabelo da cara mexendo a cabeça. Nos braços, minha bolsa Louis Vuitton (minha mais nova razão de viver), meu tênis saindo pra fora da bolsa e é claro, minha sadália descartável que dobrava e meu pé ficava no chão da rua, a cada passo que eu dava. Só de atravessar a rua e ir pro shopping, meu pé já estava preto.
E então, eis que o diretor que comanda minha vida, resolve me sacanear.
-" Não acredito, só você mesmo! Que chinelo é esse?"
Meu coração estava na boca. Eu não o abracei, eu me joguei em cima dele, que estava enconstado no muro do estacionamento do shopping. Ele me abraçou com aquele sorriso no rosto.
Na semana anterior, eu o encontrei no mesmo lugar. Deve ter sido por isso que resolvi passar por aquele estacionamento. E de novo aquele sorriso, e eu, idiota, sinto necessidade de ouvir aquela frase que me faz lembrar quem eu sou, e então, disse:
-Fiz uma coisa que é a sua cara! Tava chegando pra trabalhar e tinha um ônibus grandão de doação de sangue. Na mesma hora doei, ó! - E mostrei o braço inteiro roxo!
Ele cai na gargalhada. Eu adoro o fazer rir.
Pois bem, eu tava nervosa, contei logo do sonho e ele me diz que é doido pra conhecer Teresópolis.
Mais uma vez riu da minha sandália e ameaçou pisar no meu pé, eu disse que o mataria e o chamei pra uma cerveja.
Fomos com mais dois amigos. Foi uma delícia, apenas por uns vinte minutos. Ele sentou do meu lado no banquinho de plástico, relembramos a história do dia em que ele jogou cachaça na minha perna, depois de eu ter caído no bueiro, ele não parava de tocar em mim. E me olhava daquele jeito que sempre olhou. Eu sou escrota, porquê sei que não vou ter nada com ele, mas é uma recarga de energia. Ele elogiou minhas unhas, meu cabelo, e ficou passandoa mão no meu pé, tentando limpar, dizendo que tava imundo. No final, quis pagar minha cerveja e disse pra eu terminar pelo menos aquela. Mas meu namorado, marido, sei lá, tinha ligado já 5 vezes e eu não tinha visto.
Saí correndo.
domingo, 20 de novembro de 2011
Por escrito
Eu vou deixar por escrito, pra depois ninguém ficar me dizendo: "Eu te avisei, eu te avisei...", com aquele olhar, levantando a sobrancelha.
Eu mesma me aviso, tá legal?
O que vai acontecer comigo: eu vou me fuder mais uma vez.
Eu vou me mudar, gastar vinte mil na decoração do meu apartamento porquê eu fiz o projeto, ou melhor, uns desenhos só pra lembrar que eu tenho um 'quê' de desenhar direitinho. Eu planejei todos os móveis e já mandei fazer. Sim, eu vou gastar uma pequena fortuna para ter um mimo de um apto com a minha cara (só falta decidir a cor da parede da sala, não sabia que essa seria a parte mais difícil).Okay, o carro dos meus sonhos eu já tenho. Também comprei com ele. Tudo certo.
Então pronto, todos já me avisaram que não daria certo, eu bati o pé, sem firmeza nenhuma, dizendo que daria sim, sabendo que não vai dar.
Pois bem, vou me mudar, depois de morar dois anos na casa da minha sogra, e vou ter bastante trabalho com isso. Vou comprar os móveis como eu quero e vou ter, além do carro, o apto dos meus sonhos.
E então, o meu relacionamento vai continuar como está, porquê eu digo que tenho certeza que vai melhorar quando tivermos a nossa casa, mas eu sei que vai continuar a mesma coisa. Então eu vou continuar sofrendo, me perguntando porquê caralho eu sou tratada mal e continuo ali. E vou me esquecer, como sempre faço, das coisas bacanas e fofas que ele faz. Porquê ele faz. Eu vou sentir raiva porquê achava que teria uma vida de princesa, ou a vida que eu sonhava, mas eu vou acordar todos os dias encarando a realidade de que ter o que eu tenho não significa porra nenhuma, eu quero é ser feliz.
E, algum dia, quando eu tomar coragem, se é que esse dia vai chegar, eu vou largar todo o castelo e vou voltar pro Rio, morar com meus pais, ou alugar um apartamento. Eu vou voltar, porquê eu vou dizer que tentei tudo, até a última gota para dar certo, e que não deu.
E então, as pessoas vão olhar para mim e tentar dizer que me avisaram, mas eu fui mais rápida e já estou me avisando desde já.
Eu mesma me aviso, tá legal?
O que vai acontecer comigo: eu vou me fuder mais uma vez.
Eu vou me mudar, gastar vinte mil na decoração do meu apartamento porquê eu fiz o projeto, ou melhor, uns desenhos só pra lembrar que eu tenho um 'quê' de desenhar direitinho. Eu planejei todos os móveis e já mandei fazer. Sim, eu vou gastar uma pequena fortuna para ter um mimo de um apto com a minha cara (só falta decidir a cor da parede da sala, não sabia que essa seria a parte mais difícil).Okay, o carro dos meus sonhos eu já tenho. Também comprei com ele. Tudo certo.
Então pronto, todos já me avisaram que não daria certo, eu bati o pé, sem firmeza nenhuma, dizendo que daria sim, sabendo que não vai dar.
Pois bem, vou me mudar, depois de morar dois anos na casa da minha sogra, e vou ter bastante trabalho com isso. Vou comprar os móveis como eu quero e vou ter, além do carro, o apto dos meus sonhos.
E então, o meu relacionamento vai continuar como está, porquê eu digo que tenho certeza que vai melhorar quando tivermos a nossa casa, mas eu sei que vai continuar a mesma coisa. Então eu vou continuar sofrendo, me perguntando porquê caralho eu sou tratada mal e continuo ali. E vou me esquecer, como sempre faço, das coisas bacanas e fofas que ele faz. Porquê ele faz. Eu vou sentir raiva porquê achava que teria uma vida de princesa, ou a vida que eu sonhava, mas eu vou acordar todos os dias encarando a realidade de que ter o que eu tenho não significa porra nenhuma, eu quero é ser feliz.
E, algum dia, quando eu tomar coragem, se é que esse dia vai chegar, eu vou largar todo o castelo e vou voltar pro Rio, morar com meus pais, ou alugar um apartamento. Eu vou voltar, porquê eu vou dizer que tentei tudo, até a última gota para dar certo, e que não deu.
E então, as pessoas vão olhar para mim e tentar dizer que me avisaram, mas eu fui mais rápida e já estou me avisando desde já.
Gostaria de...
Te mandar ir tomar no cu.
Isso mesmo, vá tomar no cu.
Eu hein, ficar sem me responder só pq não fui te ver, depois de todo o circo armado?
Ah, vai tomar no cu.
Mas me responde aí vai, numa boa. São tão sensacionais os e-mails que eu mando pra você. Bêbada, mas bêêêêbada, que nem gambá.
Mas vc nem percebe. Não é phd em me conhecer bêbada que nem meu ex dos States. Do Brasil, eu ligava amargurada, embriagada aos prantos, um trapo de gente. Ele cagava literalmente e dizia: Come on, you are drunk... E não dava a mínima, aí eu brincava de sofrer e no dia seguinte, lá tava eu, sem moral ne-nhu-ma.
Eu passei uma época alcoólatra. Alcoólatra de dentro de casa. Tinha uma garrafa prateada de uma vodka da Dinamarca, que me dava uma depressão terrível pq me lebrava daquele filho da puta, que eu trouxe de Ny. E eu tomava goles e mais goles, pra me embriagar e esquecer que eu vinha pra porra da Bahia a pulso.
A melhor época da minha vida era quando eu fazia merda atrás de merda.
Foi mesmo, todas as vezes que cheguei em casa trêbada depois de ter aprontado todas valeram ouro. Eu trocava qualquer dia que fiquei na sarjeta por um dia tranquilo com meu marido na praia. Qualquer um, até aquele que cortei o dedão do pé, até o que caí do telhado, ou o que rompi os ligamentos do pé.
Qualquer dia, qualquer um. Pensar que essa época não volta mais me enlouquece. Eu me dou conta que preciso de tratamento médico quando assumo que não quero uma vida correta, quero uma vida rock'n roll..
Seu eu não casar, problema. Ontem mesmo confessei que me vejo viajando pelo mundo, e sem um homem do lado. Sério, tipo solteirona. Ao mesmo tempo disse que iria arranjar alguém pra me dar um filho. Sei lá, um otário qualquer para quem vou jurar amor eterno.
Quanta contradição com as coisas que eu digo. Ora eu quero alguém que me entenda, ora eu quero que todos os homens do mundo vão pra puta que pariu.
Vai tomar no cu.
Isso mesmo, vá tomar no cu.
Eu hein, ficar sem me responder só pq não fui te ver, depois de todo o circo armado?
Ah, vai tomar no cu.
Mas me responde aí vai, numa boa. São tão sensacionais os e-mails que eu mando pra você. Bêbada, mas bêêêêbada, que nem gambá.
Mas vc nem percebe. Não é phd em me conhecer bêbada que nem meu ex dos States. Do Brasil, eu ligava amargurada, embriagada aos prantos, um trapo de gente. Ele cagava literalmente e dizia: Come on, you are drunk... E não dava a mínima, aí eu brincava de sofrer e no dia seguinte, lá tava eu, sem moral ne-nhu-ma.
Eu passei uma época alcoólatra. Alcoólatra de dentro de casa. Tinha uma garrafa prateada de uma vodka da Dinamarca, que me dava uma depressão terrível pq me lebrava daquele filho da puta, que eu trouxe de Ny. E eu tomava goles e mais goles, pra me embriagar e esquecer que eu vinha pra porra da Bahia a pulso.
A melhor época da minha vida era quando eu fazia merda atrás de merda.
Foi mesmo, todas as vezes que cheguei em casa trêbada depois de ter aprontado todas valeram ouro. Eu trocava qualquer dia que fiquei na sarjeta por um dia tranquilo com meu marido na praia. Qualquer um, até aquele que cortei o dedão do pé, até o que caí do telhado, ou o que rompi os ligamentos do pé.
Qualquer dia, qualquer um. Pensar que essa época não volta mais me enlouquece. Eu me dou conta que preciso de tratamento médico quando assumo que não quero uma vida correta, quero uma vida rock'n roll..
Seu eu não casar, problema. Ontem mesmo confessei que me vejo viajando pelo mundo, e sem um homem do lado. Sério, tipo solteirona. Ao mesmo tempo disse que iria arranjar alguém pra me dar um filho. Sei lá, um otário qualquer para quem vou jurar amor eterno.
Quanta contradição com as coisas que eu digo. Ora eu quero alguém que me entenda, ora eu quero que todos os homens do mundo vão pra puta que pariu.
Vai tomar no cu.
Eu sou.
Gostaria de dizer para mim algumas verdades, que não só eu, mas como pessoas que conviveram comigo sabem muito bem.
Gostaria que eu percebesse que sou uma puta mulher, e que todos que já estiveram ao meu redor, foram felizes e se divertiram muito.
Eu sou uma amiga sensacional, que está sempre pronta par ajudar quando qualquer merda acontece. Tá certo que nem sempre eu falo as coisas que devem ser ditas, eu não sei de tudo, mas se não dou um jeito com palavras, dou um jeito de qualquer maneira, seja sentada numa mesa de bar rindo, chorando e falando besteiras. Mas eu vou estar lá.
E eu não mereço que me tratem mal. Não, de jeito nenhum, eu não mereço e não preciso. Porra, quantas vezes eu já tive homens aos meus pés, implorando por alguma atenção? Quantas vezes, meu Deus, eu já ouvi um eu te amo?
Eu já ouvi coisas que poucas pessoas já ouviram, e que milhares gostariam de ouvir.
Eu já ouvi dizerem que eu faço tudo do meu jeito, sou uma mimada, mandona e metida. E esse, ficou aos meus pés, me implorando por uma chance.
Eu já ouvi muitos obrigadas de alguém por qualquer coisa que eu tenha feito, até por balançar o cabelo de uma forma diferente, até por contar uma história engraçada.
Eu já ouvi dizerem que não saberiam vive sem mim, e não foi um, foram todos. Eu sou essencial. Sempre fui.
Eu já ouvi dizer que morreriam por mim.
Eu já fui pedida em casamento. Mais de uma vez.
Eu já fui pedida em namoro na primeira noite.
Eu já fui pedida em namoro no meu aniversário.
Eu já fui pedida para namorar diversas vezes, por pessoas sensacionais. Muitas delas nem mereciam o desprezo que eu daria depois.
Eu já ouvi dizerem que eu sou um espelho de mulher perfeita.
Eu já ouvi dizerem que até meus defeitos são qualidades.
Eu já recebi cartas de amor anônimas.
Eu já ouvi dizer que era eternamente responsável por aquilo que cativei.
Eu já vi e ouvi milhares de lágrimas derramadas por mim.
Eu já senti muita tristeza deles todas as vezes que fui embora.
Eu já ouvi um eu te amo de quem nem conhecia direito.
Eu já li um eu te amo de quem nunca tinha tocado em mim.
Eu já ouvi que era a mulher da vida de uma pessoa que eu nunca tinha beijado.
Eu já recebi muitas cartas lindas de amor.
Eu já fiz muitos jurarem que nunca mais amariam ninguém depois de mim.
Eu já ganhei amigos maravilhosos por causa de pessoas que eu desprezei depois.
Esses amigos são muito meus até hoje.
Eu já recebi bilhetes anônimos.
Eu já fui capítulo de um livro! Sim, escreveram um capítulo inteiro sobre o bem que eu fiz para alguém.
Eu já fui o carnaval e todos os feriados de alguéns.
Eu sou tudo o que falam que eu sou.
Eu realmente sou.
Eu sou uma pessoa marvilhosa e não consigo me dar conta disso.
Eu me apago perante pessoas que sabem o quão maravilhosa eu sou e tentam de tudo não deixar os outros perceberem isso.
Eu estou amando a pessoa errada.
E não sei o que fazer.
Gostaria que eu percebesse que sou uma puta mulher, e que todos que já estiveram ao meu redor, foram felizes e se divertiram muito.
Eu sou uma amiga sensacional, que está sempre pronta par ajudar quando qualquer merda acontece. Tá certo que nem sempre eu falo as coisas que devem ser ditas, eu não sei de tudo, mas se não dou um jeito com palavras, dou um jeito de qualquer maneira, seja sentada numa mesa de bar rindo, chorando e falando besteiras. Mas eu vou estar lá.
E eu não mereço que me tratem mal. Não, de jeito nenhum, eu não mereço e não preciso. Porra, quantas vezes eu já tive homens aos meus pés, implorando por alguma atenção? Quantas vezes, meu Deus, eu já ouvi um eu te amo?
Eu já ouvi coisas que poucas pessoas já ouviram, e que milhares gostariam de ouvir.
Eu já ouvi dizerem que eu faço tudo do meu jeito, sou uma mimada, mandona e metida. E esse, ficou aos meus pés, me implorando por uma chance.
Eu já ouvi muitos obrigadas de alguém por qualquer coisa que eu tenha feito, até por balançar o cabelo de uma forma diferente, até por contar uma história engraçada.
Eu já ouvi dizerem que não saberiam vive sem mim, e não foi um, foram todos. Eu sou essencial. Sempre fui.
Eu já ouvi dizer que morreriam por mim.
Eu já fui pedida em casamento. Mais de uma vez.
Eu já fui pedida em namoro na primeira noite.
Eu já fui pedida em namoro no meu aniversário.
Eu já fui pedida para namorar diversas vezes, por pessoas sensacionais. Muitas delas nem mereciam o desprezo que eu daria depois.
Eu já ouvi dizerem que eu sou um espelho de mulher perfeita.
Eu já ouvi dizerem que até meus defeitos são qualidades.
Eu já recebi cartas de amor anônimas.
Eu já ouvi dizer que era eternamente responsável por aquilo que cativei.
Eu já vi e ouvi milhares de lágrimas derramadas por mim.
Eu já senti muita tristeza deles todas as vezes que fui embora.
Eu já ouvi um eu te amo de quem nem conhecia direito.
Eu já li um eu te amo de quem nunca tinha tocado em mim.
Eu já ouvi que era a mulher da vida de uma pessoa que eu nunca tinha beijado.
Eu já recebi muitas cartas lindas de amor.
Eu já fiz muitos jurarem que nunca mais amariam ninguém depois de mim.
Eu já ganhei amigos maravilhosos por causa de pessoas que eu desprezei depois.
Esses amigos são muito meus até hoje.
Eu já recebi bilhetes anônimos.
Eu já fui capítulo de um livro! Sim, escreveram um capítulo inteiro sobre o bem que eu fiz para alguém.
Eu já fui o carnaval e todos os feriados de alguéns.
Eu sou tudo o que falam que eu sou.
Eu realmente sou.
Eu sou uma pessoa marvilhosa e não consigo me dar conta disso.
Eu me apago perante pessoas que sabem o quão maravilhosa eu sou e tentam de tudo não deixar os outros perceberem isso.
Eu estou amando a pessoa errada.
E não sei o que fazer.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
De nada.
Não tive forças pra te falar pessoalmente, então resolvi de escrever.
Obrigado por tudo.
Obrigado por nenhum dia de sofrimento.
Obrigado por todos os dias de alegria.
Obrigado por todas as cervejas.
Obrigado pelo carinho.
Obrigado pela força.
Obrigado pela compreensão.
Obrigado pela paciência nos meus dias tristes.
Obrigado por ter deixado conhecer uma pessoa como vc.
Obrigado pelas risadas.
Obrigado pelos "conferes"
Obrigado pela sua alegria e alto astral.
Obrigado pelas conversas.
Obrigado pela ruazinha.
Obrigado pelo "naquele boteco"
Muito obrigado por sempre acreditar em meu potencial.
Obrigado pelos beijos.
Obrigado pelo anel sempre do meu jeito.
Obrigado pela estória do palhaço no ônibus.
Obrigado pelos shows do rappa.
Obrigado pela sua maneira de ser.
Obrigado por ter se deitado em minha cama.
Obrigado pelo sorriso sem graça na micros de camisa amarela e tênis quadriculado.
Obrigado pelas meias pretas (já estão ficando velhas)
Obrigado pela tatuagem (confesso que fiquei assustado)
Obrigado por ter marcado a minha vida com uma música.
Obrigado pelo "amor que não dá pitaco e nem dá pio" rsrs
Obrigado por ter me mostrado que há outras pessoas legais nesse mundo.
Obrigado pelas suas mãos molhadas de nervoso.
Obrigado pelo maracanã.
Obrigado por ter sido minha motorista.
Obrigado por ter se perdido comigo na tijuca.
Obrigado pelo malote de dinheiro aberto.
Obrigado pelo seu comprometimento com o trabalho.
Obrigado pelo profissionalismo.
Obrigado pela sua CORAGEM.
Obrigado pelo seu orgulho.
Obrigado por me ouvir sempre.
Obrigado pelos olhos inchados.
Obrigado pelo frio na barriga.
Obrigado por sempre me mandar um beijinho quando entrava em sua portaria.
Obrigado pelos vai tomar no cú.
Obrigado pelos celulares perdidos.
Obrigado pelos looser.
Obrigado pelo cinema.
Obrigado pelas pizzas (faltou o Bráz).
Obrigado por todos os pasteís.
Obrigado pelo fornalha.
Obrigado por todas as lágrimas.
Obrigado pelas cartas.
Obrigado por ter me ligado pra ir no baixo gávea com o Raphael M logo depois que terminei e estava começando a ficar mal.
Obrigado pela amizade.
Obrigado pelo amor.
Obrigado pela mexida de cabeça.
Obrigado pelos suspiros.
Obrigado por suas estórias (nem sempre eu tinha paciência para ouvir)
Obrigado por sua maneira de viver a vida.
Muito obrigado pelo fim de tarde no Arpoador.
Obrigado pelas balas.
Obrigado pelos pulos no meu colo dentro do carro.
Obrigado por ter criado uma confusão enorme na minha cabeça.
Obrigado pela reação ao me ver com a boca vermelha na drinkeria maldita.
Obrigado por conversar comigo debaixo da mesa.
Obrigado por 3 meses que nunca irei me esquecer.
Obrigado pela intensidade.
Obrigado por me entender tanto.
Obrigado por ter me deixado entrar em sua vida.
Poderia ficar escrevendo aqui mais 500 obrigados, mas não precisa.
Quero muito que vc seja muito feliz. Tenho certeza, te conhecendo, que vc vai adorar sua nova vida.
Lembre-se sempre que te considero uma pessoa muito especial em minha vida, e que tudo que eu puder fazer pra te ajudar, pode contar comigo.
Deus e seu amigo/anjo da guarda tibetano estão lá em cima te protegendo.
Seja muito feliz.
Te Amo.
Obrigado por tudo.
Obrigado por nenhum dia de sofrimento.
Obrigado por todos os dias de alegria.
Obrigado por todas as cervejas.
Obrigado pelo carinho.
Obrigado pela força.
Obrigado pela compreensão.
Obrigado pela paciência nos meus dias tristes.
Obrigado por ter deixado conhecer uma pessoa como vc.
Obrigado pelas risadas.
Obrigado pelos "conferes"
Obrigado pela sua alegria e alto astral.
Obrigado pelas conversas.
Obrigado pela ruazinha.
Obrigado pelo "naquele boteco"
Muito obrigado por sempre acreditar em meu potencial.
Obrigado pelos beijos.
Obrigado pelo anel sempre do meu jeito.
Obrigado pela estória do palhaço no ônibus.
Obrigado pelos shows do rappa.
Obrigado pela sua maneira de ser.
Obrigado por ter se deitado em minha cama.
Obrigado pelo sorriso sem graça na micros de camisa amarela e tênis quadriculado.
Obrigado pelas meias pretas (já estão ficando velhas)
Obrigado pela tatuagem (confesso que fiquei assustado)
Obrigado por ter marcado a minha vida com uma música.
Obrigado pelo "amor que não dá pitaco e nem dá pio" rsrs
Obrigado por ter me mostrado que há outras pessoas legais nesse mundo.
Obrigado pelas suas mãos molhadas de nervoso.
Obrigado pelo maracanã.
Obrigado por ter sido minha motorista.
Obrigado por ter se perdido comigo na tijuca.
Obrigado pelo malote de dinheiro aberto.
Obrigado pelo seu comprometimento com o trabalho.
Obrigado pelo profissionalismo.
Obrigado pela sua CORAGEM.
Obrigado pelo seu orgulho.
Obrigado por me ouvir sempre.
Obrigado pelos olhos inchados.
Obrigado pelo frio na barriga.
Obrigado por sempre me mandar um beijinho quando entrava em sua portaria.
Obrigado pelos vai tomar no cú.
Obrigado pelos celulares perdidos.
Obrigado pelos looser.
Obrigado pelo cinema.
Obrigado pelas pizzas (faltou o Bráz).
Obrigado por todos os pasteís.
Obrigado pelo fornalha.
Obrigado por todas as lágrimas.
Obrigado pelas cartas.
Obrigado por ter me ligado pra ir no baixo gávea com o Raphael M logo depois que terminei e estava começando a ficar mal.
Obrigado pela amizade.
Obrigado pelo amor.
Obrigado pela mexida de cabeça.
Obrigado pelos suspiros.
Obrigado por suas estórias (nem sempre eu tinha paciência para ouvir)
Obrigado por sua maneira de viver a vida.
Muito obrigado pelo fim de tarde no Arpoador.
Obrigado pelas balas.
Obrigado pelos pulos no meu colo dentro do carro.
Obrigado por ter criado uma confusão enorme na minha cabeça.
Obrigado pela reação ao me ver com a boca vermelha na drinkeria maldita.
Obrigado por conversar comigo debaixo da mesa.
Obrigado por 3 meses que nunca irei me esquecer.
Obrigado pela intensidade.
Obrigado por me entender tanto.
Obrigado por ter me deixado entrar em sua vida.
Poderia ficar escrevendo aqui mais 500 obrigados, mas não precisa.
Quero muito que vc seja muito feliz. Tenho certeza, te conhecendo, que vc vai adorar sua nova vida.
Lembre-se sempre que te considero uma pessoa muito especial em minha vida, e que tudo que eu puder fazer pra te ajudar, pode contar comigo.
Deus e seu amigo/anjo da guarda tibetano estão lá em cima te protegendo.
Seja muito feliz.
Te Amo.
Meu amor,
Oi...
É estranho eu estar te escrevendo depois de tantos anos juntos, né?
Mas eu gostaria de lhe agradecer. Obrigada por tudo, meu amor. Eu sou uma pessoa muito melhor depois que te conheci, depois que descobri que viver a dois é muito melhor do que viver sozinha num mundo que eu criava pra mim.
Sabe, eu nunca te falei, mas eu dizia que meu sonho era ser voluntária, viajar o mundo, etc, sempre pensava que jamais encontraria alguém que entendesse isso, todos com quem eu tive coragem de falar, não mencionaram nenhum comentário a respeito, na certa acharam bobagem. Quando você abriu aquele sorriso e perguntou porquê eu não havia ido, eu entendi o porquê eu estava com você. Obrigada, amor, por não achar besteira, coisa de menina sonhadora. Eu vou lhe explicar: eu não fui pq eu não tive coragem de abandonar meus namorados, e antes de te conhecer, eu não fui pq eu não queria abandonar meu emprego que estava me dando tantas coisas que eu sonhava. Você me disse que eu conseguiria facilmente um emprego quando voltasse, pq eu era muito inteligente. Obrigada por acreditar em mim.
Eu tenho muitos motivos para lhe agradecer. Eu não gostaria que as coisas simples se tornassem corriqueiras na nossa vida, sabe. Eu admiro muito, de verdade, todos os dias que você acorda pra trabalhar e volta me contando como foi seus dia, eu adoro quando pergunta minha opinião e a importância que dá quando eu digo o que acho que você deve fazer, mesmo que seja errado, eu gosto quando me olha curioso, mesmo sabendo que na maioria das vezes eu falo besteira, por não entender nada da sua área, eu acho bacana você me incluir nas suas atividades. Eu gosto das suas opiniões também sobre meu trabalho, são importantes pra mim. Obrigada por perguntar se eu melhorei todas as vezes que dizia estar com alguma coisa, por mais que às vezes era uma coisinha bem pequena, você nunca achou que era frescura minha, sempre estava disposto a me ajudar. Eu gostaria de lembrar todas as vezes que senti orgulho de você e todas as vezes que você disse estar orgulhoso de mim, essas pequenas lembranças nos fazem muito bem, e tenho medo de esquecer alguma delas, portanto, aproveito pra agradecer muito, por sentir orgulho de mim.
Obrigada por ter vontade de voar em cima de mim, e segurar sua raiva quando te chateio. Eu consigo ver que está muito bravo e se segurando pra não falar um monte de coisas. Obrigada por me chamar e conversar, dizer tudo o que te chateia e me ouvir. Muitas vezes eu consegui tirar sua raiva, muitas outras eu pedi desculpas e você aceitou. Assim foi comigo também. Eu aceito suas desculpas, porquê você é sincero e isso é uma virtude. Eu confio em você. Confio muito, por isso te deixo a vontade para fazer as coisas que quer, assim como faz comigo. Mas sempre preferimos estar juntos, e isso me deixa bastante contente também.
Enfim, você, que ainda vou conhecer, obrigada.
É estranho eu estar te escrevendo depois de tantos anos juntos, né?
Mas eu gostaria de lhe agradecer. Obrigada por tudo, meu amor. Eu sou uma pessoa muito melhor depois que te conheci, depois que descobri que viver a dois é muito melhor do que viver sozinha num mundo que eu criava pra mim.
Sabe, eu nunca te falei, mas eu dizia que meu sonho era ser voluntária, viajar o mundo, etc, sempre pensava que jamais encontraria alguém que entendesse isso, todos com quem eu tive coragem de falar, não mencionaram nenhum comentário a respeito, na certa acharam bobagem. Quando você abriu aquele sorriso e perguntou porquê eu não havia ido, eu entendi o porquê eu estava com você. Obrigada, amor, por não achar besteira, coisa de menina sonhadora. Eu vou lhe explicar: eu não fui pq eu não tive coragem de abandonar meus namorados, e antes de te conhecer, eu não fui pq eu não queria abandonar meu emprego que estava me dando tantas coisas que eu sonhava. Você me disse que eu conseguiria facilmente um emprego quando voltasse, pq eu era muito inteligente. Obrigada por acreditar em mim.
Eu tenho muitos motivos para lhe agradecer. Eu não gostaria que as coisas simples se tornassem corriqueiras na nossa vida, sabe. Eu admiro muito, de verdade, todos os dias que você acorda pra trabalhar e volta me contando como foi seus dia, eu adoro quando pergunta minha opinião e a importância que dá quando eu digo o que acho que você deve fazer, mesmo que seja errado, eu gosto quando me olha curioso, mesmo sabendo que na maioria das vezes eu falo besteira, por não entender nada da sua área, eu acho bacana você me incluir nas suas atividades. Eu gosto das suas opiniões também sobre meu trabalho, são importantes pra mim. Obrigada por perguntar se eu melhorei todas as vezes que dizia estar com alguma coisa, por mais que às vezes era uma coisinha bem pequena, você nunca achou que era frescura minha, sempre estava disposto a me ajudar. Eu gostaria de lembrar todas as vezes que senti orgulho de você e todas as vezes que você disse estar orgulhoso de mim, essas pequenas lembranças nos fazem muito bem, e tenho medo de esquecer alguma delas, portanto, aproveito pra agradecer muito, por sentir orgulho de mim.
Obrigada por ter vontade de voar em cima de mim, e segurar sua raiva quando te chateio. Eu consigo ver que está muito bravo e se segurando pra não falar um monte de coisas. Obrigada por me chamar e conversar, dizer tudo o que te chateia e me ouvir. Muitas vezes eu consegui tirar sua raiva, muitas outras eu pedi desculpas e você aceitou. Assim foi comigo também. Eu aceito suas desculpas, porquê você é sincero e isso é uma virtude. Eu confio em você. Confio muito, por isso te deixo a vontade para fazer as coisas que quer, assim como faz comigo. Mas sempre preferimos estar juntos, e isso me deixa bastante contente também.
Enfim, você, que ainda vou conhecer, obrigada.
domingo, 16 de outubro de 2011
Então é assim?
É assim? É assim que acaba tudo? Não tem mais nada depois disso?
É um eterno sobe e desce e de repente fica tudo uma linha reta?
Não tem mais emoção, coisas gostosas, sensações de ansiedade?
Eu não quero. Não quero. E eu digo isso de verdade.
Alguém pode me convencer? Não é possível que seja só isso, que quando a gente chega nesse nível não tem o próximo, um mais emocionante, um que me faça ter vontade de ir além.
Alguém, por favor, alguém me ensina as regras direito, porquê se eu soubesse que ia ser assim, eu não ia querer jogar! Não tem a menor graça, eu quero voltar pra última fase.
Eu estou desesperada, como uma mulher adulta. Eu estou desesperada e queria poder gritar isso pro mundo inteiro ouvir e poder me ajudar, mas eu não posso gritar, pois faria papel de boba, eu não tenho coragem, sou fraca.
Eu tenho medo de alguém me dizer que não é assim coisa nenhuma, que se eu quiser mesmo, eu posso mudar e posso voltar a ter emoções na minha vida. Eu posso.
O problema todo é que eu sei que posso, eu tenho certeza, mas não tenho coragem.
E isso me mata.
Eu sempre fui a mais corajosa da turma, e mais destemida das minhas amigas, a mais "louca", como me chamavam... Sempre fui e agora estou eu aqui, anônima, dizendo que não sou nada disso, sou uma cagona.
Queria saber se o resto da minha vida é assim. Quando se tem dinheiro, casa, carro e um bom emprego, não se precisa mais de nada? Contente-se, querida, você tem o que todos acham o ideal e buscam por isso. Você tem a casa própria, o carro do ano e um bom marido. Chega, quer mais o quê?
Alguém me ajuda? Por favor, quem me conhece, eu estou implorando por ajuda. Eu falo muito sério.
Me procurem, me façam ver, de uma forma bem sutil, que as coisas não são assim.
Eu preciso de ajuda. Eu não quero isso tudo o que eu tenho, eu quero amor, quero incertezas, quero lidar com o desconhecido, quero me apaixonar, seja pelo mesmo homem, por várias vezes, eu preciso disso.
Eu queria saber pq eu fico doente sempre que volto, pq eu estou com febre há cinco dias e pq eu estou com essa crise, ou melhor, pq eu resolvi aceitar essa crise.
Eu fico pensando que quando eu envelhecer um pouco mais, ou seja, quando eu tiver meus trinta e poucos anos, eu vou estar por aí, conhecendo o mundo, de chinelos nos pés e histórias apaixonantes pra contar.
Mas quando eu vou chegar lá? Eu gostaria de dormir e acordar quando eu já tivesse tomado o passo principal da minha vida.
Eu queria fazer um trabalho voluntário, ajudar, viajar e conhecer alguém nesse ambiente.
Pq eu tenho que trabalhar num lugar fechado e ter mordomias?
Eu não quero nada disso, e eu sei que só eu posso me ajudar, mas é muito difícil pra mim me ajudar, pq eu estou sempre tentando me convencer de que eu tenho uma vida boa e que 90% da população gostaria de ter todos os ítens que eu tenho, em suas vidas. Eu esqueço de mim, eu esqueço.
Eu não tenho coragem, eu tenho preguiça.
Eu moro só e sou só. Eu não tenho um teto pra fugir, eu não tenho a casa dos meus pais e eu não tenho amigos. Eu não posso me dar ao luxo de sair de casa, pq a minha casa é a dele.
É muito difícil pra mim. Muito mesmo.
Acho que quando meus pais puderem me sustentar até eu ter um emprego, pode ser que eu volte pra casa deles.
Então eu volto pra casa e tenho meus amigos de volta. Aí sim, eu vou poder trabalhar de voluntária.
É isso que eu queria, mas eu preciso ter coragem.
Meu apartamento fica pronto daqui a duas semanas. Eu vou mobiliar do meu jeito, a gente vai viver muito feliz junto, vamos cozinhar, ir na piscina e ver milhares de filmes e eu vou esquecer de todo esse meu ideal de vida, até surtar novamente e querer chutar o balde.
Assim é minha vida e eu gostaria de mudá-la.
É um eterno sobe e desce e de repente fica tudo uma linha reta?
Não tem mais emoção, coisas gostosas, sensações de ansiedade?
Eu não quero. Não quero. E eu digo isso de verdade.
Alguém pode me convencer? Não é possível que seja só isso, que quando a gente chega nesse nível não tem o próximo, um mais emocionante, um que me faça ter vontade de ir além.
Alguém, por favor, alguém me ensina as regras direito, porquê se eu soubesse que ia ser assim, eu não ia querer jogar! Não tem a menor graça, eu quero voltar pra última fase.
Eu estou desesperada, como uma mulher adulta. Eu estou desesperada e queria poder gritar isso pro mundo inteiro ouvir e poder me ajudar, mas eu não posso gritar, pois faria papel de boba, eu não tenho coragem, sou fraca.
Eu tenho medo de alguém me dizer que não é assim coisa nenhuma, que se eu quiser mesmo, eu posso mudar e posso voltar a ter emoções na minha vida. Eu posso.
O problema todo é que eu sei que posso, eu tenho certeza, mas não tenho coragem.
E isso me mata.
Eu sempre fui a mais corajosa da turma, e mais destemida das minhas amigas, a mais "louca", como me chamavam... Sempre fui e agora estou eu aqui, anônima, dizendo que não sou nada disso, sou uma cagona.
Queria saber se o resto da minha vida é assim. Quando se tem dinheiro, casa, carro e um bom emprego, não se precisa mais de nada? Contente-se, querida, você tem o que todos acham o ideal e buscam por isso. Você tem a casa própria, o carro do ano e um bom marido. Chega, quer mais o quê?
Alguém me ajuda? Por favor, quem me conhece, eu estou implorando por ajuda. Eu falo muito sério.
Me procurem, me façam ver, de uma forma bem sutil, que as coisas não são assim.
Eu preciso de ajuda. Eu não quero isso tudo o que eu tenho, eu quero amor, quero incertezas, quero lidar com o desconhecido, quero me apaixonar, seja pelo mesmo homem, por várias vezes, eu preciso disso.
Eu queria saber pq eu fico doente sempre que volto, pq eu estou com febre há cinco dias e pq eu estou com essa crise, ou melhor, pq eu resolvi aceitar essa crise.
Eu fico pensando que quando eu envelhecer um pouco mais, ou seja, quando eu tiver meus trinta e poucos anos, eu vou estar por aí, conhecendo o mundo, de chinelos nos pés e histórias apaixonantes pra contar.
Mas quando eu vou chegar lá? Eu gostaria de dormir e acordar quando eu já tivesse tomado o passo principal da minha vida.
Eu queria fazer um trabalho voluntário, ajudar, viajar e conhecer alguém nesse ambiente.
Pq eu tenho que trabalhar num lugar fechado e ter mordomias?
Eu não quero nada disso, e eu sei que só eu posso me ajudar, mas é muito difícil pra mim me ajudar, pq eu estou sempre tentando me convencer de que eu tenho uma vida boa e que 90% da população gostaria de ter todos os ítens que eu tenho, em suas vidas. Eu esqueço de mim, eu esqueço.
Eu não tenho coragem, eu tenho preguiça.
Eu moro só e sou só. Eu não tenho um teto pra fugir, eu não tenho a casa dos meus pais e eu não tenho amigos. Eu não posso me dar ao luxo de sair de casa, pq a minha casa é a dele.
É muito difícil pra mim. Muito mesmo.
Acho que quando meus pais puderem me sustentar até eu ter um emprego, pode ser que eu volte pra casa deles.
Então eu volto pra casa e tenho meus amigos de volta. Aí sim, eu vou poder trabalhar de voluntária.
É isso que eu queria, mas eu preciso ter coragem.
Meu apartamento fica pronto daqui a duas semanas. Eu vou mobiliar do meu jeito, a gente vai viver muito feliz junto, vamos cozinhar, ir na piscina e ver milhares de filmes e eu vou esquecer de todo esse meu ideal de vida, até surtar novamente e querer chutar o balde.
Assim é minha vida e eu gostaria de mudá-la.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Vai tomar no cú eu!
Mais uma vez não sei pq eu estou escrevendo (antes eu falava: não sei pq peguei um papel e uma caneta - ô mundo moderno), mas vou falar de uma coisa que me incomoda: eu finjo que acho que gosto mais dele do que ele de mim. Eu finjo, pq eu quero me irritar, me colocar pra baixo, etc. É uma satisfação anônima quando eu me deixo irritadíssima. Uma coisa de louco, pra falar a verdade. Tudo o que me incomoda, eu forço. Não tô conseguindo me explicar direito, é tipo assim: quando tem uma pelinha no meu dedo que tá doendo, eu sei que se eu deixar ela lá, esquecida, ela não atrapalha em nada, mas eu vou e puxo ela, pra doer mesmo. Dá pra entender? Tipo, eu odeio fazer trabalho da faculdade, mas eu vou lá, todos os dias e abro a página pra fazer um trabalho que eu sei que não vou fazer, e quando eu já tô bem irritada, eu fecho. É tipo chegar no trabalho e abrir o e-mail, sabendo que eu vou ter que responder, mas que não vai dar naquela hora e que eu vou ficar agoniada por não responder, aí eu leio, não respondo, pq não dá tempo, e vou começar meu trabalho estressada. É sensacional o que eu faço comigo. Agora falando dele, é assim, ele nunca mencionou me deixar, eu falo o tempo todo, é a gente brigar pra eu mandar ele pro caralho e dizer que queria voltar pra casa, ele não, quando eu pergunto, ele diz que ele nunca pensou em me deixar, que quem fala isso sou eu. Eu o agarro, ele acha que eu sou bruta (ah, porra, sou mesmo), eu vou o beijar de manhã, ele faz cara feia e diz: porcaria! Eu digo que o amo o tempo todo, ele não. Mas ele diz que preferia que eu nunca dissesse que o amava e tb nunca dissesse que queria ir embora. Ele diz que só absorve as coisas ruins que eu falo e que às vezes, elas vão por cima das coisas boas, e estas não fazem mais sentido pra ele. Eu sou uma fudida em relacionamento, na moral. Outro dia eu dei a louca, comecei a chorar que nem uma descompensada me perguntando pq caralho eu tinha carro, casa, emprego bom, e bolsa cara e não tava descalça na putaquepariu com uma mochila nas costas fazendo trabalho voluntário. Eu me perguntava desesperada pq eu não me conformava com a vida que todo mundo queria. Aí me disseram que eu não era normal, mas que era normal eu ser assim, dá pra entender? Eu não fazia parte do senso comum, mas era ok, se eu queria cair no mundo, eu que fosse. Tá esperando o que? Tô esperando criarem um programa que fosse instalado no ser humano que o fizesse deletar certas coisas da sua cabeça. Aí eu mandaria meu marido, meu carro, meu apto e meu emprego pro espaço e cairia de pára-quedas no meio de um desertão assim, sabe, com a areia vermelha. É só isso que eu tô esperando, dá licença??? Então pronto, eu fico pensando nisso, e ó a auto irritação aí de novo. Eu sou insuportável comigo mesma. Eu digo que acho que eu gosto mais dele do que ele de mim, mas porra nenhuma, acho nada. Eu gosto de encher a porra do meu saco, por isso que eu fico bêbada. Bêbada eu sou a paz em pessoa comigo mesmo, e aí eu brinco horrores, debocho de mim quando me desequilibro fazendo xixi e sento o vaso todo sujo ( na maioria das vezes de propósito), ligo pra várias pessoas e morro de rir depois, e fico tentando apagar a msg e acabo escrevendo outras sem nexo nenhum, é uma onda só, eu sou um barato comigo mesma, parceirona, mas é acordar no dia seguinte, pra eu encher minha cara de tapa e demaquilantes e me enfrentar mais uma vez me perguntando pq caralho bebi tanto, se eu sou tão idiota a ponto de esquecer que disse que nunca mais ia beber, e por aí vai...
Preciso de uma terapia pra aprender a lidar comigo.
Preciso de uma terapia pra aprender a lidar comigo.
terça-feira, 27 de setembro de 2011
De uma forma geral
Pessoal,
Venho por meio desta, me confessar mais uma vez, vou englobar todos vocês, ex-amores da minha vida, pra não dar muito trabalho e nem me prolongar muito.
Fred, como já disse anteriormente, naquele dia lá do Suvaco de Cristo, eu me peguei com o tal do ator, e no dia seguinte, acordei com eca de você. Se eu fosse você, ficaria feliz por não ser um dos que vou citar abaixo....
André, não sei nem por onde começar....Primeiro, me desculpa por te achar chato pra caralho, e um poquinho feio. Você é, não vamos negar. Me desculpe por todas as mentirinhas, é que quando eu dizia que ia pra aula, eu estava no Bar do Seu Zé. Me desculpe por ter ficado mega feliz que o meu amigo de infância tinha entrado pra minha faculdade, nos pegamos lá mesmo. Me desculpe por aquele de mochila amarela, ele era a razão pela qual eu ia nas aulas, e eu voltei de carona com ele algumas vezes e nos agarramos pelo corredor todas as sextas-feiras e eu chorei por ele outras vezes, e deixava ele me beijar, mas eu não beijava não, sério, pq me sentia culpada. Me desculpe por aquele retardado mental que usava uma bandana na cabeça, ele eu beijei mesmo, senti vontade, num súbito de loucura, foi na escada da faculdade tb. Me desculpe por aquele outro da faculdade, o Dani, ele eu fiquei e quando você foi me pegar no churrasco, eu dizia que você era meu irmão, foi mal. Você tinha toda a razão todas as vezes que dizia detestar minha faculdade. Você tinha razão quando dizia que lá só tinha puta e fudido. A puta era eu.
Morten, seu merdinha, eu logo logo descobri o amor da minha vida dois meses depois que você se foi, e continuava a te escrever jurando eterno amor. Tudo mentira.
Emílio, peguei o seu amigo mesmo, ele era uma delícia e me dava muito mole. Foi bem debaixo do seu nariz, quando você foi pra Phili, e só não peguei o seu melhor amigo pq eu tava depressiva no dia que ele me agarrou, pq senão, tinha pego tb. Desculpe a putaria no reveillon da sua casa, mas é que eu me fingi de besta com aquela história de poder beijar todo mundo meia noite. Você caiu que nem um patinho.
Kellen, eu peguei o seu amigo jogador de baseball, o Brad. Quando você foi dormir aquele dia, ficamos lá na sala de música da mansão em que morávamos, depois de termos ido na jacuzzi. Sorry, babe.
Edu, meu querido Edu, me desculpe por terminar o seu noivado de dez anos, me desculpe por ter te feito parar com a obra da sua casa e ela ter sido invadida por mato e você ter perdido tudo. Eu sempre soube que não casaria com você, eu nunca ia casar com um cara tão burro, sério, eu sei que você não teve condições de estudo e tal, mas só é burro quem quer, e você adora ser ignorante e escrever errado, então eu sabia que aquele nosso relacionamento não ia durar muito tempo. Eu fiquei com aquele carinha, aliás, a gente quase namorou, a gente era apaixonado e ele até disse que me amava e eu morria de rir. A gente andou de mãos dadas pela rua muito bêbados enquanto você achava que eu tava trabalhando, ele dizia que eu era a namorada dele. Eu só ia nos jogos de futebol pra o ver jogar, ele me fazia delirar.
Felipe, enquanto eu te namorava eu comecei a namorar outro. E achava um barato ter dois namorados. Morria de rir! Quando o telefone tocava eu não sabia se era você ou o outro. Bêbada então, era melhor ainda.
Enfim, pessoal, vocês fizeram minha vida mais feliz. Obrigada por cada gargalhada bêbada que eu solto quando falo de vocês com minhas amigas.
Valeu mesmo.
Venho por meio desta, me confessar mais uma vez, vou englobar todos vocês, ex-amores da minha vida, pra não dar muito trabalho e nem me prolongar muito.
Fred, como já disse anteriormente, naquele dia lá do Suvaco de Cristo, eu me peguei com o tal do ator, e no dia seguinte, acordei com eca de você. Se eu fosse você, ficaria feliz por não ser um dos que vou citar abaixo....
André, não sei nem por onde começar....Primeiro, me desculpa por te achar chato pra caralho, e um poquinho feio. Você é, não vamos negar. Me desculpe por todas as mentirinhas, é que quando eu dizia que ia pra aula, eu estava no Bar do Seu Zé. Me desculpe por ter ficado mega feliz que o meu amigo de infância tinha entrado pra minha faculdade, nos pegamos lá mesmo. Me desculpe por aquele de mochila amarela, ele era a razão pela qual eu ia nas aulas, e eu voltei de carona com ele algumas vezes e nos agarramos pelo corredor todas as sextas-feiras e eu chorei por ele outras vezes, e deixava ele me beijar, mas eu não beijava não, sério, pq me sentia culpada. Me desculpe por aquele retardado mental que usava uma bandana na cabeça, ele eu beijei mesmo, senti vontade, num súbito de loucura, foi na escada da faculdade tb. Me desculpe por aquele outro da faculdade, o Dani, ele eu fiquei e quando você foi me pegar no churrasco, eu dizia que você era meu irmão, foi mal. Você tinha toda a razão todas as vezes que dizia detestar minha faculdade. Você tinha razão quando dizia que lá só tinha puta e fudido. A puta era eu.
Morten, seu merdinha, eu logo logo descobri o amor da minha vida dois meses depois que você se foi, e continuava a te escrever jurando eterno amor. Tudo mentira.
Emílio, peguei o seu amigo mesmo, ele era uma delícia e me dava muito mole. Foi bem debaixo do seu nariz, quando você foi pra Phili, e só não peguei o seu melhor amigo pq eu tava depressiva no dia que ele me agarrou, pq senão, tinha pego tb. Desculpe a putaria no reveillon da sua casa, mas é que eu me fingi de besta com aquela história de poder beijar todo mundo meia noite. Você caiu que nem um patinho.
Kellen, eu peguei o seu amigo jogador de baseball, o Brad. Quando você foi dormir aquele dia, ficamos lá na sala de música da mansão em que morávamos, depois de termos ido na jacuzzi. Sorry, babe.
Edu, meu querido Edu, me desculpe por terminar o seu noivado de dez anos, me desculpe por ter te feito parar com a obra da sua casa e ela ter sido invadida por mato e você ter perdido tudo. Eu sempre soube que não casaria com você, eu nunca ia casar com um cara tão burro, sério, eu sei que você não teve condições de estudo e tal, mas só é burro quem quer, e você adora ser ignorante e escrever errado, então eu sabia que aquele nosso relacionamento não ia durar muito tempo. Eu fiquei com aquele carinha, aliás, a gente quase namorou, a gente era apaixonado e ele até disse que me amava e eu morria de rir. A gente andou de mãos dadas pela rua muito bêbados enquanto você achava que eu tava trabalhando, ele dizia que eu era a namorada dele. Eu só ia nos jogos de futebol pra o ver jogar, ele me fazia delirar.
Felipe, enquanto eu te namorava eu comecei a namorar outro. E achava um barato ter dois namorados. Morria de rir! Quando o telefone tocava eu não sabia se era você ou o outro. Bêbada então, era melhor ainda.
Enfim, pessoal, vocês fizeram minha vida mais feliz. Obrigada por cada gargalhada bêbada que eu solto quando falo de vocês com minhas amigas.
Valeu mesmo.
sábado, 24 de setembro de 2011
Trouxa de marca maior
Sou eu.
Otária que só. E pros outros também não serem otários, vou alertá-los.
Eu estava hoje lendo um livro em inglês. Eu leio em inglês pra fingir que ainda falo fluente, mas ler eu acho que leio fluente porque me obrigo a estar lendo em inglês. Só compro livros em inglês, é uma auto-irritação mesmo, pq a letra é sempre pequena, eu sempre leio no ônibus e sempre tenho dor de cabeça. Mas eu me obrigo, e isso é uma das poucas coisas que eu ainda faço certo.
Pois bem, estava eu lendo um livro e de repente uma palavrinha me chamou a atenção: paths.
E lá estava eu de volta em um dia da frio da Califórnia, de tardinha sentada no chão da parte externa, com a piscina do meu lado. Na minha frente tinha uma bandeira do brasil e na minha mão uma caneta preta. Eu escrevia pra ele, no meu último dia. Eu escrevia o quanto eu o amava e o quanto eu gostaria de ficar com ele para sempre. Eu agradecia por tudo, incluindo o pijama de estrelas, o amor do Marley, o cachorro e da Sanchez, a iguana. E eu, me debulhando em lágrimas, escrevia uma frase que ele havia me falado: "I know our paths are gonna meet together". Me dá raiva só de lembrar. Ele esqueceu de me falar que our paths não iriam se encontrar merda nenhuma, que ao invés disso, ele iria esquecer da minha existência por dois anos e lembrar só depois quando eu já havia desistido, e que depois, ele estaria namorando, depois casado e depois com um filho. Ele esqueceu tudo isso. E eu fiquei lá, com cara de idiota assistindo ele ser papai.
Antes disso, teve meu primeiro namorado, o tal do Dé, que disse também, que iríamos casar, que havíamos nascido um pro outro. Esse também esqueceu que pouquíssimo tempo depois de terminarmos ele engataria um namoro e iria pra Califórnia, e que depois namoraria outra menina até hoje. Ele esqueceu de dizer que ia me deixar casar com outro.
Mas o pior de todos foi a razão pela qual eu fiz muitas merdas quando voltei dos Eua. Ele disse que me amava em dinamarquês, privilégio para poucos, ele disse com toda a intensidade do mundo que iríamos nos encontrar de novo, mas ele não usou a palavra "paths" não, ele usou a palavra "sure", ele disse que tinha certeza que nos encontraríamos de novo, mas tinha medo de demorar muito tempo. Depois, quando eu já havia ido embora sem saber que era pra sempre, ele disse que tinha medo de demorar muitos anos, que não era pra eu esperar, que era apenas pra eu saber, podia demorar o tempo que for, mas iríamos ficar juntos!
Ele jamais pode imaginar o quanto me dói escrever isso, o quanto é triste ter acreditado piamente nisso, o quanto é doído lembrar que ele iria me fazer esperar a vida toda. E o quanto é ruim pra mim ter um pingo de esperança, um pedacinho mínimo de mim ainda pensa: já se passaram cinco anos, mas ele disse que achava que iria demorar muitos anos. Então, um tantinho de mim, bem pequenininho anda tem um sorriso ingênuo quando pensa que podemos nos encontrar sim.
Mas hoje, depois de lembrar de tudo isso, eu vi o quanto a vida me enganou e me deu uma certa dó da minha ingenuidade e de todas as vezes que eu ficava tranquila sabendo que eu ainda iria ficar junto dele, apenas sabendo, sem esperar, como ele me pediu. Ele prometeu. Ele prometeu todos os dias que ficamos juntos. Ele disse que havia dado a palavra dele, que ele havia prometido e isso ele disse mil vezes.
A promessa está válida, até daqui a muitos anos. Eu é que passei do prazo de validade.
Não quero mais esperar não, só aquele tantinho de mim que quer, mas eu sou muito maior que essa fraqueza, então, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.
É só eu deixar de ser otária e está tudo certo!
Otária que só. E pros outros também não serem otários, vou alertá-los.
Eu estava hoje lendo um livro em inglês. Eu leio em inglês pra fingir que ainda falo fluente, mas ler eu acho que leio fluente porque me obrigo a estar lendo em inglês. Só compro livros em inglês, é uma auto-irritação mesmo, pq a letra é sempre pequena, eu sempre leio no ônibus e sempre tenho dor de cabeça. Mas eu me obrigo, e isso é uma das poucas coisas que eu ainda faço certo.
Pois bem, estava eu lendo um livro e de repente uma palavrinha me chamou a atenção: paths.
E lá estava eu de volta em um dia da frio da Califórnia, de tardinha sentada no chão da parte externa, com a piscina do meu lado. Na minha frente tinha uma bandeira do brasil e na minha mão uma caneta preta. Eu escrevia pra ele, no meu último dia. Eu escrevia o quanto eu o amava e o quanto eu gostaria de ficar com ele para sempre. Eu agradecia por tudo, incluindo o pijama de estrelas, o amor do Marley, o cachorro e da Sanchez, a iguana. E eu, me debulhando em lágrimas, escrevia uma frase que ele havia me falado: "I know our paths are gonna meet together". Me dá raiva só de lembrar. Ele esqueceu de me falar que our paths não iriam se encontrar merda nenhuma, que ao invés disso, ele iria esquecer da minha existência por dois anos e lembrar só depois quando eu já havia desistido, e que depois, ele estaria namorando, depois casado e depois com um filho. Ele esqueceu tudo isso. E eu fiquei lá, com cara de idiota assistindo ele ser papai.
Antes disso, teve meu primeiro namorado, o tal do Dé, que disse também, que iríamos casar, que havíamos nascido um pro outro. Esse também esqueceu que pouquíssimo tempo depois de terminarmos ele engataria um namoro e iria pra Califórnia, e que depois namoraria outra menina até hoje. Ele esqueceu de dizer que ia me deixar casar com outro.
Mas o pior de todos foi a razão pela qual eu fiz muitas merdas quando voltei dos Eua. Ele disse que me amava em dinamarquês, privilégio para poucos, ele disse com toda a intensidade do mundo que iríamos nos encontrar de novo, mas ele não usou a palavra "paths" não, ele usou a palavra "sure", ele disse que tinha certeza que nos encontraríamos de novo, mas tinha medo de demorar muito tempo. Depois, quando eu já havia ido embora sem saber que era pra sempre, ele disse que tinha medo de demorar muitos anos, que não era pra eu esperar, que era apenas pra eu saber, podia demorar o tempo que for, mas iríamos ficar juntos!
Ele jamais pode imaginar o quanto me dói escrever isso, o quanto é triste ter acreditado piamente nisso, o quanto é doído lembrar que ele iria me fazer esperar a vida toda. E o quanto é ruim pra mim ter um pingo de esperança, um pedacinho mínimo de mim ainda pensa: já se passaram cinco anos, mas ele disse que achava que iria demorar muitos anos. Então, um tantinho de mim, bem pequenininho anda tem um sorriso ingênuo quando pensa que podemos nos encontrar sim.
Mas hoje, depois de lembrar de tudo isso, eu vi o quanto a vida me enganou e me deu uma certa dó da minha ingenuidade e de todas as vezes que eu ficava tranquila sabendo que eu ainda iria ficar junto dele, apenas sabendo, sem esperar, como ele me pediu. Ele prometeu. Ele prometeu todos os dias que ficamos juntos. Ele disse que havia dado a palavra dele, que ele havia prometido e isso ele disse mil vezes.
A promessa está válida, até daqui a muitos anos. Eu é que passei do prazo de validade.
Não quero mais esperar não, só aquele tantinho de mim que quer, mas eu sou muito maior que essa fraqueza, então, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima.
É só eu deixar de ser otária e está tudo certo!
sábado, 17 de setembro de 2011
Eu posso?
Estou com vontade de não ter um relacionamento, de ir pra uma praia, encher a cara de cerveja e ser muito feliz naquele espaço de tempo, pq é sempre isso que acontece. Eu sou muito feliz nos momentos mais simples e muito normal nos momentos em que eu deveria estar muito feliz.
Eu sou normal, e isso ele nunca vai entender.
Eu gosto de coisas que alegram minha alma, em qualquer vida.
Eu gosto de coisas naturais, de pé descalço, de blusa sem manga quando chega a tardinha e bate aquela brisa fina em que a maioria das pessoas coloca um casaco.
Eu gosto de água bem gelada, que nem cachoeira, independente de dia frio.
Eu gosto do mundo e ele gosta de mim tb, ele me abraça e eu me sinto acolhida, mesmo sozinha.
Eu gosto de mergulhar no mar sempre que o vejo.
Eu gosto de comer chocolate quando ele está derretido na minha mão.
Eu gosto de pegar carona, até de caminhão de lixo, porquê também é um meio de transporte.
Eu gosto das minhas pulseiras velhas e de palha.
Eu sou normal!!! Eu juro que sou, não é pq eu não me enquadro muito bem na sociedade de hoje que eu sou uma doente ou uma maluca. É isso que ele fala.
Ele não entende pq quando a gente viajou, eu mergulhei no rio, pq tinha rio, no mar, pq tinha mar tb e na piscina, pq eu gosto de ficar deitada na borda com os pés dentro dela e depois mergulhar na água bem gelada. Eu não entendo como ele não mergulhou em nenhum dos três. No rio pq tava frio, no mar pq tava de ressaca e na piscina pq já era noite.
Eu queria alguém menos fresquinho, mais largado, meio... sei lá, meio que nem eu.
Alguém que pelo menos parasse pra prestar atenção no pôr do sol, alguém que soubesse que praia é pra ficar até o sol cair, alguém que gostasse de deitar na grama, pq na minha casa tem grama e bichinhos que coçam, mas eu consigo entender que eu vou sim ficar com picadinhas, mas e daí? Eu quero andar descalça.
Eu quero alguém que ache um barato eu ser sem frescuras e não que fique me controlando pq eu tô com os pés sujos, pq eu bebo demais, pq eu sempre quero ficar mais tempo na praia, pq eu sou uma idiota olhando pra lua ( que está enorme e amarela em cima do mar). Eu posso achar bonito, me emocionar?
Eu posso ser da vida e não da sociedade?
Eu posso???
Eu sou normal, e isso ele nunca vai entender.
Eu gosto de coisas que alegram minha alma, em qualquer vida.
Eu gosto de coisas naturais, de pé descalço, de blusa sem manga quando chega a tardinha e bate aquela brisa fina em que a maioria das pessoas coloca um casaco.
Eu gosto de água bem gelada, que nem cachoeira, independente de dia frio.
Eu gosto do mundo e ele gosta de mim tb, ele me abraça e eu me sinto acolhida, mesmo sozinha.
Eu gosto de mergulhar no mar sempre que o vejo.
Eu gosto de comer chocolate quando ele está derretido na minha mão.
Eu gosto de pegar carona, até de caminhão de lixo, porquê também é um meio de transporte.
Eu gosto das minhas pulseiras velhas e de palha.
Eu sou normal!!! Eu juro que sou, não é pq eu não me enquadro muito bem na sociedade de hoje que eu sou uma doente ou uma maluca. É isso que ele fala.
Ele não entende pq quando a gente viajou, eu mergulhei no rio, pq tinha rio, no mar, pq tinha mar tb e na piscina, pq eu gosto de ficar deitada na borda com os pés dentro dela e depois mergulhar na água bem gelada. Eu não entendo como ele não mergulhou em nenhum dos três. No rio pq tava frio, no mar pq tava de ressaca e na piscina pq já era noite.
Eu queria alguém menos fresquinho, mais largado, meio... sei lá, meio que nem eu.
Alguém que pelo menos parasse pra prestar atenção no pôr do sol, alguém que soubesse que praia é pra ficar até o sol cair, alguém que gostasse de deitar na grama, pq na minha casa tem grama e bichinhos que coçam, mas eu consigo entender que eu vou sim ficar com picadinhas, mas e daí? Eu quero andar descalça.
Eu quero alguém que ache um barato eu ser sem frescuras e não que fique me controlando pq eu tô com os pés sujos, pq eu bebo demais, pq eu sempre quero ficar mais tempo na praia, pq eu sou uma idiota olhando pra lua ( que está enorme e amarela em cima do mar). Eu posso achar bonito, me emocionar?
Eu posso ser da vida e não da sociedade?
Eu posso???
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Numa boa, Senhor?
É tudo muito esquisitio nessa vida. Muito mesmo e me irrita. Mais irritada ainda eu estou, porquê além de estar com a minha velha conhecida TPM crônica (aquela chique), eu tenho certeza absoluta que não vou conseguir escrever o que eu estou sentindo, porque nem eu mesma sei. Vamos lá.
Eu digo que estou feliz pra caralho porquê casei mais fico pensando nos filhos da puta com quem gostaria de estar vez ou outra quando me emputeço com meu marido e fico pensando porquê caralho eu casei com ele. Eu fico muito puta porquê queria que nenhum desses filhos da puta jamais tivessem tido outras mulheres que não fossem eu, enquanto eu gostaria de dar para todos eles nos diferentes dias da semana.
Mas não é isso não. Fico pensando em porque porra não dei certo com aqueles que tinham absolutamente tudo a ver comigo e fui me casar e amar loucamente um que me esculhamba toda vez.
Caraaaaalho, eu quero saber quem foi que disse que eu queria ter uma vidinha tranquila!!! Eu quero muito saber quem foi que decidiu isso pra mim, pra eu poder dizer que nãããão, não é bem assim!!!! Eu queria viver de amor numa cabana e ser feliz! Alguém tá me ouvindo???!!!!! Eu quero aventuraaaa!!! Eu quero!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Tá ouvindo aí em cima???? Eu quero ser feliz acima de qualquer coisa, eu quero me sujar quando como chocolate e o meu amor morrer de rir e me lamber!!!!! Eu quero fazer a palhaçada mais idiota do mundo e ter alguém do meu lado pra me aplaudir, morrer de rir, me jogar na cama, me encher de beijos e me fazer delirar!!!!!!
Eu não quero delirar só quando eu tiver bêbada e me tornar uma alcoólatra com muito orgulho!!!
Eu quero um amor pra vida inteira. Eu quero viajar, ir pra puta que pariu com ele e ser feliz! Eu quero não achar monótono viajar só com ele!!!!!!!
Meu Deussssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Será que o Senhor não errou na dose não?????
Será que o Senhor não colocou um sujeito muito calmo do meu lado?
Será que o Senhor errou a mão?
Será que o Senhor então, já que não tem mais jeito, não poderia dar um gás, sei lá, colocar uma pitadinha de sal?
Olha, eu vou ficar aguardando sua resposta.
Mas de qualquer modo, obrigada. Eu sou eternamente grata pelo Senhor ter o colocado na minha vida e eu sou a mulher mais feliz do mundo com ele, de verdade. Obrigada, isso eu falo com todo o meu coração e o Senhor sabe disso.
(Mas vamos fechar um acordo em relação áquelas coisinhas lá em cima, numa boa?)
Eu digo que estou feliz pra caralho porquê casei mais fico pensando nos filhos da puta com quem gostaria de estar vez ou outra quando me emputeço com meu marido e fico pensando porquê caralho eu casei com ele. Eu fico muito puta porquê queria que nenhum desses filhos da puta jamais tivessem tido outras mulheres que não fossem eu, enquanto eu gostaria de dar para todos eles nos diferentes dias da semana.
Mas não é isso não. Fico pensando em porque porra não dei certo com aqueles que tinham absolutamente tudo a ver comigo e fui me casar e amar loucamente um que me esculhamba toda vez.
Caraaaaalho, eu quero saber quem foi que disse que eu queria ter uma vidinha tranquila!!! Eu quero muito saber quem foi que decidiu isso pra mim, pra eu poder dizer que nãããão, não é bem assim!!!! Eu queria viver de amor numa cabana e ser feliz! Alguém tá me ouvindo???!!!!! Eu quero aventuraaaa!!! Eu quero!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Tá ouvindo aí em cima???? Eu quero ser feliz acima de qualquer coisa, eu quero me sujar quando como chocolate e o meu amor morrer de rir e me lamber!!!!! Eu quero fazer a palhaçada mais idiota do mundo e ter alguém do meu lado pra me aplaudir, morrer de rir, me jogar na cama, me encher de beijos e me fazer delirar!!!!!!
Eu não quero delirar só quando eu tiver bêbada e me tornar uma alcoólatra com muito orgulho!!!
Eu quero um amor pra vida inteira. Eu quero viajar, ir pra puta que pariu com ele e ser feliz! Eu quero não achar monótono viajar só com ele!!!!!!!
Meu Deussssssssssssss!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Será que o Senhor não errou na dose não?????
Será que o Senhor não colocou um sujeito muito calmo do meu lado?
Será que o Senhor errou a mão?
Será que o Senhor então, já que não tem mais jeito, não poderia dar um gás, sei lá, colocar uma pitadinha de sal?
Olha, eu vou ficar aguardando sua resposta.
Mas de qualquer modo, obrigada. Eu sou eternamente grata pelo Senhor ter o colocado na minha vida e eu sou a mulher mais feliz do mundo com ele, de verdade. Obrigada, isso eu falo com todo o meu coração e o Senhor sabe disso.
(Mas vamos fechar um acordo em relação áquelas coisinhas lá em cima, numa boa?)
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Queria te dizer
Oi Dé,
Tudo bem?
Então, tem uma coisa que eu preciso te dizer.... Nem sei porque eu me sinto assim tão culpada, na verdade eu não queria te dizer de jeito nenhum, mas me sinto na obrigação. Coisa idiota, né? Que obrigação eu teria com você? Mas é que a gente prometeu, fez juras, usamos a aliança e tudo o mais, e foi mal... eu quebrei a promessa. Eu jurei, mil vezes, mais até, jurei com toda a minha alma, mas eu não sabia naquela época que minhas palavras eram frouxas. Aliás, pouca coisa eu sabia naquele tempo, quase nada. A mais importante de todas era você, e isso eu sabia muito bem, sabia mais que qualquer pessoa no universo. Sei até hoje. Mais que qualquer uma que já esteve com você. Sei. Sei muito. Sei bem. Sei como ninguém. Sei de tudo. De tudo. E isso me dá um medo danado! Eu fico pensando hoje como eu era feliz naquela época.... Bota felicidade nisso! Você me disse uma vez e acho que foi a coisa mais certa que já me disse. Me surpreendeu, você nunca foi muito esperto, mas me disse uma coisa que não me sai da cabeça e me deixou frustrada pro resto da vida. Valeu hein... Você disse que nunca mais vamos amar ninguém como nos amamos, porque foi um amor ingênuo, nós não conhecíamos a maldade. Como você pensou nisso? Você ainda pensa em mim? Ah, deixa pra lá, o que importa? Você me disse isso, e eu chorei tanto, mas tanto! Aquelas palavras entraram no meu coração e me convenceram: nunca mais vou amar de verdade. De verdade sim, porque esses amores de hoje em dia são um saco! A gente sabe tudinho, todas as maldades, sem surpresas, sem borboletas no estômago, sem ciúme infantil, sem cartas escritas com sabonetes. Que porre! Ah, se eu soubesse... Teria feito diferente! Teria feito ao contrário! Eu teria curtido, viajado, me acabado, me formado e pronto, aqui estou eu. Mas foi tudo ao contrário. A gente prometeu, a gente disse um pro outro, a gente tinha certeza. Eu sou da sua vida e você é da minha. Ponto final, que passe o tempo, que passe toda uma vida entre a gente, mas lá, bem depois, a gente cumpriria com a nossa palavra. Mas não foi isso que aconteceu, não vai ser isso que vai acontecer, por isso lhe escrevo! É única e exclusivamente pra dizer que não vai mais acontecer. Que, como eu disse antes, eu descobri que minhas palavras não valem lá essas coisas e que a gente não vai casar coisa nenhuma. Apesar de eu continuar achando que você é o homem da minha vida. Mas talvez eu só ache isso por causa lá das coisas que você me falou. E tem mais: quem foi que disse que a gente obrigariamente vai se casar com o homem de nossas vidas? Cada coisa...
Eu sonhei com você. Lembra quando a gente começou a namorar? Lembra que no dia seguinte você me ligou pra dizer que estava indo pra corrida? Eu estava no banheiro da minha mãe, indo tomar banho, com o telefone sem fio. Lá estava eu de novo, com o telefone na mão e você ligou. Me ligou pra dizer que eu estava grávida de um mês de você. Sério. Foi você quem me avisou. A gente não tinha nada, você simplesmente me ligou dizendo que eu estava grávida de você. Eu tive esse sonho exatamente na noite em que começamos a namorar, dez anos depois. Então, querido, as coisas estão um tanto quanto confusas por aqui. Eu não sei porquê eu chorei muito e tive vontade de te chamar pra tomar um chopp, só pra te dizer o que eu quero dizer. Eu não tenho vontade de ficar com você, de voltar com você, não tenho mesmo, mas é que é muito estranho tudo isso estar acontecendo na minha vida e não ser com você. É esquisito porquê parece que eu fui fabricada para estar com você e como isso não aconteceu, eu dei um monte de defeitos. E todos esses defeitos foram consertados e eu fui toda remontada. É sério, é muito estranho. E isso tá me deixando esquisita demais. Mas não esquista com sentimentos, esquisita confusa mesmo, como se eu devesse um milhão de desculpas pra você. Desculpa. Eu sinto como se tivesse que dizer isso pro resto da vida, ou então, implorar desesperadamente para que você me pegue e tire os remendos! Volte no tempo, faça milagres, sei lá! Qualquer coisa! Me sinto de joelhos te pedindo para me sacudir e acordar, me dizer que a vida que se meteu no nosso meio não existe mais e que vamos nos encaixar. Mas eu não quero isso!!! Será que dá pra entender? Eu não quero, eu tô feliz, eu tô muito feliz! Eu não quero saber da sua vida, se tá bem, se não tá, se tá casado ou não. Não quero, não me interessa, não faz diferença! São só essas merdas desses sentimentos que ficam na cabeça de uma mulher que casou. Sim, eu casei, e foi no dia em que começamos a namorar. Dez anos depois.
Eu precisava de te dizer, pois me sinto como uma menina pequena fazendo besteiras e tenho medo de você brigar comigo.
Desculpa, Dé.
Tudo bem?
Então, tem uma coisa que eu preciso te dizer.... Nem sei porque eu me sinto assim tão culpada, na verdade eu não queria te dizer de jeito nenhum, mas me sinto na obrigação. Coisa idiota, né? Que obrigação eu teria com você? Mas é que a gente prometeu, fez juras, usamos a aliança e tudo o mais, e foi mal... eu quebrei a promessa. Eu jurei, mil vezes, mais até, jurei com toda a minha alma, mas eu não sabia naquela época que minhas palavras eram frouxas. Aliás, pouca coisa eu sabia naquele tempo, quase nada. A mais importante de todas era você, e isso eu sabia muito bem, sabia mais que qualquer pessoa no universo. Sei até hoje. Mais que qualquer uma que já esteve com você. Sei. Sei muito. Sei bem. Sei como ninguém. Sei de tudo. De tudo. E isso me dá um medo danado! Eu fico pensando hoje como eu era feliz naquela época.... Bota felicidade nisso! Você me disse uma vez e acho que foi a coisa mais certa que já me disse. Me surpreendeu, você nunca foi muito esperto, mas me disse uma coisa que não me sai da cabeça e me deixou frustrada pro resto da vida. Valeu hein... Você disse que nunca mais vamos amar ninguém como nos amamos, porque foi um amor ingênuo, nós não conhecíamos a maldade. Como você pensou nisso? Você ainda pensa em mim? Ah, deixa pra lá, o que importa? Você me disse isso, e eu chorei tanto, mas tanto! Aquelas palavras entraram no meu coração e me convenceram: nunca mais vou amar de verdade. De verdade sim, porque esses amores de hoje em dia são um saco! A gente sabe tudinho, todas as maldades, sem surpresas, sem borboletas no estômago, sem ciúme infantil, sem cartas escritas com sabonetes. Que porre! Ah, se eu soubesse... Teria feito diferente! Teria feito ao contrário! Eu teria curtido, viajado, me acabado, me formado e pronto, aqui estou eu. Mas foi tudo ao contrário. A gente prometeu, a gente disse um pro outro, a gente tinha certeza. Eu sou da sua vida e você é da minha. Ponto final, que passe o tempo, que passe toda uma vida entre a gente, mas lá, bem depois, a gente cumpriria com a nossa palavra. Mas não foi isso que aconteceu, não vai ser isso que vai acontecer, por isso lhe escrevo! É única e exclusivamente pra dizer que não vai mais acontecer. Que, como eu disse antes, eu descobri que minhas palavras não valem lá essas coisas e que a gente não vai casar coisa nenhuma. Apesar de eu continuar achando que você é o homem da minha vida. Mas talvez eu só ache isso por causa lá das coisas que você me falou. E tem mais: quem foi que disse que a gente obrigariamente vai se casar com o homem de nossas vidas? Cada coisa...
Eu sonhei com você. Lembra quando a gente começou a namorar? Lembra que no dia seguinte você me ligou pra dizer que estava indo pra corrida? Eu estava no banheiro da minha mãe, indo tomar banho, com o telefone sem fio. Lá estava eu de novo, com o telefone na mão e você ligou. Me ligou pra dizer que eu estava grávida de um mês de você. Sério. Foi você quem me avisou. A gente não tinha nada, você simplesmente me ligou dizendo que eu estava grávida de você. Eu tive esse sonho exatamente na noite em que começamos a namorar, dez anos depois. Então, querido, as coisas estão um tanto quanto confusas por aqui. Eu não sei porquê eu chorei muito e tive vontade de te chamar pra tomar um chopp, só pra te dizer o que eu quero dizer. Eu não tenho vontade de ficar com você, de voltar com você, não tenho mesmo, mas é que é muito estranho tudo isso estar acontecendo na minha vida e não ser com você. É esquisito porquê parece que eu fui fabricada para estar com você e como isso não aconteceu, eu dei um monte de defeitos. E todos esses defeitos foram consertados e eu fui toda remontada. É sério, é muito estranho. E isso tá me deixando esquisita demais. Mas não esquista com sentimentos, esquisita confusa mesmo, como se eu devesse um milhão de desculpas pra você. Desculpa. Eu sinto como se tivesse que dizer isso pro resto da vida, ou então, implorar desesperadamente para que você me pegue e tire os remendos! Volte no tempo, faça milagres, sei lá! Qualquer coisa! Me sinto de joelhos te pedindo para me sacudir e acordar, me dizer que a vida que se meteu no nosso meio não existe mais e que vamos nos encaixar. Mas eu não quero isso!!! Será que dá pra entender? Eu não quero, eu tô feliz, eu tô muito feliz! Eu não quero saber da sua vida, se tá bem, se não tá, se tá casado ou não. Não quero, não me interessa, não faz diferença! São só essas merdas desses sentimentos que ficam na cabeça de uma mulher que casou. Sim, eu casei, e foi no dia em que começamos a namorar. Dez anos depois.
Eu precisava de te dizer, pois me sinto como uma menina pequena fazendo besteiras e tenho medo de você brigar comigo.
Desculpa, Dé.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Essas vontades
Eu e essas minhas vontades de escrever, de gritar pro mundo, de mandar todo mundo ir se fuder e amar a todos tão intensamente. Ah, nem eu entendo. Sabe-se lá o que eu quero escrever. Nesse momento meus principais problemas são meu celular que a conta veio trezentos e oito reais, e eu fico puta quando vou pagar, pq eu só uso essa merda a trabalho e pra falar interurbano, e juro que vou cancelar desde o ano passado e tenho preguiça, meus funcionários que não fizeram ainda uma merda de um exame que eles têm que fazer e eu tenho preguiça de correr atrás, meu namorado que resolveu encher a porra da cara e ficar no bar até meia noite, enquanto se eu fizer isso eu sou crucificada e meu apartamento que vai ficar pronto e eu não tenho todo o dinheiro que eu queria ter pra comprar minha máquina de lavar e secar, pq eu gastei todo meu dinheiro num carro novo, pq eu e meu amor entramos na concessionária só pra saber quando ainda faltava pagar do nosso carro e saímos com um zero. Enfim, tenho problemas fúteis! Se todos os problemas do mundo fossem que nem os meus, todos teriam que estender a roupa no varal e andariam de carro novo. Um "vai tomar no cu" bem grande pra mim. Antes meus problemas eram meu relacionamento que era uma bosta e minha família que morava longe, mas agora meu relacionamento tá um mar de rosas e minha famíla está pensando em vir pra cá! Viva! Sou uma menina sem problemas. Mas eu acho que isso de repente é um problema, não é possivel! Emprego ótimo, meu chefe me acha a pica das galáxias e meus funcionários me dão presentes todos os dias, às vezes eu saio com a bolsa tão pesada de filmes piratas que eu disse que queria ver e ganhei no dia seguinte, de balas compradas em ônibus, de flores rosas para colocar na cabeça, de bolos de chocolates que são trocados por almoços na loja de doces do shopping, de anéis do camelô de um real, etc. E esses presentes, meu amigo, valem mais que jóias de diamantes pq são dados com tanto amor, que quando eu to na tpm meus olhos se enchem de água. É uma delícia ser chefe, além de você não ter que se reportar a ninguém, você é sempre o centro das atenções! Viva eu ser pseudo-leonina!
Okay, gostaria de dizer a todos que eu me convenci que minha vida tá o maior barato! Sim, está. Eu não me preocupo mais com dinheiro, pq eu aprendi a gastar e a economizar principalmente (menos no celular), e por isso eu posso comprar sessões de drenagem linfática e clareamentos dentais! Eu arranjei tempo pra ir na academia, mesmo quando esse tempo é seis da manhã e é simplesmente uma de-lí-cia malhar antes do trabalho, pq quando vc chega dele, dá vontade de malhar de novo. Sim, estou trabalhando nas minhas celulites e na minha barriga, resolvi ser gostosa.
Peraí, o que eu tinha pra desabafar era tudo isso aí em cima? Realmente eu escrevi só bons problemas e luxos que estão sendo devidamente sustentados?
Uau. Eu mudei. Agora eu me valorizo! Eu não me acho mais um ser pequeno e insignificante no mundo!
Viva! Eu sou foda. E ai de quem duvidar.
Vai um licor de chocolate pra brindar o meu sucesso?
Okay, gostaria de dizer a todos que eu me convenci que minha vida tá o maior barato! Sim, está. Eu não me preocupo mais com dinheiro, pq eu aprendi a gastar e a economizar principalmente (menos no celular), e por isso eu posso comprar sessões de drenagem linfática e clareamentos dentais! Eu arranjei tempo pra ir na academia, mesmo quando esse tempo é seis da manhã e é simplesmente uma de-lí-cia malhar antes do trabalho, pq quando vc chega dele, dá vontade de malhar de novo. Sim, estou trabalhando nas minhas celulites e na minha barriga, resolvi ser gostosa.
Peraí, o que eu tinha pra desabafar era tudo isso aí em cima? Realmente eu escrevi só bons problemas e luxos que estão sendo devidamente sustentados?
Uau. Eu mudei. Agora eu me valorizo! Eu não me acho mais um ser pequeno e insignificante no mundo!
Viva! Eu sou foda. E ai de quem duvidar.
Vai um licor de chocolate pra brindar o meu sucesso?
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Mochila amarela
- Tá fudida, vou te pintar inteira!
-Como você sabe meu nome?
-Sou amigo do fulano.
-Ahn...
Eu também lembrava dele. Carnaval de uns três anos atrás, era o Pedro.
Trote na faculdade, ele era meu veterano. Que ótimo...
Lá se foram cinco dias voltando pra casa toda pintada e uma semana com cabelo azul da tinta que não saía.
Chegou a sexta-feira, choppada, ufa! Eu e ela já estávamos com nossas cervejas, e me vem o Pedro, com esse diálogo, exatamente:
-E aí? Tá há muito tempo aqui?
-Acabei de chegar.
-Vou lá então...
Ele passou a mão no meu ombro e foi embora.
-Ele tá afim de você - Ela falou.
-Ahn?
-Ele tá afim de você.
-Não viaja.
Isso tudo foi motivo o suficiente para que meu castelo de areia desmoronasse.
Na semana seguinte, eu tinha aula de geometria descritiva, e tinha a folha de exercícios 1 pra fazer. Nos encontramos e eu disse que não sabia fazer, ele disse que me ajudaria e combinamos de nos encontrar na sala de estudos ao 12h do dia seguinte. Eu estava lá 11:45, ele não apareceu até 13h. Fui pra Choppada no mesmo dia - sim, tinha choppada quase todos os dias -, e esperei ansiosamente ele chegar. Esperei porquê desde o momento em que ela falou que ele estava afim de mim, eu havia me apaixonado por ele. Vai entender a força das palavras daquela melhor amiga pro resto da vida (sim, Tchu!). Ela me fudeu!
Eu tava muito nervosa, e piorou quando aquela mochila amarela vinha cruzando o gramado. Eu tava cheia de desaforos pra dizer a ele, mas não disse nada. Ele que veio:
-Pô, foi mal, nem deu pra eu ir hoje...
-Tranquilo...
E foi dar uma volta. Eu não entendia porque meu coração vagabundo tava daquele jeito.
E nesse dia ele olhou pra mim e tentou me beijar, eu disse:
-Tenho namorado.
E fui embora. E toma-lhe pensar nele! O final de semana passou mais lento do que o normal, e o intervalo da aula de segunda feira iluminou meu dia. Passamos a conversar mais naquela semana, porque eu sempre estava onde ele estava e coincidentemente, ele sempre estava onde eu estava também. E na quinta-feira voltamos juntos de ônibus, tava trânsito, ele pegou a minha mão e olhou minha aliança, eu a escondi e ri. E conversamos até chegar em casa.
Chegou a sexta-feira e junto com ela, a Choppada. Eu estava ansiosa pra começar logo, e as aulas foram inúteis naquele dia. Ele havia sumido na hora, e eu achei que ele tivesse ido embora. Eu enchi a cara, como de praxe e algum tempo depois ele apareceu, com novas bebidas. Foi direto na minha direção:
-Não parei de pensar em você desde ontem.
-Você tá bêbado.
Ele fez o 4: Não estou não.
-Então tá maluco.
-Você acha?
-Acho.
Ele desapareceu de novo e eu fiquei ali parada tentando assimilar as palavras que saíram da minha boca antes sequer de eu dar tempo do meu coração mandar uma mensagem pro meu cérebro!
Ele voltou. Eu não falei nada pra ninguém, eu o vi vindo lá no final do corredor, e fui igual a uma maluca na direção dele. Coloquei uma mão em cada ombro, o encostei na parede e lá foi:
-Agora você vai ouvir! Você acha o quê? Me aparece na minha frente falando que não parou de pensar em mim? Você quer saber, quer? Eu não paro de pensar em você, você tá me deixando maluca porquê eu tô apaixonada por você e eu tenho namorado! Por quê você não foi fazer a folha de GD comigo? Eu tava lá te esperando! E eu lembrava seu nome também!!!
-Então larga seu namorado e fica comigo!
-Eu não posso!
-Não pode o quê! Você tá dizendo que tá apaixonada por mim e eu também tô por você!
-Não!!! Chega!!!
E saí...um pouco em pânico.
E essa história rendeu bons semestres da faculdade. Eu estava perdidamente apaixonada, mas não tinha culhão pra largar meu namorado. E foram dias e dias voltando juntos da faculdade, indo juntos, passando a tarde nas choppadas juntos, nos abraçando, mas sem se beijar, porquê eu achava que seria traição apenas se eu o beijasse, mas deixar ele me beijar inteira era ok, que bobagem....
E sempre bêbados nos declarávamos, eu chorava, e brigávamos! Jurávamos que não nos falaríamos mais... Era até engraçado, ele me pegava pelo braço, me fazia declarações de amor, pedia pra eu largar meu namorado e ficar com ele, e eu quase morria, jurava amor eterno a ele, mas dizia que não iria trair meu namorado, e ele sempre ficava muito puto, me xingava e dizia que não ia falar comigo nunca mais, e chegava o final da choppada, lá estávamos nós, juntos outra vez, mais bêbados ainda. Era toda semana a mesma coisa. Algumas vezes variavam, como da vez que eu o vi ficando com uma amiga minha. Teve o mesmo começo, mas teve uma hora que eu falei alguma coisa pra ele, que ele disse "então morreu", se virou e sumiu, e então eu fui correndo falar pra ela tudo o que ele tinha me falado e eu também, e pedi pra que ela lembrasse pq eu tava muito bêbada e não lembraria depois. Mas amiga que é amiga tá bêbada também, e então ela se esqueceu, óbvio. Só sei que eu o vi ficando com uma amiga minha. Na mesma hora, eu quase morri e fui embora correndo, eis que uma outra amiga me viu e foi atrás de mim. Eu sei que eu ouvi a voz dele, não sei como. Ele me chamou uma vez, eu não virei, meu chamou a segunda, eu continuei andando, e ele puxou minha amiga e disse que sabia que eu tava muito puta, mas que na segunda-feira falaria comigo. Ele não falou nunca, porquê também estava muito bêbado pra lembrar. Nesse dia a noite, eu estava indo prum casamento e de dentro do taxi eu o vi, com a mochila amarela andando pelo meio da rua, na chuva, sozinho....
Vieram as férias e junto com ela, o fim do meu namoro, porquê não dava mais. Além de eu ter me apaixonado por outra pessoa, a vida me apaixonava ainda mais e eu precisava vivê-la.
Mais um semestre começava, e eu precisava encontrar com ele. No final do semestre passado, ele já não falava mais comigo e nem eu com ele, brigávamos o tempo todo e ele só me dizia que eu era uma mimada, cheia de vontades, tudo tinha que ser do meu jeito e eu era uma mandona! Ele era louco por mim. Eu era louca por ele. Sempre que tínhamos oportunidade, brigávamos um pouco mais, era delicioso.
Era o primeiro dia de aula, e eu estava esperando o elevador. Quando a porta se abriu, ele estava saindo e eu entrando, paramos no meio, entre as várias pessoas que nos esbarravam!
-Como você tá?
-Solteira - Foi tudo o que me veio na cabeça! Era pra eu responder que tava bem, sei lá.
-E eu casado.
Juro!!! Meu chão caiu e eu entrei no elevador querendo morrer!
Mas como a mulher sempre tem o controle e homem é sempre filho da puta, eu não deixei a peteca cair.
Que venha a choppada. Que venha aquela mochila amarela.
Já estávamos bêbados, conforme manda o figurino e eu o puxo.
-Esse namoro é sério?
-Quê?
-Vai, responde. Esse namoro é sério?
-É um namoro.
-Mas é um namoro sério?
-O que você chama de um namoro sério?
-Se não for sério você vai lá no segundo andar comigo, se for, você não vai.
Eu mal tinha terminado a frase quando ele me puxou pelo braço.
Entramos no elevador, cada um num canto, quando as portas se fecharam ele me agarrou da forma mais gostosa do mundo e não paramos de nos beijar. Entramos numa sala que dava pro teto de um prédio. Pulamos a varanda e ficamos ao ar livre, sentados com as pernas balançando lá pra baixo, onde estavam todos se divertindo. Deitamos e ficamos olhando as estrelas e dizendo o quanto havíamos esperado por aquele momento.
Mas como não existe conto de fadas, ficamos algumas vezes e depois abandonei a Arquitetura. Muito chato.
"Hoje eu queria tomar um café ouvindo você suspirar, me dizendo que eu sou a causadora da sua insônia e
que eu faço tudo errado sempre..."
-Como você sabe meu nome?
-Sou amigo do fulano.
-Ahn...
Eu também lembrava dele. Carnaval de uns três anos atrás, era o Pedro.
Trote na faculdade, ele era meu veterano. Que ótimo...
Lá se foram cinco dias voltando pra casa toda pintada e uma semana com cabelo azul da tinta que não saía.
Chegou a sexta-feira, choppada, ufa! Eu e ela já estávamos com nossas cervejas, e me vem o Pedro, com esse diálogo, exatamente:
-E aí? Tá há muito tempo aqui?
-Acabei de chegar.
-Vou lá então...
Ele passou a mão no meu ombro e foi embora.
-Ele tá afim de você - Ela falou.
-Ahn?
-Ele tá afim de você.
-Não viaja.
Isso tudo foi motivo o suficiente para que meu castelo de areia desmoronasse.
Na semana seguinte, eu tinha aula de geometria descritiva, e tinha a folha de exercícios 1 pra fazer. Nos encontramos e eu disse que não sabia fazer, ele disse que me ajudaria e combinamos de nos encontrar na sala de estudos ao 12h do dia seguinte. Eu estava lá 11:45, ele não apareceu até 13h. Fui pra Choppada no mesmo dia - sim, tinha choppada quase todos os dias -, e esperei ansiosamente ele chegar. Esperei porquê desde o momento em que ela falou que ele estava afim de mim, eu havia me apaixonado por ele. Vai entender a força das palavras daquela melhor amiga pro resto da vida (sim, Tchu!). Ela me fudeu!
Eu tava muito nervosa, e piorou quando aquela mochila amarela vinha cruzando o gramado. Eu tava cheia de desaforos pra dizer a ele, mas não disse nada. Ele que veio:
-Pô, foi mal, nem deu pra eu ir hoje...
-Tranquilo...
E foi dar uma volta. Eu não entendia porque meu coração vagabundo tava daquele jeito.
E nesse dia ele olhou pra mim e tentou me beijar, eu disse:
-Tenho namorado.
E fui embora. E toma-lhe pensar nele! O final de semana passou mais lento do que o normal, e o intervalo da aula de segunda feira iluminou meu dia. Passamos a conversar mais naquela semana, porque eu sempre estava onde ele estava e coincidentemente, ele sempre estava onde eu estava também. E na quinta-feira voltamos juntos de ônibus, tava trânsito, ele pegou a minha mão e olhou minha aliança, eu a escondi e ri. E conversamos até chegar em casa.
Chegou a sexta-feira e junto com ela, a Choppada. Eu estava ansiosa pra começar logo, e as aulas foram inúteis naquele dia. Ele havia sumido na hora, e eu achei que ele tivesse ido embora. Eu enchi a cara, como de praxe e algum tempo depois ele apareceu, com novas bebidas. Foi direto na minha direção:
-Não parei de pensar em você desde ontem.
-Você tá bêbado.
Ele fez o 4: Não estou não.
-Então tá maluco.
-Você acha?
-Acho.
Ele desapareceu de novo e eu fiquei ali parada tentando assimilar as palavras que saíram da minha boca antes sequer de eu dar tempo do meu coração mandar uma mensagem pro meu cérebro!
Ele voltou. Eu não falei nada pra ninguém, eu o vi vindo lá no final do corredor, e fui igual a uma maluca na direção dele. Coloquei uma mão em cada ombro, o encostei na parede e lá foi:
-Agora você vai ouvir! Você acha o quê? Me aparece na minha frente falando que não parou de pensar em mim? Você quer saber, quer? Eu não paro de pensar em você, você tá me deixando maluca porquê eu tô apaixonada por você e eu tenho namorado! Por quê você não foi fazer a folha de GD comigo? Eu tava lá te esperando! E eu lembrava seu nome também!!!
-Então larga seu namorado e fica comigo!
-Eu não posso!
-Não pode o quê! Você tá dizendo que tá apaixonada por mim e eu também tô por você!
-Não!!! Chega!!!
E saí...um pouco em pânico.
E essa história rendeu bons semestres da faculdade. Eu estava perdidamente apaixonada, mas não tinha culhão pra largar meu namorado. E foram dias e dias voltando juntos da faculdade, indo juntos, passando a tarde nas choppadas juntos, nos abraçando, mas sem se beijar, porquê eu achava que seria traição apenas se eu o beijasse, mas deixar ele me beijar inteira era ok, que bobagem....
E sempre bêbados nos declarávamos, eu chorava, e brigávamos! Jurávamos que não nos falaríamos mais... Era até engraçado, ele me pegava pelo braço, me fazia declarações de amor, pedia pra eu largar meu namorado e ficar com ele, e eu quase morria, jurava amor eterno a ele, mas dizia que não iria trair meu namorado, e ele sempre ficava muito puto, me xingava e dizia que não ia falar comigo nunca mais, e chegava o final da choppada, lá estávamos nós, juntos outra vez, mais bêbados ainda. Era toda semana a mesma coisa. Algumas vezes variavam, como da vez que eu o vi ficando com uma amiga minha. Teve o mesmo começo, mas teve uma hora que eu falei alguma coisa pra ele, que ele disse "então morreu", se virou e sumiu, e então eu fui correndo falar pra ela tudo o que ele tinha me falado e eu também, e pedi pra que ela lembrasse pq eu tava muito bêbada e não lembraria depois. Mas amiga que é amiga tá bêbada também, e então ela se esqueceu, óbvio. Só sei que eu o vi ficando com uma amiga minha. Na mesma hora, eu quase morri e fui embora correndo, eis que uma outra amiga me viu e foi atrás de mim. Eu sei que eu ouvi a voz dele, não sei como. Ele me chamou uma vez, eu não virei, meu chamou a segunda, eu continuei andando, e ele puxou minha amiga e disse que sabia que eu tava muito puta, mas que na segunda-feira falaria comigo. Ele não falou nunca, porquê também estava muito bêbado pra lembrar. Nesse dia a noite, eu estava indo prum casamento e de dentro do taxi eu o vi, com a mochila amarela andando pelo meio da rua, na chuva, sozinho....
Vieram as férias e junto com ela, o fim do meu namoro, porquê não dava mais. Além de eu ter me apaixonado por outra pessoa, a vida me apaixonava ainda mais e eu precisava vivê-la.
Mais um semestre começava, e eu precisava encontrar com ele. No final do semestre passado, ele já não falava mais comigo e nem eu com ele, brigávamos o tempo todo e ele só me dizia que eu era uma mimada, cheia de vontades, tudo tinha que ser do meu jeito e eu era uma mandona! Ele era louco por mim. Eu era louca por ele. Sempre que tínhamos oportunidade, brigávamos um pouco mais, era delicioso.
Era o primeiro dia de aula, e eu estava esperando o elevador. Quando a porta se abriu, ele estava saindo e eu entrando, paramos no meio, entre as várias pessoas que nos esbarravam!
-Como você tá?
-Solteira - Foi tudo o que me veio na cabeça! Era pra eu responder que tava bem, sei lá.
-E eu casado.
Juro!!! Meu chão caiu e eu entrei no elevador querendo morrer!
Mas como a mulher sempre tem o controle e homem é sempre filho da puta, eu não deixei a peteca cair.
Que venha a choppada. Que venha aquela mochila amarela.
Já estávamos bêbados, conforme manda o figurino e eu o puxo.
-Esse namoro é sério?
-Quê?
-Vai, responde. Esse namoro é sério?
-É um namoro.
-Mas é um namoro sério?
-O que você chama de um namoro sério?
-Se não for sério você vai lá no segundo andar comigo, se for, você não vai.
Eu mal tinha terminado a frase quando ele me puxou pelo braço.
Entramos no elevador, cada um num canto, quando as portas se fecharam ele me agarrou da forma mais gostosa do mundo e não paramos de nos beijar. Entramos numa sala que dava pro teto de um prédio. Pulamos a varanda e ficamos ao ar livre, sentados com as pernas balançando lá pra baixo, onde estavam todos se divertindo. Deitamos e ficamos olhando as estrelas e dizendo o quanto havíamos esperado por aquele momento.
Mas como não existe conto de fadas, ficamos algumas vezes e depois abandonei a Arquitetura. Muito chato.
"Hoje eu queria tomar um café ouvindo você suspirar, me dizendo que eu sou a causadora da sua insônia e
que eu faço tudo errado sempre..."
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Depressão internacional
Todo mês é a mesma coisa. Minha TPM chega de avião, uma viadagem só. Ela faz questão de dar uma passadinha na Dinamarca, um pitstop nos States e, porque não?, uma paradinha no Rio e Espírito Santo, e enfim, desembarca com tudo, em Salvador. É uma merda. Ela faz questão de bater um papo com todos os meus amores, todos os que um dia foram os homens da minha vida, todos os bons partidos que eu fiz questão de mandar pra putaqueopariu. Enfim, minha Tpm faz questão de me fuder todo mês.
E lá vem ela, junto com milhares de lembranças que me fazem encher os olhos d´água, relembrar músicas, fantasiar cenas, e me culpar por cada coisinha que eu fiz de errado, e só soube depois. Porra, será mesmo que eu tenho que me culpar por tudo o que eu fiz? Eu tava curtindo, pô, pode ser? Eu não tava no clima, eu queria curir. Foi mal! Será que eu tenho que espalhar outdoors pela cidade, quer dizer, pelo mundo, pedindo perdão para todos que eu magoei. Pera lá! Eles me magoaram também, não conta não, é? Eles me deixaram fudida. Tudo bem que fui eu quem foi embora, mas eu sofri, eles me abandoram depois também. A culpa não é só minha! Se eles tivessem tpm, eles iriam ver que também contribuíram pra eu me mandar! Que graça tém só eu levar a culpa? E pra quê, me diz, pra quê minha tpm tem que passar em Copenhagem? Porra!!! Eu não quero lembrar dele, não quero, passo o mês todos numa boa, sem doença nenhuma e me vem ela e estraga tudo? Ao som de "underneath your clothes, there's an endless story...", me vêm as lembranças, as histórias, os sorrisos, a mágica daquele segundo encontro e a dúvida de como o destino fez aquele milagre. Seria mesmo normal, uma menina se apaixonar por um menino só pelo olhar dele, e ao passar a noite com ele, o amar perdidamente? Seria normal ela acordar no dia seguinte e ao perceber que ele não estaria lá na hora marcada (porquê havia ido mais cedo e ela não estava), ela chorar e não conseguir mais levantar da cama? Seria normal ela passar uma tarde abraçada ao travesseiro chorando, simplesmente por achar que o menino que ela conhecera no dia anterior havia ido embora? Não! Não é normal. Claro que não é. E então, lá vai ela pra Califórnia. Mais precisamente para a Black Mountain Rd, e ainda mais a fundo, ela me faz reviver aquele momento escuro do carro para a porta da frente, que sempre estava aberta. E depois ela sobe aquelas escadas atapetadas e vai direto prum quarto de menino, com um cachorro boxer sempre acompanhando. Porra, e ela passa por tantos momentos, tantas palavras em inglês e tantas feridas que aparecem quando eu ouço aquela música, Caralho! Essa tpm me fode!!! E ela me deixa ainda mais alcoólatra, e tpm chique que se preze pede whisky, licor de chocolate, conhaque, juro, eu tenho vontade de beber conhaque! Caralho! Eu odeio essas bebidas, eu gosto de cerveja! E ela vai pro Carnaval de Ssa e um segundo depois vai pra Vitória! Ela me ilude, eu penso em dar uma risada lembrando das putarias do carnaval e me aparece ele, todo lindo, e ela vai direto pros momentos em que eu mentia descaradamente pra ele, que era o vulgo amor da minha vida, e lá vai... ralo a baixo, lá vai ele... E minha tpm lá, vibrando com minha tristeza profunda. Porra, na hora eu ria! Tenho mesmo que ficar me lamentando agora? E toma-lhe bebida! Até cachaça... Sim, uma cachacinha ma-ra-vi-lho-sa de Minas. Quero, claro - digo eu, salivando por um shot...
Vai entender... Alguma coisa em mim tinha que ser chique.
Que seja apenas uma vez por mês....
E lá vem ela, junto com milhares de lembranças que me fazem encher os olhos d´água, relembrar músicas, fantasiar cenas, e me culpar por cada coisinha que eu fiz de errado, e só soube depois. Porra, será mesmo que eu tenho que me culpar por tudo o que eu fiz? Eu tava curtindo, pô, pode ser? Eu não tava no clima, eu queria curir. Foi mal! Será que eu tenho que espalhar outdoors pela cidade, quer dizer, pelo mundo, pedindo perdão para todos que eu magoei. Pera lá! Eles me magoaram também, não conta não, é? Eles me deixaram fudida. Tudo bem que fui eu quem foi embora, mas eu sofri, eles me abandoram depois também. A culpa não é só minha! Se eles tivessem tpm, eles iriam ver que também contribuíram pra eu me mandar! Que graça tém só eu levar a culpa? E pra quê, me diz, pra quê minha tpm tem que passar em Copenhagem? Porra!!! Eu não quero lembrar dele, não quero, passo o mês todos numa boa, sem doença nenhuma e me vem ela e estraga tudo? Ao som de "underneath your clothes, there's an endless story...", me vêm as lembranças, as histórias, os sorrisos, a mágica daquele segundo encontro e a dúvida de como o destino fez aquele milagre. Seria mesmo normal, uma menina se apaixonar por um menino só pelo olhar dele, e ao passar a noite com ele, o amar perdidamente? Seria normal ela acordar no dia seguinte e ao perceber que ele não estaria lá na hora marcada (porquê havia ido mais cedo e ela não estava), ela chorar e não conseguir mais levantar da cama? Seria normal ela passar uma tarde abraçada ao travesseiro chorando, simplesmente por achar que o menino que ela conhecera no dia anterior havia ido embora? Não! Não é normal. Claro que não é. E então, lá vai ela pra Califórnia. Mais precisamente para a Black Mountain Rd, e ainda mais a fundo, ela me faz reviver aquele momento escuro do carro para a porta da frente, que sempre estava aberta. E depois ela sobe aquelas escadas atapetadas e vai direto prum quarto de menino, com um cachorro boxer sempre acompanhando. Porra, e ela passa por tantos momentos, tantas palavras em inglês e tantas feridas que aparecem quando eu ouço aquela música, Caralho! Essa tpm me fode!!! E ela me deixa ainda mais alcoólatra, e tpm chique que se preze pede whisky, licor de chocolate, conhaque, juro, eu tenho vontade de beber conhaque! Caralho! Eu odeio essas bebidas, eu gosto de cerveja! E ela vai pro Carnaval de Ssa e um segundo depois vai pra Vitória! Ela me ilude, eu penso em dar uma risada lembrando das putarias do carnaval e me aparece ele, todo lindo, e ela vai direto pros momentos em que eu mentia descaradamente pra ele, que era o vulgo amor da minha vida, e lá vai... ralo a baixo, lá vai ele... E minha tpm lá, vibrando com minha tristeza profunda. Porra, na hora eu ria! Tenho mesmo que ficar me lamentando agora? E toma-lhe bebida! Até cachaça... Sim, uma cachacinha ma-ra-vi-lho-sa de Minas. Quero, claro - digo eu, salivando por um shot...
Vai entender... Alguma coisa em mim tinha que ser chique.
Que seja apenas uma vez por mês....
sábado, 18 de junho de 2011
Ele.
Eu tinha saído do trabalho e fui encontrar com minha amiga, precisava de algum álcool no meu corpo e lá se foram duas grandes taças de Cabernet Sauvignon. Ela foi trabalhar e eu estava sem meu carro vermelho, o que cá entre nós, me aliviava um pouco. Fui pro ponto de ônibus e é impressionante, eu não resisto a um isopor. E lá veio pra mim, meu bom e velho latão. Comprei e fui pro lugar que eu sei que meu ônibus pararia. Não queria encontrar ninguém. Era eu e meus momentos de sempre. Adorava uma baixaria, um ponto de ônibus, com música alta, cerveja de latão e muito lixo no chão. Aquilo era minha cara.
De repente alguém me puxa pelos braços. Ele.
A última pessoa que eu poderia encontrar, o único que invade meus sonhos e faz o favor de revirar uma parte dos meus sentimentos que nem eu mesma sabia que existia.
A gente riu e eu disse que não esperava encontrar ninguém. Eu sabia que ele havia adorado me encontrar, principalmente naquela situação. Mulheres comuns não têm vontade de cervejinhas no ponto de ônibus e eu tenho. Ele me admira e gosta de mim do jeito que eu sou.
Ele disse que me amava.
Eu acho graça.
De repente alguém me puxa pelos braços. Ele.
A última pessoa que eu poderia encontrar, o único que invade meus sonhos e faz o favor de revirar uma parte dos meus sentimentos que nem eu mesma sabia que existia.
A gente riu e eu disse que não esperava encontrar ninguém. Eu sabia que ele havia adorado me encontrar, principalmente naquela situação. Mulheres comuns não têm vontade de cervejinhas no ponto de ônibus e eu tenho. Ele me admira e gosta de mim do jeito que eu sou.
Ele disse que me amava.
Eu acho graça.
Ela.
Era sábado. Eu tinha acabado de sair do trabalho, cansado pra caralho. Arrumei minhas coisas e não me dei ao trabalho de dar tchau pra todo mundo. Queria logo sair dali. Depois de andar pelo shopping, desviando de pessoas que olhavam vitrines e me irritavam a cada metro, eu cheguei no ponto de ônibus.
Eu tava lá, sem paciência nenhuma, encostado, esperando meu ônibus. De repente aquela imagem. Na verdade eu não acreditei de primeira. Ela tinha acabado de comprar um carro vermelho e estaria lá? Que nada.
Ela estava. No meio de uma multidão eu a vi. Sapatilha, calça preta justa e camisa vermelha social, com um decote que eu sonhei durante várias noites de minha vida. Toda atrapalhada, lá vinha ela. Esbarrando em todo mundo sem perceber (como ela sempre fazia), e com um latão na mão.
Eu a reconheci pelo seu jeito de andar. Nunca vi alguém esbarrar em todo mundo e não perceber de maneira nenhuma. Com aquela cerveja na mão. Nem combinava. Ou combinava demais. Quem a conhecia sabia que aquilo ali era a cara dela. Quem a via, não entendia nada.
E ela veio. Ela passou por mim sem perceber, olhando pra trás e vendo se seu ônibus estava chegando, e quando ela ia esbarrar em mim, eu a peguei pelo braço. Ela parou de uma maneira brusca que a sua franja caiu sobre seus olhos e sua cerveja derramou um pouco no chão. Ela olhou pra mim e começou a rir.
-Não era pra ninguém me encontrar assim.
-Assim como?
-Ah, acabando de sair do trabalho e desejando uma cervejinha de ponto de ônibus.
Eu a abracei. Foi a única coisa que me veio à cabeça. Eu a abracei forte e disse o que eu já havia dito algumas vezes:
-Eu te amo.
Ela acha graça. Eu digo e repito que ela é a mulher a minha vida, mas ela... ela acha graça.
Eu tava lá, sem paciência nenhuma, encostado, esperando meu ônibus. De repente aquela imagem. Na verdade eu não acreditei de primeira. Ela tinha acabado de comprar um carro vermelho e estaria lá? Que nada.
Ela estava. No meio de uma multidão eu a vi. Sapatilha, calça preta justa e camisa vermelha social, com um decote que eu sonhei durante várias noites de minha vida. Toda atrapalhada, lá vinha ela. Esbarrando em todo mundo sem perceber (como ela sempre fazia), e com um latão na mão.
Eu a reconheci pelo seu jeito de andar. Nunca vi alguém esbarrar em todo mundo e não perceber de maneira nenhuma. Com aquela cerveja na mão. Nem combinava. Ou combinava demais. Quem a conhecia sabia que aquilo ali era a cara dela. Quem a via, não entendia nada.
E ela veio. Ela passou por mim sem perceber, olhando pra trás e vendo se seu ônibus estava chegando, e quando ela ia esbarrar em mim, eu a peguei pelo braço. Ela parou de uma maneira brusca que a sua franja caiu sobre seus olhos e sua cerveja derramou um pouco no chão. Ela olhou pra mim e começou a rir.
-Não era pra ninguém me encontrar assim.
-Assim como?
-Ah, acabando de sair do trabalho e desejando uma cervejinha de ponto de ônibus.
Eu a abracei. Foi a única coisa que me veio à cabeça. Eu a abracei forte e disse o que eu já havia dito algumas vezes:
-Eu te amo.
Ela acha graça. Eu digo e repito que ela é a mulher a minha vida, mas ela... ela acha graça.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Por favor, morra.
Andei pensando, por que você não vai pra puta que pariu? Por que não vai se fuder?
Vai à merda!!! Eu odeio você, eu odeio essa tempestade que você causou, essa confusão, isso tudo que tá aqui e que você faz questão de estragar todos os dias.
Não, eu não sou sua princesa, seu idiota. Você não é meu anjo também. Nunca foi mesmo. Nunca fui também.
Foi só um lance, uma coisa idiota, uns diazinhos imbecis que qualquer pessoa vive.
Grande merda aquela bandeira dos Estados Unidos, com o que você escreveu, aquela pulseira ridícula também, meu cordão, as mais de 500 fotos (sim, juntando minha máquina com a sua, foram 527). Sabe de uma coisa? Podia juntar tudo e colocar dentro de um saco de lixo desses azuis, bem grandes e sumir com ele. Podia sim.
Você é um bosta, um merdinha, um loirinho de olhinhos azuis enjoados. Fala mansa, inglês perfeito, cursando medicina. Ridículo. Um dinamarquezinho de nada. De nada. E que não me acrescenta nada.
Sabe aquilo que falam de apagar pessoas? Sim, " se você pudesse escolher, quem apagaria completamente da sua vida?" Você. Claro que seria você. É o meu primeiro da lista. P-r-i-m-e-i-r-o. Sem sombra de dúvidas. Eu não apagaria o desgraçado do meu americano shato que fez eu sofrer o pão que o diabo amassou, nem meu primeiro namorado, que eu jurava que casaria e hoje deve estar prestes a casar, nem meu ex trintão que tinha uma noiva e eu ao mesmo tempo. Nenhum deles. Eu apagaria você, que fez eu viver os dias mais encantados de minha vida. Foda-se você e nossos dias. Foda-se que nos olhamos e nos apaixonamos. Foda-se os Jeg elsker dig, e os Te amo, que talvez tenham sido os mais sinceros de nossas vidas. Eu te amei quando disse, e foi o primeiro jeg elsker dig que você falou pra alguém. E daí que passamos quatro dias grudados, só nos separando para os 15 minutos do banho, que a gente sempre trasformava em 10, o que já era muito, cá entre nós. Foda-se tudo isso. Foda-se que você me achava a mulher mais linda do mundo, sua princesa. Quem se importa com tudo isso? Eu não me importo.
Obrigada por sumir, obrigada por não me responder, obrigada por ter vindo pra Venezuela e não ter vindo pro Brasil. Obrigada!!! Obrigada Morten Wibroe. Fique na Dinamarca e me esqueça, se ainda lembrar um milímetro de mim. Rasgue as fotos, queime, jogue no lixo, desapareça. Esqueça que vivemos quatro dias juntos e juramos que demoraria muitos anos, mas ficaríamos juntos.
Eu já esqueci, como dá claramente para perceber. Eu já esqueci das minhas lágrimas, e de como Las Vegas ficou triste depois que te deixei e fui pra lá, esqueci que dormimos a última noite no basement do albergue porquê queríamos ficar sozinhos, esqueci os I love you, esqueci os sorrisos, as conversas, as risadas, a vodka Skol e o suco de laranja, esqueci a tarde deitados no meio da rua olhando o céu e dizendo que sempre que olhássemos lembraríamos daquele momento, esqueci que você tirava fotos de mim quando eu não estava vendo e eu só soube quando olhei sua máquina escondido, esqueci do Mc Donald's e do "amo muito tudo isso", esqueci do "what do you feel like?" "you...". Lógico que eu esqueci dos abraços, dos beijos, dos carinhos, dos "my beautiful angel with blue eyes", o que eu mais esqueci é do "underneath your clothes...thats the man I chose, there's my territory....", esqueci também das mensagens, de você escrevendo que nossas fotos queimavam como chamas e que você havia guardado para não olhar, mas do mesmo jeito queimava, que aqueles 4 dias pareceram 400 e que não era pra eu esperar, era pra eu saber que nos encontraríamos de novo. Era sua promessa. Ridículo. Tudo bem ridículo, assim como o amor, ridículo.
Obrigada por nunca mais ter respondido meus e-mails e por não me adicionar como amiga. Sua blusa tá péssima na foto. Assim como estava péssima naquela nossa primeira noite, em que deitamos na grama e terminamos a noite bêbados e apaixonados. A mesma blusa colorida, e feia, que um dia foi tão bonita.
Quando aquele tal dia chegar, você disse que demoraria vários anos, não se esqueça de me esquecer.
Nunca me procure, nem ouse lembrar que eu existo, nem ouse!
Eu vou estar muito feliz, com alguém que me fará muito feliz, que fará, com toda a força que se deve ter, eu esquecer que um dia você existiu.
Faça o favor de se matar, pq eu já tentei mil vezes te fazer morrer e você resiste.
Vá pra puta que pariu, como já disse antes.
Eu odeio te ter dentro de mim. Por favor, morra!
"To my big brazilian love!
You are the coolest cutest chick I have ever met - Thanks for everything.
I am so sad that I have to leave tomorrow,
but I am already looking forward to see you in Munich, Denmark, and in my dreams...
Okay, that was pretty corny, sorry about that.
'Till next time, I'll never forget you.
Jeg elsker dig.
Morten"
Vai à merda!!! Eu odeio você, eu odeio essa tempestade que você causou, essa confusão, isso tudo que tá aqui e que você faz questão de estragar todos os dias.
Não, eu não sou sua princesa, seu idiota. Você não é meu anjo também. Nunca foi mesmo. Nunca fui também.
Foi só um lance, uma coisa idiota, uns diazinhos imbecis que qualquer pessoa vive.
Grande merda aquela bandeira dos Estados Unidos, com o que você escreveu, aquela pulseira ridícula também, meu cordão, as mais de 500 fotos (sim, juntando minha máquina com a sua, foram 527). Sabe de uma coisa? Podia juntar tudo e colocar dentro de um saco de lixo desses azuis, bem grandes e sumir com ele. Podia sim.
Você é um bosta, um merdinha, um loirinho de olhinhos azuis enjoados. Fala mansa, inglês perfeito, cursando medicina. Ridículo. Um dinamarquezinho de nada. De nada. E que não me acrescenta nada.
Sabe aquilo que falam de apagar pessoas? Sim, " se você pudesse escolher, quem apagaria completamente da sua vida?" Você. Claro que seria você. É o meu primeiro da lista. P-r-i-m-e-i-r-o. Sem sombra de dúvidas. Eu não apagaria o desgraçado do meu americano shato que fez eu sofrer o pão que o diabo amassou, nem meu primeiro namorado, que eu jurava que casaria e hoje deve estar prestes a casar, nem meu ex trintão que tinha uma noiva e eu ao mesmo tempo. Nenhum deles. Eu apagaria você, que fez eu viver os dias mais encantados de minha vida. Foda-se você e nossos dias. Foda-se que nos olhamos e nos apaixonamos. Foda-se os Jeg elsker dig, e os Te amo, que talvez tenham sido os mais sinceros de nossas vidas. Eu te amei quando disse, e foi o primeiro jeg elsker dig que você falou pra alguém. E daí que passamos quatro dias grudados, só nos separando para os 15 minutos do banho, que a gente sempre trasformava em 10, o que já era muito, cá entre nós. Foda-se tudo isso. Foda-se que você me achava a mulher mais linda do mundo, sua princesa. Quem se importa com tudo isso? Eu não me importo.
Obrigada por sumir, obrigada por não me responder, obrigada por ter vindo pra Venezuela e não ter vindo pro Brasil. Obrigada!!! Obrigada Morten Wibroe. Fique na Dinamarca e me esqueça, se ainda lembrar um milímetro de mim. Rasgue as fotos, queime, jogue no lixo, desapareça. Esqueça que vivemos quatro dias juntos e juramos que demoraria muitos anos, mas ficaríamos juntos.
Eu já esqueci, como dá claramente para perceber. Eu já esqueci das minhas lágrimas, e de como Las Vegas ficou triste depois que te deixei e fui pra lá, esqueci que dormimos a última noite no basement do albergue porquê queríamos ficar sozinhos, esqueci os I love you, esqueci os sorrisos, as conversas, as risadas, a vodka Skol e o suco de laranja, esqueci a tarde deitados no meio da rua olhando o céu e dizendo que sempre que olhássemos lembraríamos daquele momento, esqueci que você tirava fotos de mim quando eu não estava vendo e eu só soube quando olhei sua máquina escondido, esqueci do Mc Donald's e do "amo muito tudo isso", esqueci do "what do you feel like?" "you...". Lógico que eu esqueci dos abraços, dos beijos, dos carinhos, dos "my beautiful angel with blue eyes", o que eu mais esqueci é do "underneath your clothes...thats the man I chose, there's my territory....", esqueci também das mensagens, de você escrevendo que nossas fotos queimavam como chamas e que você havia guardado para não olhar, mas do mesmo jeito queimava, que aqueles 4 dias pareceram 400 e que não era pra eu esperar, era pra eu saber que nos encontraríamos de novo. Era sua promessa. Ridículo. Tudo bem ridículo, assim como o amor, ridículo.
Obrigada por nunca mais ter respondido meus e-mails e por não me adicionar como amiga. Sua blusa tá péssima na foto. Assim como estava péssima naquela nossa primeira noite, em que deitamos na grama e terminamos a noite bêbados e apaixonados. A mesma blusa colorida, e feia, que um dia foi tão bonita.
Quando aquele tal dia chegar, você disse que demoraria vários anos, não se esqueça de me esquecer.
Nunca me procure, nem ouse lembrar que eu existo, nem ouse!
Eu vou estar muito feliz, com alguém que me fará muito feliz, que fará, com toda a força que se deve ter, eu esquecer que um dia você existiu.
Faça o favor de se matar, pq eu já tentei mil vezes te fazer morrer e você resiste.
Vá pra puta que pariu, como já disse antes.
Eu odeio te ter dentro de mim. Por favor, morra!
"To my big brazilian love!
You are the coolest cutest chick I have ever met - Thanks for everything.
I am so sad that I have to leave tomorrow,
but I am already looking forward to see you in Munich, Denmark, and in my dreams...
Okay, that was pretty corny, sorry about that.
'Till next time, I'll never forget you.
Jeg elsker dig.
Morten"
segunda-feira, 16 de maio de 2011
M&m's
Era mais um dia daqueles que eu sabia que sairíamos. Não sabia se era meu namorado, ou amigo, mas era o amor da minha vida. Aquele típico friozinho da noite da Califórnia fazia nossa noite ainda melhor. Era um dia normal. Eu tinha trabalhado e ele estava de folga. Disse que me ligaria. Ligou. E como já havíamos combinado, iríamos ao cinema. Havíamos combinado no dia em que minha escala saiu. Ele programava nossas folgas, me obrigava a folgar nos dias de seu futebol, afinal eu tinha que ver. Ai de mim, se fosse trabalhar no dia do jogo. Ele armava todo o esquema, teve um dia que me fez passar vergonha! Eu havia esquecido do jogo dele de domingo de manhã e um amigo do trabalho havia pedido pra eu trocar com ele, e eu disse que sim, e ele ouviu, disse:
-Não, você não pode trocar não...
-Quê? - Eu e o menino o olhamos.
-Você não pode trocar com ele...
-Não posso?
-Não! Você esqueceu que tem o jogo do seu irmão?
-Jogo do meu irmão?
-É, amanhã é domingo e seu irmão tem jogo de futebol..
-Ah...- me toquei! Verdade... o jogo do meu irmão.
E era um frio danado que eu sentia naquela arquibancada. Ninguém ia assistir aos jogos de seus maridos, namorados, etc. Eu ia. Ele fazia toda a questão do mundo. Eu ficava lá, com o casaco dele de capuz, com o capuz, claro. Tinha frio, muito frio e na hora de ir embora, no carro, ele ficava todo suado, mas ainda assim, ligava o aquecedor. Eu estava com frio.
Mas voltando... era mais um dia em que íamos no cinema. Saí do trabalho, e fui pra casa dele.
Fumamos um, como de costume também. Era verde-água, delícia. E começamos aquela onda que eu só tinha com ele. Que ele só tinha comigo. Começou o ataque dos dois.
-Calma aí! Calma aí! - Eu falava tentando retomar o folêgo que eu havia perdido de tanto rir - A gente tem que escrever! A gente tem que escrever pra não esquecer depois nossas viagens!
-Sabe qual a diferença entre o elefante de Ásia e o da África?
-Pára! Pára! Minha barriga tá doendo!
-Porquê você fala "so funny" fazendo essa mãozinha?
-Grrrr... like a lion - com os pés, imitando uma pata de leão.
-Esse quadro é pintado?
-É uma pintura.
-Mas ele é pintado?
-É uma foto de uma pintura.
-Mas um dia ele foi pintado?
-A pintura foi pintada.
-Mas foi pintado algum dia?
-Sabia que existe carangueijo azul?
-Tim-tim.
-Cheang-Cheang?
-Não, tim-tim.
-Weird...
E fomos ao cinema. Enlouquecidos, morrendo de rir, depois de anotar nossas besteiras no papel.
Você escolheu o filme, que não foi o que eu quis, porque você nunca queria ver meus filmes!
Ok. Entramos na sala, depois de comprarmos M&M's. Enchemos nossa mão do chocolate das máquininhas de moedas de 0,25 cents. Eu comi todos os meus, matando a minha larica. E começaram os trailers. Eis que você diz:
-Vou mudar o carro de lugar.
-Quê?
-Vamos lá, vou mudar o carro de lugar.
-Como assim? Tá maluco?
-Vou mudar, vamos.
-Não! O filme vai começar! Quer mudar porquê?
-Estacionei muito longe...
-Maluco...
Fomos. Saimos da sala, e eu com as mão meladas de m&m's e você ainda com os seus. Ao passarmos pelo carinha que pegava os ingressos, você não falou nada, simplesmente abriu a mão, olhou pro carinha, olhou pra sua mão de novo e lá se encontravam dois m&m's azuis e três amarelos. Passou. Eu passei atrás, meio encacucada...Ele não deveria dizer que íamos no estacionamento e voltaríamos? Depois de não chegar a conclusão nenhuma, eu perguntei:
- Pq vc mostrou os m&m's pro cara?
-Ué, pq quando a gente voltar, eu vou mostrar de novo os m&m's e ele vai lembrar.
-Ahn...
Ele era assim. Me encantava com as maluquices. Como o despertador dele, o horário dele acordar era qualquer hora e três minutos. Nunca zerado. 6:03, 7:33, etc. Isso me enlouquecia e me apaixonava demais.
Fomos pro carro, aproveitamos o embalo, fumamos mais um, e conversando, morrendo de rir dos m&m's, mudamos o carro de lugar, e voltamos pro cinema.
No caminho de volta, ele simplesmente para, arregala aqueles olhos azuis que eu tanto amava e diz:
-Não podemos voltar!!!
-Como não?
-Não dá mais!
-Pq não???
-Eu comi os m&m's!!!
Valeu a noite. Valeu o dia, valeu todo o sentimento que eu tive por você. Você acreditava naquilo, de que adiantavam os ingressos que estavam no meu bolso, se você tinha comido os m&m's amarelos e azuis que você estava guardando com tanto entusiasmo? Ah, garoto... Como conseguia pensar nessas coisas? Como sua cabeça adulta fantasiava nossas besteiras?
E rimos, mas rimos tanto. Eu olhava pra sua carinha tão arrasado sem os m&m's, e delirava.
Eu não lembro o filme que vimos, o que eu sei é que demorei mais de dois anos pra ir ao cinema de novo, pq tudo dentro daquela salinha escura me lembra você e isso me faz entrar em pânico....
Thanks for the memories baby...
-Não, você não pode trocar não...
-Quê? - Eu e o menino o olhamos.
-Você não pode trocar com ele...
-Não posso?
-Não! Você esqueceu que tem o jogo do seu irmão?
-Jogo do meu irmão?
-É, amanhã é domingo e seu irmão tem jogo de futebol..
-Ah...- me toquei! Verdade... o jogo do meu irmão.
E era um frio danado que eu sentia naquela arquibancada. Ninguém ia assistir aos jogos de seus maridos, namorados, etc. Eu ia. Ele fazia toda a questão do mundo. Eu ficava lá, com o casaco dele de capuz, com o capuz, claro. Tinha frio, muito frio e na hora de ir embora, no carro, ele ficava todo suado, mas ainda assim, ligava o aquecedor. Eu estava com frio.
Mas voltando... era mais um dia em que íamos no cinema. Saí do trabalho, e fui pra casa dele.
Fumamos um, como de costume também. Era verde-água, delícia. E começamos aquela onda que eu só tinha com ele. Que ele só tinha comigo. Começou o ataque dos dois.
-Calma aí! Calma aí! - Eu falava tentando retomar o folêgo que eu havia perdido de tanto rir - A gente tem que escrever! A gente tem que escrever pra não esquecer depois nossas viagens!
-Sabe qual a diferença entre o elefante de Ásia e o da África?
-Pára! Pára! Minha barriga tá doendo!
-Porquê você fala "so funny" fazendo essa mãozinha?
-Grrrr... like a lion - com os pés, imitando uma pata de leão.
-Esse quadro é pintado?
-É uma pintura.
-Mas ele é pintado?
-É uma foto de uma pintura.
-Mas um dia ele foi pintado?
-A pintura foi pintada.
-Mas foi pintado algum dia?
-Sabia que existe carangueijo azul?
-Tim-tim.
-Cheang-Cheang?
-Não, tim-tim.
-Weird...
E fomos ao cinema. Enlouquecidos, morrendo de rir, depois de anotar nossas besteiras no papel.
Você escolheu o filme, que não foi o que eu quis, porque você nunca queria ver meus filmes!
Ok. Entramos na sala, depois de comprarmos M&M's. Enchemos nossa mão do chocolate das máquininhas de moedas de 0,25 cents. Eu comi todos os meus, matando a minha larica. E começaram os trailers. Eis que você diz:
-Vou mudar o carro de lugar.
-Quê?
-Vamos lá, vou mudar o carro de lugar.
-Como assim? Tá maluco?
-Vou mudar, vamos.
-Não! O filme vai começar! Quer mudar porquê?
-Estacionei muito longe...
-Maluco...
Fomos. Saimos da sala, e eu com as mão meladas de m&m's e você ainda com os seus. Ao passarmos pelo carinha que pegava os ingressos, você não falou nada, simplesmente abriu a mão, olhou pro carinha, olhou pra sua mão de novo e lá se encontravam dois m&m's azuis e três amarelos. Passou. Eu passei atrás, meio encacucada...Ele não deveria dizer que íamos no estacionamento e voltaríamos? Depois de não chegar a conclusão nenhuma, eu perguntei:
- Pq vc mostrou os m&m's pro cara?
-Ué, pq quando a gente voltar, eu vou mostrar de novo os m&m's e ele vai lembrar.
-Ahn...
Ele era assim. Me encantava com as maluquices. Como o despertador dele, o horário dele acordar era qualquer hora e três minutos. Nunca zerado. 6:03, 7:33, etc. Isso me enlouquecia e me apaixonava demais.
Fomos pro carro, aproveitamos o embalo, fumamos mais um, e conversando, morrendo de rir dos m&m's, mudamos o carro de lugar, e voltamos pro cinema.
No caminho de volta, ele simplesmente para, arregala aqueles olhos azuis que eu tanto amava e diz:
-Não podemos voltar!!!
-Como não?
-Não dá mais!
-Pq não???
-Eu comi os m&m's!!!
Valeu a noite. Valeu o dia, valeu todo o sentimento que eu tive por você. Você acreditava naquilo, de que adiantavam os ingressos que estavam no meu bolso, se você tinha comido os m&m's amarelos e azuis que você estava guardando com tanto entusiasmo? Ah, garoto... Como conseguia pensar nessas coisas? Como sua cabeça adulta fantasiava nossas besteiras?
E rimos, mas rimos tanto. Eu olhava pra sua carinha tão arrasado sem os m&m's, e delirava.
Eu não lembro o filme que vimos, o que eu sei é que demorei mais de dois anos pra ir ao cinema de novo, pq tudo dentro daquela salinha escura me lembra você e isso me faz entrar em pânico....
Thanks for the memories baby...
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Hey Shato!
Numa boa? Não tem absolutamente nada a ver você falar comigo no facebook... Sério, nada a ver mesmo.
Quisesse falar, falasse antes ué. Eu hein, esperei tanto, por qualquer coisa, sinal de fumaça, o caralho, mas nada, nunquinha. Pelo contrário, lá ia eu bêbada, ligando pra América. Nove mil números e eu sabia de cor, toda toda. Ligava, encarnava todo aquele personagem, pra você dizer que eu tava bêbada (me conhecia, o desgraçado...). Mas então, porra, nem mexe comigo, não mesmo. Quem te viu, quem te vê. Um ano eu achava que ia morrer de amor, no outro, eu achando tudo muito esquisito e hoje, coitado...
Vamos lá... Eu acho que eu te amei um tantinho de nada, na verdade. Mas eu me declarava mesmo, também, só tinha você. A primeira oportunidade que eu tive de pegar seu amigo lindo, eu peguei. E depois te contei, na maior cara de pau, fingindo que achava super normal, afinal, todos se beijam no Reveillon. Mas daquele jeito não, né amor? Mas e daí, você não tava lá pra ver mesmo. Se mandou pra Philladelphia pq quis. Fuck you.E depois fez aquela merda, que foi tudinho culpa minha, eu admito, mas é segredo nosso, eu admito aqui, cá entre nós. E eu me mandei pro Brasil, você era frio que só, e me esfriava em pleno calor da Califórnia.Good for you. Foi ótimo eu ter me mandando. Juro, na época eu achei que fosse morrer, que toda a minha felicidade era você. Sofri, viu? Sofri o pão que o diabo amassou, puta merda! Eu chorava tanto agarrada com aquele seu casaco... Um calor infernal aqui, e eu só dormia com aquele casaco azul marinho. Como era meu psicológico, né? Chorava tanto, minhas bebedeiras todas tinham nome: você. E o tempo foi passando e eu não te esqueci não... Passava ano, entrava ano, lá estava eu aos prantos. Eis que quando eu finalmente caí na putaria de cabeça, você me mandou aquele e-mail. Ah, baby, tava de sacanagem, né? Me amava e achava que a gente ia casar, vinha pro Brasil, estava só esperando minha resposta? Vai se fuder, né. Haja paciência. Mas eu li e fiquei lá, estática, conforme manda o figurino e chorei, claro que chorei, esperneei, claro, e não respondi. Não, não respondi. Só um tempo depois, disse que havia seguido a minha vida. Aí você ouviu... Ah, ouviu. Disse tudo que estava engasgado aqui. E nos primeiros anos, você disse que não me ligava pq não conseguia, havia tentado várias vezes, e não é que depois do e-mail você conseguiu? Milagres, milagres....E assim foi... eu fiquei um tempo abismada com tamanha coragem da minha parte e depois ficamos amigos no facebook. Uma graça. Você casou. Sim, filho da puta, um dos meus maiores medos era um dos meus amores casar, e lá foi você, de fraque. A sorte é que você tava careca e feio, como envelheceu rápido, hein? Mas eu fiquei lá, balança mas não cai. E firme e forte lhe desejei parabéns. Foi debochado, claro, mas como você vai saber? Inglês é tudo a mesma merda, não tem tom, então você deve ter achado que eu fui mesmo uma fofa. E teve um filho. Olha, que amor, um filho! Vai lá... Arrebenta! Enquanto isso eu tô aqui, recuperada e fazendo merda com os outros. A cota de merdas que eu tinha aquele ano, você fez o favor de tomar de mim e usar toda, tive que correr atrás do prejuízo
Agora olha só, não me venha com esse seu jeitinho (que eu conheço tão bem) querendo me conquistar não, viu? Porque eu vou te fuder. E quer saber? Eu sempre soube mesmo que você sentia alguma coisa por mim, Shato...
Ah, já te disse? Shato é com C.
With love,
Shata.
Quisesse falar, falasse antes ué. Eu hein, esperei tanto, por qualquer coisa, sinal de fumaça, o caralho, mas nada, nunquinha. Pelo contrário, lá ia eu bêbada, ligando pra América. Nove mil números e eu sabia de cor, toda toda. Ligava, encarnava todo aquele personagem, pra você dizer que eu tava bêbada (me conhecia, o desgraçado...). Mas então, porra, nem mexe comigo, não mesmo. Quem te viu, quem te vê. Um ano eu achava que ia morrer de amor, no outro, eu achando tudo muito esquisito e hoje, coitado...
Vamos lá... Eu acho que eu te amei um tantinho de nada, na verdade. Mas eu me declarava mesmo, também, só tinha você. A primeira oportunidade que eu tive de pegar seu amigo lindo, eu peguei. E depois te contei, na maior cara de pau, fingindo que achava super normal, afinal, todos se beijam no Reveillon. Mas daquele jeito não, né amor? Mas e daí, você não tava lá pra ver mesmo. Se mandou pra Philladelphia pq quis. Fuck you.E depois fez aquela merda, que foi tudinho culpa minha, eu admito, mas é segredo nosso, eu admito aqui, cá entre nós. E eu me mandei pro Brasil, você era frio que só, e me esfriava em pleno calor da Califórnia.Good for you. Foi ótimo eu ter me mandando. Juro, na época eu achei que fosse morrer, que toda a minha felicidade era você. Sofri, viu? Sofri o pão que o diabo amassou, puta merda! Eu chorava tanto agarrada com aquele seu casaco... Um calor infernal aqui, e eu só dormia com aquele casaco azul marinho. Como era meu psicológico, né? Chorava tanto, minhas bebedeiras todas tinham nome: você. E o tempo foi passando e eu não te esqueci não... Passava ano, entrava ano, lá estava eu aos prantos. Eis que quando eu finalmente caí na putaria de cabeça, você me mandou aquele e-mail. Ah, baby, tava de sacanagem, né? Me amava e achava que a gente ia casar, vinha pro Brasil, estava só esperando minha resposta? Vai se fuder, né. Haja paciência. Mas eu li e fiquei lá, estática, conforme manda o figurino e chorei, claro que chorei, esperneei, claro, e não respondi. Não, não respondi. Só um tempo depois, disse que havia seguido a minha vida. Aí você ouviu... Ah, ouviu. Disse tudo que estava engasgado aqui. E nos primeiros anos, você disse que não me ligava pq não conseguia, havia tentado várias vezes, e não é que depois do e-mail você conseguiu? Milagres, milagres....E assim foi... eu fiquei um tempo abismada com tamanha coragem da minha parte e depois ficamos amigos no facebook. Uma graça. Você casou. Sim, filho da puta, um dos meus maiores medos era um dos meus amores casar, e lá foi você, de fraque. A sorte é que você tava careca e feio, como envelheceu rápido, hein? Mas eu fiquei lá, balança mas não cai. E firme e forte lhe desejei parabéns. Foi debochado, claro, mas como você vai saber? Inglês é tudo a mesma merda, não tem tom, então você deve ter achado que eu fui mesmo uma fofa. E teve um filho. Olha, que amor, um filho! Vai lá... Arrebenta! Enquanto isso eu tô aqui, recuperada e fazendo merda com os outros. A cota de merdas que eu tinha aquele ano, você fez o favor de tomar de mim e usar toda, tive que correr atrás do prejuízo
Agora olha só, não me venha com esse seu jeitinho (que eu conheço tão bem) querendo me conquistar não, viu? Porque eu vou te fuder. E quer saber? Eu sempre soube mesmo que você sentia alguma coisa por mim, Shato...
Ah, já te disse? Shato é com C.
With love,
Shata.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Desde sempre
Oi, e aí?
Queria te escrever porque eu resolvi finalmente que vou falar. Vou sim, cansei de ser a protagonista de uma novela que só eu participava. Você ali, vivendo a vida real, e eu encenando. Cansei, viu? Então agora você vai ouvir.
Eu sempre fui. Sempre, desde aquela época que você me emprestava aquela bicicleta preta enorme. Era enorme e eu tinha que subir no banco pra andar nela, eu morria de medo, de tão alta que eu ficava, mas eu encarava, porque e queria me aproximar de você. Essa história de as nossas famílias serem uma só me confundiu a cabeça toda. "Ele é como seu irmão!". Como assim, irmão? Ele nem da família é! Que coisa esquisita, no começo eu me sentia estranha mesmo, criança e sem entender nada, pra mim você era meu amiguinho, de brincar junto, eu sentia aquele treco, aquilo que não se sente por ninguém da família. Eu não quero o tempo todo tá perto da minha irmã. Eu enjoava dela, e então eu ficava com você. Ela sentia um ciúme danado, ninguém entendia como éramos tão grudados, e nossa família achando bonitinho sermos como unha e carne. A gente cresceu e nos afastamos. Eu tive muitas vezes um eca enorme de você. Que menino bobo! Ficava implicando, enchendo a paciência, bagunçando minha casa da Barbie, pegando meu batom rosa pra pintar papel. Eu te odiava, mas não consguia ficar longe de você. Eu cochichava com minhas amigas o quanto você era idiota, mas se elas concordavam a briga era feia! Só eu podia te achar idiota. E crescemos mais um pouquinho, não sei que idéia foi a nossa de estudarmos na mesma escola. Você lembra quando meu tio quis te mudar praquela escola de bacana? Você chorou tanto, que minha mãe convenceu seu pai a não te tirar. Ela me disse que você dizia que queria estudar na mesma escola que eu. Minha mãe até quis que eu mudase também, mas eu não quis, e eu ganhei a luta. Não mudou eu, e nem você. Continuamos na mesma turma. E depois veio a época de ficar com as meninas, você ficou com aquela menina da turma C, que raiva! Ela se fez de minha amiguinha pra te convencer a ficar com ela, achava que éramos primos, não sei porquê você foi inventar isso pra ela. E ela bem conseguiu, você ficou lá, que nem um palhaço e eu armando tudo. Cheguei em casa me sentindo tão esquisita, mas tão esquisita, e não entendi nada. Claro que não tive ciúme, imagina que eu ia ter ciúme de um treco que nem você. Ia nada, eu fiquei é com vontade de ficar com seu melhor amigo. Quer dizer, segundo melhor amigo, a primeira melhor amiga era eu e amigo também, eu te proibia de dizer que você tinha melhor amigo. Aliás eu mandava em você, sempre mandei. Até te bater eu já bati e você foi correndo chorar. Eu chorei mais ainda, e minha mãe me fez eu te pedir desculpas. Eu detestei aquele dia, mais ainda por ter chorado porquê te bati. Eu hein, menina boba, eu pensei. E então crescemos e você me contava das meninas que pegava. Eu morria de rir! A gente ecnhia a cara juntos, dentro de casa mesmo. Nossos pais na sala e a gente na varanda, bebendo escondido. Até aquele dia que eu me acabei de passar mal e meus pais me enfiaram debaixo do chuveiro! E você lá, bancando o bonzão.Eu olhava pra você com raiva, em vez de me defender, ficava debochando dizendo que tinha me avisado pra eu não beber, que sua tia ia ficar brava, Idiota. Depois me acorda seis da manhã mais bêbado ainda, se joga em cima de mim na cama me chamado pra piscina. Te mandei ir a merda. Eu não lembro, mas você me disse no dia seguinte. Disse também que teve que me cobrir, que eu estava praticamente pelada. Outro dia bêbado você disse que ficou me olhando, e eu morri de rir e te dei um tapa. Cheguei em casa e chorei. Chorei demais, chorei desesperada. E vieram as farras, cada um prum lado, você pegando as mulheres e eu dando pros carinhas que eu achava bacanas. Você nem tinha carro, às vezes roubava o do meu tio e a gente ia pras festas, eu não queria ficar perto de você e nem você de mim. E foi muita bagunça, muita cachaça, muita zueira, e no dia seguinte a gente se encontrava no barzinho debaixo de casa pra contar as resenhas. Eu comecei a namorar e você também, nos afastamos muito, não tinha a menor vontade de sair com vc, como dois casais, me dava nos nervos pensar isso. Mas eu era desencanada, fingia que isso era normal, eu hein, algum dia a gente ia se separar, íamos cair no mundo. Tanto é que você foi pra Austrália quando terminou e eu inventei um curso no Canadá. Um frio terrível. Mas não resisti ao seu convite pra ir pro calor e lá fui eu me mandar pra Alice Springs...Praquele calor gostoso. Foram bons aqueles dias lá, eu me diverti muito, mas esqueça,você não sabe surfar. Não sabe ué, e tem que aprender a conviver com isso, me faz passar vergonha! Em compensação os seus saltos de bungee são os melhores.
Acabei de chegar do aeroporto, minha mãe ficou me enchendo a paciência querendo que eu falasse da viagem, mas eu só faço chorar, nossos dias foram perfeitos. Perfeitos mesmo, e é engraçado como você ainda tem a mania de dormir com o travesseiro entre as pernas. Engraçado também foi a gente ter dormido junto na cama de casal no quarto do hotel, tinham duas e a outra ficou só com as malas.
A gente cresceu, não foi? Eu percebi isso quando o avião subia. E quando pousou de volta no Brasil, eu finalmente encarei a realidade.
Eu não sei viver sem você e jamais conseguiria dormir de novo, depois daquelas noites. Foi mesmo séria aquela nossa conversa? Quando você disse que era pra eu ficar, era verdade? Foi a primeira vez que vi aquele olhar, e não te reconheci, por isso tive medo e voltei.
Voltei também pra renovar meu visto. A Austrália é mesmo como você falou. E você disse que só gostava dela quando eu estava lá.
Prepare o quarto do hotel de Alice, pode ser aquele mesmo, e lembre-se das duas camas. Odeio guardar roupas em armários...
Queria te escrever porque eu resolvi finalmente que vou falar. Vou sim, cansei de ser a protagonista de uma novela que só eu participava. Você ali, vivendo a vida real, e eu encenando. Cansei, viu? Então agora você vai ouvir.
Eu sempre fui. Sempre, desde aquela época que você me emprestava aquela bicicleta preta enorme. Era enorme e eu tinha que subir no banco pra andar nela, eu morria de medo, de tão alta que eu ficava, mas eu encarava, porque e queria me aproximar de você. Essa história de as nossas famílias serem uma só me confundiu a cabeça toda. "Ele é como seu irmão!". Como assim, irmão? Ele nem da família é! Que coisa esquisita, no começo eu me sentia estranha mesmo, criança e sem entender nada, pra mim você era meu amiguinho, de brincar junto, eu sentia aquele treco, aquilo que não se sente por ninguém da família. Eu não quero o tempo todo tá perto da minha irmã. Eu enjoava dela, e então eu ficava com você. Ela sentia um ciúme danado, ninguém entendia como éramos tão grudados, e nossa família achando bonitinho sermos como unha e carne. A gente cresceu e nos afastamos. Eu tive muitas vezes um eca enorme de você. Que menino bobo! Ficava implicando, enchendo a paciência, bagunçando minha casa da Barbie, pegando meu batom rosa pra pintar papel. Eu te odiava, mas não consguia ficar longe de você. Eu cochichava com minhas amigas o quanto você era idiota, mas se elas concordavam a briga era feia! Só eu podia te achar idiota. E crescemos mais um pouquinho, não sei que idéia foi a nossa de estudarmos na mesma escola. Você lembra quando meu tio quis te mudar praquela escola de bacana? Você chorou tanto, que minha mãe convenceu seu pai a não te tirar. Ela me disse que você dizia que queria estudar na mesma escola que eu. Minha mãe até quis que eu mudase também, mas eu não quis, e eu ganhei a luta. Não mudou eu, e nem você. Continuamos na mesma turma. E depois veio a época de ficar com as meninas, você ficou com aquela menina da turma C, que raiva! Ela se fez de minha amiguinha pra te convencer a ficar com ela, achava que éramos primos, não sei porquê você foi inventar isso pra ela. E ela bem conseguiu, você ficou lá, que nem um palhaço e eu armando tudo. Cheguei em casa me sentindo tão esquisita, mas tão esquisita, e não entendi nada. Claro que não tive ciúme, imagina que eu ia ter ciúme de um treco que nem você. Ia nada, eu fiquei é com vontade de ficar com seu melhor amigo. Quer dizer, segundo melhor amigo, a primeira melhor amiga era eu e amigo também, eu te proibia de dizer que você tinha melhor amigo. Aliás eu mandava em você, sempre mandei. Até te bater eu já bati e você foi correndo chorar. Eu chorei mais ainda, e minha mãe me fez eu te pedir desculpas. Eu detestei aquele dia, mais ainda por ter chorado porquê te bati. Eu hein, menina boba, eu pensei. E então crescemos e você me contava das meninas que pegava. Eu morria de rir! A gente ecnhia a cara juntos, dentro de casa mesmo. Nossos pais na sala e a gente na varanda, bebendo escondido. Até aquele dia que eu me acabei de passar mal e meus pais me enfiaram debaixo do chuveiro! E você lá, bancando o bonzão.Eu olhava pra você com raiva, em vez de me defender, ficava debochando dizendo que tinha me avisado pra eu não beber, que sua tia ia ficar brava, Idiota. Depois me acorda seis da manhã mais bêbado ainda, se joga em cima de mim na cama me chamado pra piscina. Te mandei ir a merda. Eu não lembro, mas você me disse no dia seguinte. Disse também que teve que me cobrir, que eu estava praticamente pelada. Outro dia bêbado você disse que ficou me olhando, e eu morri de rir e te dei um tapa. Cheguei em casa e chorei. Chorei demais, chorei desesperada. E vieram as farras, cada um prum lado, você pegando as mulheres e eu dando pros carinhas que eu achava bacanas. Você nem tinha carro, às vezes roubava o do meu tio e a gente ia pras festas, eu não queria ficar perto de você e nem você de mim. E foi muita bagunça, muita cachaça, muita zueira, e no dia seguinte a gente se encontrava no barzinho debaixo de casa pra contar as resenhas. Eu comecei a namorar e você também, nos afastamos muito, não tinha a menor vontade de sair com vc, como dois casais, me dava nos nervos pensar isso. Mas eu era desencanada, fingia que isso era normal, eu hein, algum dia a gente ia se separar, íamos cair no mundo. Tanto é que você foi pra Austrália quando terminou e eu inventei um curso no Canadá. Um frio terrível. Mas não resisti ao seu convite pra ir pro calor e lá fui eu me mandar pra Alice Springs...Praquele calor gostoso. Foram bons aqueles dias lá, eu me diverti muito, mas esqueça,você não sabe surfar. Não sabe ué, e tem que aprender a conviver com isso, me faz passar vergonha! Em compensação os seus saltos de bungee são os melhores.
Acabei de chegar do aeroporto, minha mãe ficou me enchendo a paciência querendo que eu falasse da viagem, mas eu só faço chorar, nossos dias foram perfeitos. Perfeitos mesmo, e é engraçado como você ainda tem a mania de dormir com o travesseiro entre as pernas. Engraçado também foi a gente ter dormido junto na cama de casal no quarto do hotel, tinham duas e a outra ficou só com as malas.
A gente cresceu, não foi? Eu percebi isso quando o avião subia. E quando pousou de volta no Brasil, eu finalmente encarei a realidade.
Eu não sei viver sem você e jamais conseguiria dormir de novo, depois daquelas noites. Foi mesmo séria aquela nossa conversa? Quando você disse que era pra eu ficar, era verdade? Foi a primeira vez que vi aquele olhar, e não te reconheci, por isso tive medo e voltei.
Voltei também pra renovar meu visto. A Austrália é mesmo como você falou. E você disse que só gostava dela quando eu estava lá.
Prepare o quarto do hotel de Alice, pode ser aquele mesmo, e lembre-se das duas camas. Odeio guardar roupas em armários...
sábado, 9 de abril de 2011
Chá da tarde
-Então, é hoje a sessão de iniciantes, eu já falei sobre você com o mestre, vamos chegar lá mais cedo pra sua entrevista.
-Tá, mas ele vai perguntar o quê?
-Ele vai explicar sobre o chá, a religião, vai te fazer algumas perguntas e pronto, é simples.
-Tá...
Era uma chácara, longe da cidade, em meio ao mato tinha uma área coberta, com várias cadeiras e uma mesa no meio, com um arco escrito: União do Vegetal. Era sapo e bicho pra tudo quanto era lado, e era tudo muito normal. Famílias, muitos idosos, alguns adolescentes - que nasceram no meio - e a maioria tipo pai e mãe, muitos casais. Tive a reunião em que o mestre me explicou sobre o chá, que não era alucinógeno como os outros pensavam, que quem descobriu foram os incas, e que as duas ervas eram colhidas na Amazônia peruana. Eu estava nas nuvens, amarradona, tinham me dito que você voltava no tempo, via várias paradas e que sua vida melhorava. Na real, eu preciso me tornar uma pessoa melhor, e eu já tentei de tudo, tudinho e nada funciona, então eu apelei pra natureza, pro vegetal. Disseram que você repensava sobre suas atitudes, que achava meios para mudar o que era necessário e que você iria refletir muito sobre você mesmo. Eu achei que era tudo o que eu precisava.
Enfim, teve a cerimônia de abertura e todos tomaram o chá. Um gosto muito ruim, muito mesmo, mas deu pra engolir. E eu sabia que os efeitos iriam demorar. Sentei na cadeira, com o travesseiro que me aconselharam levar, e fiquei olhando as pessoas, algumas de olhos fechados e outros de olhos abertos. Começa uma música, do Roberto Carlos - juro, e uns vinte minutos depois ela veio, a Borracheira! Sim, borracheira é o nome da onda que você tem, que com toda a seriedade deles, chamam através de músicas.
Na verdade, eu não tava entendendo mais nada. Eram muitas formas, meus olhos fechados, formas coloridas. Sabe aquele tipo de luneta que a gente tinha quando era criança que via uma imagem e quando vc girava a lente a imagem ia se mexendo? Era aqulo na minha cabeça toda, contra a minha vontade, eu ficava tonta, tentando entender o que era aquela loucura. Um mix de coisas, formas se mexendo e eu pensei: "Fudeu, não vou voltar nunca mais!". E eu comecei a suar, tive febre, tenho certeza, aí abri os olhos pq aquelas formas coloridas estavam me deixando louca e tonta, e virei pra minha amiga:
-Vê se eu tô com febre.
-Não tá não....
Puf, voltei às formas loucas. E então meu espírito saiu, sério, eu estava encostada na cadeira, relaxada, com olhos fechados, e queria sair dali, abrir os olhos de qualquer maneira."Se mexe, vai beber uma água." " Não tenho forças!" " Eu quero me mexer, to tontaaa!" "Mexe, mexe, mexe!!!""Não dáááá!" Eu tava alucidada.
-Mestre, dá licença lá fora? - Alguém falou.
-Sim, pode ir.
E várias pessoas começaram a pedir "licença lá fora", pra ir vomitar. Sim, é sério, mais de 30% das pessoas, tem uma borracheira forte, ou o chá faz mal e eles têm que colocar pra fora. Aquilo me impressionou. Agora eram as formas e o barulho dos vômitos, que todos achavam tão normal, e eu continuava sem me mexer, até que finalmente, eu senti uma emoção muito forte, a mesma sensação de quando eu tô muito bêbada e fecho os olhos quando vou fazer xixi, vem aquele treco, igual quando se leva um susto, sabe? Então, foi o espírito voltando pro meu corpo e eu abri os olhos. Todos de olhos fechados, curtindo sua borracheira. Volto a fechar os olhos, agora quem canta é o mestre! Que parada.... O mestre cantando, aí eu já não sabia se era música do som, ou se era a voz dele e eu o via cantando, mas ainda sim era confuso demais, impossível ele estar cantando daquela maneira, que loucura... Mas ele tava e que voz alta! E então meus olhos se fecharam, começou a chover muito forte, muito mesmo e o barulho da chuva era muito forte, e eu já tava achando que era o fim do mundo, mas ao mesmo tempo eu tinha consciência de que era só uma chuva forte, muito forte, mas parecia mesmo o fim do mundo. E se acabasse ali, meu amigo, eu tava é bem pra caralho!
Nossa!!! Não acredito! O Dênis!!! Eu tinha três anos de idade, estava com um shortinho azul, sem camisa, em Saquarema, agachada com um gravetinho na mão passando no chão, e dava pra sentir tudo! O Dênis lá, agachado também, com aquele cabelo castanho lisinho! Que loucura, eu estava lá com o Dênis!!! Eu jamais lembraria em minha vida que um dia o Dênis existiu! Foi um dia que eu passei com ele, era filho dos amigos dos meus pais e ele morava lá, passamos um dia na casa deles. E aquilo era uma foto que minha mãe tinha guardado. Depois, eu creci um pouco, cheguei aos sete anos, era sexta-feira e eu tava no banheiro da minha escola me arrumando para uma festinha! Mas era o banheiro antes de ser reformado! Eu jamais lembraria que ele sofreu uma reforma! Dava pra ver a madeira da porta, descascada e eu tava muto alegre indo pra festinha! Eu revivi todos os detalhes, as roupas espalhadas pelo chão, a sensação boa de final de semana e minhas amigas lá! Uma delícia! Minha borracheira estava um arraso!
E depois, aos poucos ela foi indo embora, eu fui voltando a realidade, comecei a sentir o frio do mato, e o mestre começou a finalizar a cerimônia e cantou para que a borracheira de todos fosse embora.
Quer acreditem, quer não, minha vida tá muito calma, e tem um sentido maravilhoso... Não sei se foi meu amor que mudou um bocado, mas meu relacionamento tá perfeito! Ele é tudo o que eu quis que ele fosse, e eu sou uma pessoa calma! Viva a União do Vegetal!
Amei, de verdade, foi muito louco, uma experiência única, é uma religião séria, onde há princípios, e tudo o mais. E eu, sem uma religião fixa, estou começando a pensar na idéia de me associar à União. Eu achei tudo muito lindo, muito calmo, muito luz, paz e amor - o lema deles.
Mas que é alucinógeno é....
-Tá, mas ele vai perguntar o quê?
-Ele vai explicar sobre o chá, a religião, vai te fazer algumas perguntas e pronto, é simples.
-Tá...
Era uma chácara, longe da cidade, em meio ao mato tinha uma área coberta, com várias cadeiras e uma mesa no meio, com um arco escrito: União do Vegetal. Era sapo e bicho pra tudo quanto era lado, e era tudo muito normal. Famílias, muitos idosos, alguns adolescentes - que nasceram no meio - e a maioria tipo pai e mãe, muitos casais. Tive a reunião em que o mestre me explicou sobre o chá, que não era alucinógeno como os outros pensavam, que quem descobriu foram os incas, e que as duas ervas eram colhidas na Amazônia peruana. Eu estava nas nuvens, amarradona, tinham me dito que você voltava no tempo, via várias paradas e que sua vida melhorava. Na real, eu preciso me tornar uma pessoa melhor, e eu já tentei de tudo, tudinho e nada funciona, então eu apelei pra natureza, pro vegetal. Disseram que você repensava sobre suas atitudes, que achava meios para mudar o que era necessário e que você iria refletir muito sobre você mesmo. Eu achei que era tudo o que eu precisava.
Enfim, teve a cerimônia de abertura e todos tomaram o chá. Um gosto muito ruim, muito mesmo, mas deu pra engolir. E eu sabia que os efeitos iriam demorar. Sentei na cadeira, com o travesseiro que me aconselharam levar, e fiquei olhando as pessoas, algumas de olhos fechados e outros de olhos abertos. Começa uma música, do Roberto Carlos - juro, e uns vinte minutos depois ela veio, a Borracheira! Sim, borracheira é o nome da onda que você tem, que com toda a seriedade deles, chamam através de músicas.
Na verdade, eu não tava entendendo mais nada. Eram muitas formas, meus olhos fechados, formas coloridas. Sabe aquele tipo de luneta que a gente tinha quando era criança que via uma imagem e quando vc girava a lente a imagem ia se mexendo? Era aqulo na minha cabeça toda, contra a minha vontade, eu ficava tonta, tentando entender o que era aquela loucura. Um mix de coisas, formas se mexendo e eu pensei: "Fudeu, não vou voltar nunca mais!". E eu comecei a suar, tive febre, tenho certeza, aí abri os olhos pq aquelas formas coloridas estavam me deixando louca e tonta, e virei pra minha amiga:
-Vê se eu tô com febre.
-Não tá não....
Puf, voltei às formas loucas. E então meu espírito saiu, sério, eu estava encostada na cadeira, relaxada, com olhos fechados, e queria sair dali, abrir os olhos de qualquer maneira."Se mexe, vai beber uma água." " Não tenho forças!" " Eu quero me mexer, to tontaaa!" "Mexe, mexe, mexe!!!""Não dáááá!" Eu tava alucidada.
-Mestre, dá licença lá fora? - Alguém falou.
-Sim, pode ir.
E várias pessoas começaram a pedir "licença lá fora", pra ir vomitar. Sim, é sério, mais de 30% das pessoas, tem uma borracheira forte, ou o chá faz mal e eles têm que colocar pra fora. Aquilo me impressionou. Agora eram as formas e o barulho dos vômitos, que todos achavam tão normal, e eu continuava sem me mexer, até que finalmente, eu senti uma emoção muito forte, a mesma sensação de quando eu tô muito bêbada e fecho os olhos quando vou fazer xixi, vem aquele treco, igual quando se leva um susto, sabe? Então, foi o espírito voltando pro meu corpo e eu abri os olhos. Todos de olhos fechados, curtindo sua borracheira. Volto a fechar os olhos, agora quem canta é o mestre! Que parada.... O mestre cantando, aí eu já não sabia se era música do som, ou se era a voz dele e eu o via cantando, mas ainda sim era confuso demais, impossível ele estar cantando daquela maneira, que loucura... Mas ele tava e que voz alta! E então meus olhos se fecharam, começou a chover muito forte, muito mesmo e o barulho da chuva era muito forte, e eu já tava achando que era o fim do mundo, mas ao mesmo tempo eu tinha consciência de que era só uma chuva forte, muito forte, mas parecia mesmo o fim do mundo. E se acabasse ali, meu amigo, eu tava é bem pra caralho!
Nossa!!! Não acredito! O Dênis!!! Eu tinha três anos de idade, estava com um shortinho azul, sem camisa, em Saquarema, agachada com um gravetinho na mão passando no chão, e dava pra sentir tudo! O Dênis lá, agachado também, com aquele cabelo castanho lisinho! Que loucura, eu estava lá com o Dênis!!! Eu jamais lembraria em minha vida que um dia o Dênis existiu! Foi um dia que eu passei com ele, era filho dos amigos dos meus pais e ele morava lá, passamos um dia na casa deles. E aquilo era uma foto que minha mãe tinha guardado. Depois, eu creci um pouco, cheguei aos sete anos, era sexta-feira e eu tava no banheiro da minha escola me arrumando para uma festinha! Mas era o banheiro antes de ser reformado! Eu jamais lembraria que ele sofreu uma reforma! Dava pra ver a madeira da porta, descascada e eu tava muto alegre indo pra festinha! Eu revivi todos os detalhes, as roupas espalhadas pelo chão, a sensação boa de final de semana e minhas amigas lá! Uma delícia! Minha borracheira estava um arraso!
E depois, aos poucos ela foi indo embora, eu fui voltando a realidade, comecei a sentir o frio do mato, e o mestre começou a finalizar a cerimônia e cantou para que a borracheira de todos fosse embora.
Quer acreditem, quer não, minha vida tá muito calma, e tem um sentido maravilhoso... Não sei se foi meu amor que mudou um bocado, mas meu relacionamento tá perfeito! Ele é tudo o que eu quis que ele fosse, e eu sou uma pessoa calma! Viva a União do Vegetal!
Amei, de verdade, foi muito louco, uma experiência única, é uma religião séria, onde há princípios, e tudo o mais. E eu, sem uma religião fixa, estou começando a pensar na idéia de me associar à União. Eu achei tudo muito lindo, muito calmo, muito luz, paz e amor - o lema deles.
Mas que é alucinógeno é....
sexta-feira, 4 de março de 2011
Workaholic
Achei que só existia em filme pessoas que trabalham iguais loucas e não têm tempo de fazer ABSOLUTAMENTE nada o resto do dia.
Achei que era brincadeira quando diziam que o dia tinha que ter mais horas...Putaqueopariu.
Mas tudo bem, é Carnaval em Salvador, a cidade para totalmente e as pessoas que só trabalham não conseguem trabalhar nem se queiserem muito. Valeu aí.
Camarote da Skol me aguarda, que chato... Piorou pq tem show do Exalta...
Não sei se tô mais empolgada com o Carnaval ou com o fato de que vou poder respirar!
Viva!
Achei que era brincadeira quando diziam que o dia tinha que ter mais horas...Putaqueopariu.
Mas tudo bem, é Carnaval em Salvador, a cidade para totalmente e as pessoas que só trabalham não conseguem trabalhar nem se queiserem muito. Valeu aí.
Camarote da Skol me aguarda, que chato... Piorou pq tem show do Exalta...
Não sei se tô mais empolgada com o Carnaval ou com o fato de que vou poder respirar!
Viva!
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Meu querido...
Ela estava com a vida feita, seus dois filhos já na faculdade e seu marido com o bom emprego de sempre. Resolveram se mudar, já moravam naquele apartamento fazia quase vinte anos e então, dentro de uma caixa, que estava dentro de outra caixa, ela achou aquele envelope. Ela resolvera não jogar fora, mas esconder de um jeito que a convencia de que aquilo não existia mais. Nem sabia porque resolvia sempre enganar a si própria daquele jeito tão infantil, mas ela escondeu lá em cima do armário, dentro daquela caixa velha, mas achou. O envelope já amarelado fez passar um filme em sua cabeça: descalça, descabelada, pulseiras no pé, cabelos compridos, a areia macia, e as gargalhadas, ah... as gargalhadas! Não sabia mais o que era isso fazia muitos anos. Só sabia o que era uma risada a toa, um sorriso educado, nada além... Não ia encarar, claro que não. Seria um divisor de águas abrir aquele envelope, não mesmo. Mas abriu.
"Oi querido,
Gostaria de saber como você e todo o meu amor estão. Sim, todo o meu amor está com você.
Gostaria de saber dos seus pelinhos dourados, e dos seus pés sempre sujos....
Eu não vou lhe entregar esta carta... Depois de todo o meu esforço de te deixar ir, eu não poderia fazer isso.
Gostaria que soubesse que não fui com você porque precisava de mais responsabilidade na minha vida. Não poderíamos viver de amor, apenas, meu bem. Eu não podia deixar meus estudos, preciso me formar, já tenho um emprego... Eu queria mesmo era que você entendesse, mas você não entendeu.
Eu te amo com toda a minha alma e sei que não vou suportar a saudade de você e do meu amor. Foi muito difícil pra mim te dizer tudo com tanta racionalidade, depois daquela temporada que passamos acampando pelas cachoeiras da Chapada, e daqueles dias na praia, em que dizíamos que a cama perfeita era uma "canga na areia", e que teríamos que arranjar um jeito de colocar a cama perfeita na nossa casa... Foi um pouco bobo da minha parte. Era óbvio que você não estava acreditando, eu tava mentindo descaradamente quando disse que preferia uma vida estável, com tudo bem certinho.
Você me conhece como ninguém, e olhava pra mim sem entender nada. Foi quando se virou e foi embora pra sempre. Sua mochila velha e rasgada implorava pra eu ir com vocês e eu a olhava tendo a certeza que todo o meu amor estava lá dentro.
Nem olhou pra trás, eu fiquei lá, parada, tentando me convencer de que tinha tomado a atitude certa, mesmo tendo a certeza de que ficaria sem amor pro resto de minha vida.
Te escrevo pra aliviar um pouco a minha dor. Meus olhos não se cansam de chorar. Acho que não vou nunca mais pra praia, pois sempre vou imaginar a nossa cabana lá, toda de madeira, com um banquinho na frente...
Me desculpe por tudo, me desculpe por te fazer sofrer.
Cuide bem do meu amor."
Ela não sabia....
Não sabia que eles sairíam de mãos dadas com mochilas velhas e rasgadas, parariam numa praia e dormiriam na cama perfeita por algumas noites... Ele teria a idéia de ensinar surf, ela iria organizar a escolinha. Eles eram tão perfeitos e tinham uma harmonia tão linda, que encantava quem os via. E alugariam uma cabana, não era na areia, como queriam, mas era na rua de trás, embaixo de árvores, pois o sol iria aquecer muito a madeira. Organizariam luais, com violão e bebidas típicas. Seriam convidados pra viver na Indonésia, e trabalhar numa ONG que ensinava Surf pra crianças carentes. Iriam, com as mesmas mochilas velhas. E de lá, viajaríam pelo mundo, ensinando crianças carentes, aprederíam várias línguas, teriam muito dinheiro, que não serviria para luxo, mas para viver melhor. Felicidade era uma coisa tão grande e eles tinham tanta, que resolveriam espalhar pelo mundo, com seus dois filhos. Criariam suas próprias ONGs e terminariam suas vidas confortavelmente, no lugar que quisessem e olhariam pra trás tendo a certeza que fizeram a diferença e distribuiram amor pelo mundo.
Ela fechou a carta e com os mesmos pés descalços, foi até a praia. E percebeu, que com tudo que ela ganhou, só perdeu.
Tarde demais.
"Oi querido,
Gostaria de saber como você e todo o meu amor estão. Sim, todo o meu amor está com você.
Gostaria de saber dos seus pelinhos dourados, e dos seus pés sempre sujos....
Eu não vou lhe entregar esta carta... Depois de todo o meu esforço de te deixar ir, eu não poderia fazer isso.
Gostaria que soubesse que não fui com você porque precisava de mais responsabilidade na minha vida. Não poderíamos viver de amor, apenas, meu bem. Eu não podia deixar meus estudos, preciso me formar, já tenho um emprego... Eu queria mesmo era que você entendesse, mas você não entendeu.
Eu te amo com toda a minha alma e sei que não vou suportar a saudade de você e do meu amor. Foi muito difícil pra mim te dizer tudo com tanta racionalidade, depois daquela temporada que passamos acampando pelas cachoeiras da Chapada, e daqueles dias na praia, em que dizíamos que a cama perfeita era uma "canga na areia", e que teríamos que arranjar um jeito de colocar a cama perfeita na nossa casa... Foi um pouco bobo da minha parte. Era óbvio que você não estava acreditando, eu tava mentindo descaradamente quando disse que preferia uma vida estável, com tudo bem certinho.
Você me conhece como ninguém, e olhava pra mim sem entender nada. Foi quando se virou e foi embora pra sempre. Sua mochila velha e rasgada implorava pra eu ir com vocês e eu a olhava tendo a certeza que todo o meu amor estava lá dentro.
Nem olhou pra trás, eu fiquei lá, parada, tentando me convencer de que tinha tomado a atitude certa, mesmo tendo a certeza de que ficaria sem amor pro resto de minha vida.
Te escrevo pra aliviar um pouco a minha dor. Meus olhos não se cansam de chorar. Acho que não vou nunca mais pra praia, pois sempre vou imaginar a nossa cabana lá, toda de madeira, com um banquinho na frente...
Me desculpe por tudo, me desculpe por te fazer sofrer.
Cuide bem do meu amor."
Ela não sabia....
Não sabia que eles sairíam de mãos dadas com mochilas velhas e rasgadas, parariam numa praia e dormiriam na cama perfeita por algumas noites... Ele teria a idéia de ensinar surf, ela iria organizar a escolinha. Eles eram tão perfeitos e tinham uma harmonia tão linda, que encantava quem os via. E alugariam uma cabana, não era na areia, como queriam, mas era na rua de trás, embaixo de árvores, pois o sol iria aquecer muito a madeira. Organizariam luais, com violão e bebidas típicas. Seriam convidados pra viver na Indonésia, e trabalhar numa ONG que ensinava Surf pra crianças carentes. Iriam, com as mesmas mochilas velhas. E de lá, viajaríam pelo mundo, ensinando crianças carentes, aprederíam várias línguas, teriam muito dinheiro, que não serviria para luxo, mas para viver melhor. Felicidade era uma coisa tão grande e eles tinham tanta, que resolveriam espalhar pelo mundo, com seus dois filhos. Criariam suas próprias ONGs e terminariam suas vidas confortavelmente, no lugar que quisessem e olhariam pra trás tendo a certeza que fizeram a diferença e distribuiram amor pelo mundo.
Ela fechou a carta e com os mesmos pés descalços, foi até a praia. E percebeu, que com tudo que ela ganhou, só perdeu.
Tarde demais.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Oi Fred!
E aí? Tudo bem?
Me desculpe escrever tanto tempo depois. Faz o quê? Uns onze anos? Foi mal mesmo, mas sabe o que foi? Aquel trilhões de e-mails que vc me mandou, eu nem li. Aí não soube o quão fudido eu te deixei... Mas também nem me importou muito na época, eu fiquei com um gatinho que hoje é ator da Globo naquele 18 de fevereiro... Agora até deu pra me perdoar um pouco, né? Ou não? Ah, nem venho aqui te pedir desculpas não, vim te dizer o que aconteceu mesmo. Talvez você tenha sido o primeirão da minha lista. Talvez não, com certeza.
Então, foi o seguinte, você foi a primeira pessoa por quem eu fui apaixonada, e paixão acaba. Quando se tem 17 anos, ela acaba e por você ser imatura, nem dá explicação, mete o pé mesmo, e foi isso que eu fiz. Mas como homem é sempre burro, você ficou lá, se perguntando o porquê de tudo e citando Aristóteles.
Numa boa? Aristóteles e eu não temos absolutamente nada a ver...Acho o cara um pé no saco.
Mas foi isso, querido. A paixão acabou da noite pro dia, um dia eu te amava e achava lindo você tocando sax, falando francês e jogando golfe e no outro dia eu não te amava e achava um pouco brega você tocar sax e jogar golfe. Francês eu continuava achando um charme, mas isso eu não disse pra ninguém.
Ah! Obrigada pela sua carta, foi fofa. Foi digna de alguém que era pra ser o homem da minha vida, você tá de parabéns. Me fez chorar, aliás, me desesperou de tanto chorar, nunca tinha o feito por ninguém. Sério, mandou bem. Eu lembro de ter deitado na cama e achado que ia morrer, pra depois a guardar e não abrir por muitos e muitos anos.
Ô Fred, é um porre falar de você porquê eu me sinto eternamente culpada de ter estragado tudo, sério mesmo, minha mãe me enche o saco dizendo que você era perfeito e não entende porquê eu te larguei.
Você é chato. É muito chato. Um chato!!! Que merda, um chato, chato, chato!!!!!! Chato! Puta que pariu! Por que eu fui tão sacana com você? Por que eu fui reler sua carta muitos anos depois e vi um pedacinho de papel nunca antes visto, escrito:"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Pequeno Príncipe." Porra!!! Custava ser menos inteligente? Eu tinha mesmo que passar alguns anos da minha vida sentada na janela ouvindo você tocar sax lá do sétimo andar?
Ok, estou te promovendo. Meninas, entrem na fila, ele é mesmo tudo isso.
Não vou nem dizer que você é lindo, carinhoso, viaja bastante, se formou em economia, rico, inteligente, dirige um carrão e além de tudo isso, como se não bastasse mais nada, é educado.
Enfim, pra deixar bem claro e terminar de formar toda a imagem podre que você tinha de mim depois de eu ter te deixado entregue às traças, eu resolvi te escrever, você resolveu corresponder, me chamar pra sair, eu por minha vez, aceitar e você ter ido me buscar em casa no seu carrão.
Bem, fomos beber, eu fiquei completamente bêbada, dei pra você na escada do nosso antigo prédio e eu só lembro de você me acordando, na porta do meu prédio atual. Eu, que naquela época sonhava em fazer amor com você e você dizia me respeitar, fazia promessa de não tocar em mim e ficávamos nos beijando por horas depois da piscina. Eu, que esperava a manhã inteira o interfone tocar e ele tocava mesmo nas primeiras horas da manhã, e eu ouvia sua voz tímida me chamando pro play. Eu, que era a sua dupla no war e você roubava descaradamente, e a gente ganhava sempre morrendo de rir. Eu, que queria tomar açaí todos os dias, e você que me chamava pra ir pra praia e levava guarda-sol. Eu, que te vi jogando Taco no play e corri lá pra baixo, sem nem conhecer ninguém e fiquei só te olhando, com cachos o cabelo. Eu, que me apaixonei perdidamente e morreria por você, e você, que morreria por mim na mesma intensidade.
Consegui, né? Te fiz me esquecer de vez? Viva minha falta de escrúpulos!
E nem chato você é....
Me desculpe escrever tanto tempo depois. Faz o quê? Uns onze anos? Foi mal mesmo, mas sabe o que foi? Aquel trilhões de e-mails que vc me mandou, eu nem li. Aí não soube o quão fudido eu te deixei... Mas também nem me importou muito na época, eu fiquei com um gatinho que hoje é ator da Globo naquele 18 de fevereiro... Agora até deu pra me perdoar um pouco, né? Ou não? Ah, nem venho aqui te pedir desculpas não, vim te dizer o que aconteceu mesmo. Talvez você tenha sido o primeirão da minha lista. Talvez não, com certeza.
Então, foi o seguinte, você foi a primeira pessoa por quem eu fui apaixonada, e paixão acaba. Quando se tem 17 anos, ela acaba e por você ser imatura, nem dá explicação, mete o pé mesmo, e foi isso que eu fiz. Mas como homem é sempre burro, você ficou lá, se perguntando o porquê de tudo e citando Aristóteles.
Numa boa? Aristóteles e eu não temos absolutamente nada a ver...Acho o cara um pé no saco.
Mas foi isso, querido. A paixão acabou da noite pro dia, um dia eu te amava e achava lindo você tocando sax, falando francês e jogando golfe e no outro dia eu não te amava e achava um pouco brega você tocar sax e jogar golfe. Francês eu continuava achando um charme, mas isso eu não disse pra ninguém.
Ah! Obrigada pela sua carta, foi fofa. Foi digna de alguém que era pra ser o homem da minha vida, você tá de parabéns. Me fez chorar, aliás, me desesperou de tanto chorar, nunca tinha o feito por ninguém. Sério, mandou bem. Eu lembro de ter deitado na cama e achado que ia morrer, pra depois a guardar e não abrir por muitos e muitos anos.
Ô Fred, é um porre falar de você porquê eu me sinto eternamente culpada de ter estragado tudo, sério mesmo, minha mãe me enche o saco dizendo que você era perfeito e não entende porquê eu te larguei.
Você é chato. É muito chato. Um chato!!! Que merda, um chato, chato, chato!!!!!! Chato! Puta que pariu! Por que eu fui tão sacana com você? Por que eu fui reler sua carta muitos anos depois e vi um pedacinho de papel nunca antes visto, escrito:"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Pequeno Príncipe." Porra!!! Custava ser menos inteligente? Eu tinha mesmo que passar alguns anos da minha vida sentada na janela ouvindo você tocar sax lá do sétimo andar?
Ok, estou te promovendo. Meninas, entrem na fila, ele é mesmo tudo isso.
Não vou nem dizer que você é lindo, carinhoso, viaja bastante, se formou em economia, rico, inteligente, dirige um carrão e além de tudo isso, como se não bastasse mais nada, é educado.
Enfim, pra deixar bem claro e terminar de formar toda a imagem podre que você tinha de mim depois de eu ter te deixado entregue às traças, eu resolvi te escrever, você resolveu corresponder, me chamar pra sair, eu por minha vez, aceitar e você ter ido me buscar em casa no seu carrão.
Bem, fomos beber, eu fiquei completamente bêbada, dei pra você na escada do nosso antigo prédio e eu só lembro de você me acordando, na porta do meu prédio atual. Eu, que naquela época sonhava em fazer amor com você e você dizia me respeitar, fazia promessa de não tocar em mim e ficávamos nos beijando por horas depois da piscina. Eu, que esperava a manhã inteira o interfone tocar e ele tocava mesmo nas primeiras horas da manhã, e eu ouvia sua voz tímida me chamando pro play. Eu, que era a sua dupla no war e você roubava descaradamente, e a gente ganhava sempre morrendo de rir. Eu, que queria tomar açaí todos os dias, e você que me chamava pra ir pra praia e levava guarda-sol. Eu, que te vi jogando Taco no play e corri lá pra baixo, sem nem conhecer ninguém e fiquei só te olhando, com cachos o cabelo. Eu, que me apaixonei perdidamente e morreria por você, e você, que morreria por mim na mesma intensidade.
Consegui, né? Te fiz me esquecer de vez? Viva minha falta de escrúpulos!
E nem chato você é....
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