quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Queria te dizer

Oi Dé,
Tudo bem?
Então, tem uma coisa que eu preciso te dizer.... Nem sei porque eu me sinto assim tão culpada, na verdade eu não queria te dizer de jeito nenhum, mas me sinto na obrigação. Coisa idiota, né? Que obrigação eu teria com você? Mas é que a gente prometeu, fez juras, usamos a aliança e tudo o mais, e foi mal... eu quebrei a promessa. Eu jurei, mil vezes, mais até, jurei com toda a minha alma, mas eu não sabia naquela época que minhas palavras eram frouxas. Aliás, pouca coisa eu sabia naquele tempo, quase nada. A mais importante de todas era você, e isso eu sabia muito bem, sabia mais que qualquer pessoa no universo. Sei até hoje. Mais que qualquer uma que já esteve com você. Sei. Sei muito. Sei bem. Sei como ninguém. Sei de tudo. De tudo. E isso me dá um medo danado! Eu fico pensando hoje como eu era feliz naquela época.... Bota felicidade nisso! Você me disse uma vez e acho que foi a coisa mais certa que já me disse. Me surpreendeu, você nunca foi muito esperto, mas me disse uma coisa que não me sai da cabeça e me deixou frustrada pro resto da vida. Valeu hein... Você disse que nunca mais vamos amar ninguém como nos amamos, porque foi um amor ingênuo, nós não conhecíamos a maldade. Como você pensou nisso? Você ainda pensa em mim? Ah, deixa pra lá, o que importa? Você me disse isso, e eu chorei tanto, mas tanto! Aquelas palavras entraram no meu coração e me convenceram: nunca mais vou amar de verdade. De verdade sim, porque esses amores de hoje em dia são um saco! A gente sabe tudinho, todas as maldades, sem surpresas, sem borboletas no estômago, sem ciúme infantil, sem cartas escritas com sabonetes. Que porre! Ah, se eu soubesse... Teria feito diferente! Teria feito ao contrário! Eu teria curtido, viajado, me acabado, me formado e pronto, aqui estou eu. Mas foi tudo ao contrário. A gente prometeu, a gente disse um pro outro, a gente tinha certeza. Eu sou da sua vida e você é da minha. Ponto final, que passe o tempo, que passe toda uma vida entre a gente, mas lá, bem depois, a gente cumpriria com a nossa palavra. Mas não foi isso que aconteceu, não vai ser isso que vai acontecer, por isso lhe escrevo! É única e exclusivamente pra dizer que não vai mais acontecer. Que, como eu disse antes, eu descobri que minhas palavras não valem lá essas coisas e que a gente não vai casar coisa nenhuma. Apesar de eu continuar achando que você é o homem da minha vida. Mas talvez eu só ache isso por causa lá das coisas que você me falou. E tem mais: quem foi que disse que a gente obrigariamente vai se casar com o homem de nossas vidas? Cada coisa...
Eu sonhei com você. Lembra quando a gente começou a namorar? Lembra que no dia seguinte você me ligou pra dizer que estava indo pra corrida? Eu estava no banheiro da minha mãe, indo tomar banho, com o telefone sem fio. Lá estava eu de novo, com o telefone na mão e você ligou. Me ligou pra dizer que eu estava grávida de um mês de você. Sério. Foi você quem me avisou. A gente não tinha nada, você simplesmente me ligou dizendo que eu estava grávida de você. Eu tive esse sonho exatamente na noite em que começamos a namorar, dez anos depois. Então, querido, as coisas estão um tanto quanto confusas por aqui.  Eu não sei porquê eu chorei muito e tive vontade de te chamar pra tomar um chopp, só pra te dizer o que eu quero dizer. Eu não tenho vontade de ficar com você, de voltar com você, não tenho mesmo, mas é que é muito estranho tudo isso estar acontecendo na minha vida e não ser com você. É esquisito porquê parece que eu fui fabricada para estar com você e como isso não aconteceu, eu dei um monte de defeitos. E todos esses defeitos foram consertados e eu fui toda remontada. É sério, é muito estranho. E isso tá me deixando esquisita demais. Mas não esquista com sentimentos, esquisita confusa mesmo, como se eu devesse um milhão de desculpas pra você. Desculpa.  Eu sinto como se tivesse que dizer isso pro resto da vida, ou então, implorar desesperadamente para que você me pegue e tire os remendos! Volte no tempo, faça milagres, sei lá! Qualquer coisa! Me sinto de joelhos te pedindo para me sacudir e acordar, me dizer que a vida que se meteu no nosso meio não existe mais e que vamos nos encaixar. Mas eu não quero isso!!! Será que dá pra entender? Eu não quero, eu tô feliz, eu tô muito feliz! Eu não quero saber da sua vida, se tá bem, se não tá, se tá casado ou não. Não quero, não me interessa, não faz diferença! São só essas merdas desses sentimentos que ficam na cabeça de uma mulher que casou. Sim, eu casei, e foi no dia em que começamos a namorar. Dez anos depois.
Eu precisava de te dizer, pois me sinto como uma menina pequena fazendo besteiras e tenho medo de você brigar comigo.
Desculpa, Dé.

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