Eu consegui ver...
Eu percebi bem na hora em que estávamos deitados e você veio me beijar bem devagarinho com as duas mãos no meu rosto, com os dedos quase entre as nossas bocas... E quando uma das mãos deslizava pelo meu cabelo e logo voltava ao meu rosto, fazendo carinho, de olhos bem fechados... Foi ali que eu percebi, porque o meu coração estava batendo diferente e eu sentia aquele sentimento de paz. E eu percebi porque eu senti. E porque ficamos muito tempo só nos beijando, nos abraçando, nos curtindo e com suas mãos deslizando por cada cantinho de mim, como você já fez algumas vezes, em que estávamos tão juntinhos que mais parecia um só.
Quando você disse que gostava de mim, eu disse que não via. E você disse que eu não precisava ver, que eu tinha que acreditar no que você estava me dizendo. Eu acreditei, mas ver me fez feliz.
Obrigada por esse domingo, por dizer que só lembrava dos dias em que estávamos juntos em Búzios, que parecia que eu estava com você desde o primeiro dia. E obrigada por ter ido ao meu aniversario, eu achei que nossa comemoração tinha sido no domingo, mas você fez questão de ir no próprio dia, onde você não conhecia ninguém e estavam todos os meus amigos. E você foi incrível. Você estava ali comigo, e eu estava muito feliz. Se você não tivesse ido, meu dia não teria sido perfeito.
E agora você me manda uma uma mensagem dizendo que me ligou. Mas eu não vi, meu bem.
Será que a gente esta se entendendo de novo? Será que as coisas estão voltando aos pouquinhos, bem aos pouquinhos? Ou melhor, será que está tudo dando certo? Não quero que volte nada, eu quero que as coisas caminhem devagarinho até a hora que não tem mais pra onde ir e a gente não viva mais um sem o outro.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Eu, ele e nossas confusões
E então eu termino um relacionamento de merda, me jogo no espaço crente que vou cair no chão e fico solta, não há chão que consiga fincar meus pés.
As vezes eu juro que queria que o fofo do Diego visse os textos que eu escrevi pra ele ver que para cada ação há uma reação e ele me tratar como se eu fosse um lixo, me faria delirar com o meu mundo. Mas não vou deixar esse blog a vista não, porque eu adoro ser eu mesma e eu ainda tenho a mania de me fingir de santa pra ele.
Mas não era do traste que eu queria falar....
Eu quero falar de quem tira o meu sono desde aquele dia 27/4, em que ele cruzou minha vida de novo.
Maldito ou bendito dia, ainda não decidi. O que eu sei é que são quatro meses já nessa puta dessa palhaçada....
Começou no maior amor, tinha a certeza de que era dele que eu precisava para acalmar meus dias de cão em que eu passava o dia todo na rua, fumando que nem uma condenada e enchendo a cara de cerveja com quem quer que fosse, e se não fosse, sozinha mesmo. Pois bem, um príííncipe encantado, inteligente, arquiteto, gerenciador de projetos, cavalheiro abre-a-porta-pra-você-e-não-te-deixa-pagar-nada, gostava de samba, e o melhor de tudo: uma história pra chamar de minha! Eu escrevi uma vez pra ele: "você é meu futuro e meu passado me encarando de frente". Havia oito anos que não nos víamos, desde que eu tinha abandonado a segunda faculdade (e eu achando que tinha parado por aí...), e me mandado pra fora de mala e cuia. Sem me prolongar muito, era o dia todo de papo, a semana toda se vendo e uma viagem pra Itaipava. Até eu estragar tudo, óbvio, porque eu sou incapaz de lidar com tanta doçura e depois do que eu passei, não acreditava mais em doçura caralho nenhum.
Estraguei todo o andamento da coisa. O que é engraçado, é que eu fui tão eu com ele, quantas vezes eu perguntava se eu tava diferente só pra ouvir ele falando:"Não, ta igualzinha.". O que eu percebi foi que eu tinha voltado a ser quem eu era com ele, absolutamente eu, sem tirar nem por e estava dando tão certo que eu tive um medo danado e criei alguém idiota pra estragar tudo. Foi aí que eu pedi pra encontrar com ele completamente bêbada e falei um monte de coisas, dentre elas pra não me procurar nunca mais. Não sei porque eu fiz isso, foi só uma mania de estragar tudo o que poderia acontecer. Acho que eu tava um pouco em pânico, sabe? E precisava acabar logo com aquilo que estava me fazendo feliz. Sei lá, achava meio impossível eu conseguir estar bem depois de tudo o que eu passei...
E então, nos afastamos, até tentamos nos ver de novo, um encontro com os amigos dele de Minas, um motel de madrugada, e algumas mensagens frias e secas, que faziam meu coração tremer...
Até o dia que eu cansei.... Ele não tinha mais coerência com as mensagens, as atitudes não batiam muito.... Um dia estava com saudade da gente 'de bem', outros dias ligava pra conversar nada, e sumia, sumia, sumia... E eu enlouquecendo aos poucos.... Tentava controlar, ficava bem, fingia que esquecia da nossa viagem, da nossa cumplicidade, do nosso carinho, das cosquinhas, conversas, jantares, bares, trilha, sambas, conselhos, da nossa preguiça na cama, de como ele passava as mãos pelo meu corpo inteiro e de como me beijava a noite e dormia tão abraçado que eu sentia a respiração e o coração dele em mim. E eu liguei e pedi que nos afastássemos de vez. Ele perguntou se podíamos ser amigos e eu disse que "claro!", querendo mandar ele pra putaqueopariu.
Mas ta ótimo.... Passamos bastante tempo sem nos falar, quer dizer, bastante pro que era antes, foram alguns dias, tipo cinco, até eu mandar uma mensagem de aniversário que ele agradeceu lindamente, e pronto. Não nos falamos mais, até aquele fatídico dia. Aliás, eu tava era esperando o dia em que ele ia morrer de sentir a minha falta e eu estaria linda e bela pouco me fudendo pra ele. E eu já tinha treinado, a personagem nem-lembro-mais-que-você-existe ia atacar. Treinei até se ele insistisse. Eu, uma pedra. Primeiro uma mensagem em plena segunda feira, havia mais de uma semana sem contato. "Oi, tudo bem?"- Enviada de Armação de Búzios. Tudo bem é o caralho, o filha da puta tá em Búzios!! Lembrei das férias que ele teria em agosto, as mesmas férias que tínhamos programado de ir pra Ny, Bahia, e por último, Chile. Tudo devidamente não concretizado.
Não respondi, óbvio, e fui dormir querendo socar a minha cara.
E chega a Terça... "Paty?"- Enviada de Armação de Búzios. Cada "Armação de Búzios", era um xingamento diferente. Porra, eu devia estar com ele! Responder tudo bem, estava nos planos... Foi a segunda fase, a da insistência. "Oii". "Te mandei uma mensagem". "Eu só vi depois". "Não respondeu, achei estranho...". Por que será, né? Porque eu tava fudida, desesperada com a mensagem, a ponto de desabar e colocar tudo o que eu já tinha superado a perder e não queria voltar a estaca zero nem a pau! E começamos uma conversa, ele estava em búzios sozinho, leu um livro inteiro, não ia na academia por uma semana e etc. Super amigos. E eu dormi triste, mas satisfeita com o meu roteiro, que estava sendo cumprido brilhantemente.
Quarta.... "To me lembrando muito de Itaipava, não paro de pensar". Acabou comigo e eu tentei um improviso ali de última hora, lembrei de uma frase que eu jurei que falaria pra ele quando ele sentisse minha falta: "As vezes acontece...". Ufa, fim de papo, consegui, chega de conversa. Um pouquinho a mais de conversa mole e chega. Respirei dez vezes fundo quando a conversa acabou naquela tarde. Ele em Búzios e eu no Rio. Ta ótimo, ele já sentiu minha falta, era isso que eu queria, um-beijo-e-tchau. Exatos 21 minutos, que eu achei que fosse durar outros dez dias em média, que era o tempo que não nos falávamos desde aquela segunda, e chega a mensagem fora de roteiro: "Vem pra cá, vem?". Meu coração foi na boca, meus pensamentos foram na lua e minha razão foi por água a baixo. Primeiro disse que as coisas não eram tão fáceis, e ele disse que havia sido só uma idéia, uma boa idéia, e eumperguntei se ele queria mesmo que eu fosse. "Fico me perguntando porque ainda não esta aqui..."
Fui. Coração fantasiado de pedra, com o pensamento que seria super forte, voltaria sem expectativa alguma, as coisas ficariam iguais e 'vamos beber, que amar ta difícil'. Dois dias em que ficamos de preguiça, eu sentia a respiração e o coração dele quando dormíamos, a mão dele que deslizava no meu corpo todo, as mesmas cosquinhas, um pouco de leitura, bastante gentileza, carinho, delicadeza, e de novo o "não esta esquecendo nada?", "o quê?", " um beijo". E toda aquela palhaçada de somos-perfeitos-juntos. E éramos mesmo.
Voltamos, nos falamos um pouco, duas semanas se passaram até que meu mundo caiu em uma Terça feira, dois dias depois de ele ter me mandando uma mensagem me procurando, um dia depois de mandar mensagem dizendo que estava com saudades, e dia em que ele me ligou pra falar nada e eu perguntei. Perguntei com quem ele estava na sexta, quando uma amiga o viu e se ele estava ficando com ela aquele dia. E ele disse que sim. E desligamos. E eu chorei. Chorei bastante, dos olhos doerem. E eu percebi que eu gosto dele, com o coração, sem personagem nenhum, eu de verdade. E esta sendo chato pra cacete.
Resolvi falar, na mesma hora em que desliguei meu telefone, enchi o dele de mensagem: que mais cedo ou mais tarde eu ia acabar chorando com toda aquela confusão que ele havia causado com os meus sentimentos, que aquela era a ultima vez que eu queria pensar nele e ficar triste e que se ele sentisse saudade, que não me contasse, eu não queria saber.
E então ele não era mais aquela pessoa que não ligava muito, que eu achava que não estava muito aí. " Vamos conversar? A ultima coisa que eu quero ver é você triste. Você me faz muito bem! Não quero ter que mentir pra você. Vamos nos encontrar hoje? Você pode hoje?" . "Posso". Mas só posso, Dani, porque é a última, última vez que vamos nos ver, pra colocar um ponto final de verdade, eu não quero mais, consegue entender??? Não quero!!!!!!!!!!!!
E eu disse que desde que brigamos, eu não era mais aquela que ele reencontrou, eu não era quem ele ligava de madrugada, não era quem ele chamava pra ir pra búzios porque estava se sentindo sozinho, não era quem ele sentia falta só quando não podíamos nos ver.
E ele... Ele me disse que eu não o procurava, não mandava mensagem, não ligava, que todas as vezes que tínhamos nos visto foi porque ele me ligou. Perguntou se eu não percebia isso. Disse que não fazia idéia que eu achava que era aquela imagem que eu tinha pra ele, que ele nunca havia pensado em mim como segunda opção, que ele não me ligou para ir a Búzios porque ele tava sozinho, mas porque ele queria, ele queria desde o começo, mas estava respeitando o que eu havia falado, pra ele se afastar, e que havia pensado muito antes de me mandar mensagem, mas que não aguentou. Disse que não era pra eu ficar preocupada com sexta, que ele não tinha programado nada, que ela tinha chamado e ele tinha ido, que não era uma coisa normal, que eu não tinha motivo pra ficar chateada, que não tinha nada a ver.
" Eu gosto de você."
"Eu não consigo ver, não consigo enxergar isso."
"Você não tem que ver, você tem que acreditar no que eu estou te falando".
Ele me deixou em casa, me abraçou, perguntou se eu ainda estava triste. Eu disse que 'um tantinho', e ele disse que eu não precisava ficar preocupada, que era besteira, e me pediu desculpas por ter me chateado. Perguntou se podíamos continuar nos vendo.... E eu.... Eu disse que sim.
E percebi que eu nunca tinha pego o telefone pra ligar pra ele, que nunca o procurava e que a gente não tem nada, como eu disse, eu sei que ele fica com outras pessoas, assim como eu também ficava.... Mas que doía um fato consumado, ah doía..... Ele disse que o tempo dele era muito longo. E o meu, curto demais... Não falei, só pensei mesmo...
E naquela noite, ele mandou uma mensagem antes de dormir, falando que tínhamos intimidade o suficiente um com o outro e pra gente conversar mais, pra nenhum dos dois ficar triste.
Segunda que vem é meu aniversário, um mês e um dia depois do dele.
Combinamos de passar o domingo inteirinho juntos...
Meu presente de aniversario....
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Até.
E então acabou, não foi?
Mal tinha começado. Ou nem começou, vai saber...
O fato é que eu gosto de você.
Sabe, Dani,
Foi a sua mão que eu puxei pra subir de volta... E você sabia muito bem onde estava se metendo. Sabia o que tinha acontecido e até se preocupava um pouco das coisas não irem rápidas demais.
Eu não estou entendendo muito bem o que tá acontecendo agora com a gente.
As coisas estavam indo bem de novo, depois de nossas brigas, essa semana você me ligou vários dias, me disse que estava com saudade da gente 'de bem' juntos e que estava implicando comigo também, por saudade. E simplesmente não nos vimos, você não me procurou... Sexta nos falamos bastante, você me ligou quando chegou em casa do trabalho e sábado nada... Eu que te liguei, você disse que tinha acabado de chegar em casa, não ia sair e que me ligava no domingo depois do almoço no seu pai. Você não ligou.
Hoje, meu celular acordou sem um bom dia e meu coração está tentando disfarçar.
Eu não estou disposta, meu bem. Não estou disposta a sofrer. Não depois do que eu passei, não mais.
Acho que minha cota de sofrimento já acabou, ultrapassou, pelos próximos dez anos.
E eu não vou sofrer, coração, fique tranquilo, que você já passou por poucas e boas.
Então. Obrigada por esses últimos dois meses.
Um beijo. Até um dia.
Mal tinha começado. Ou nem começou, vai saber...
O fato é que eu gosto de você.
Sabe, Dani,
Foi a sua mão que eu puxei pra subir de volta... E você sabia muito bem onde estava se metendo. Sabia o que tinha acontecido e até se preocupava um pouco das coisas não irem rápidas demais.
Eu não estou entendendo muito bem o que tá acontecendo agora com a gente.
As coisas estavam indo bem de novo, depois de nossas brigas, essa semana você me ligou vários dias, me disse que estava com saudade da gente 'de bem' juntos e que estava implicando comigo também, por saudade. E simplesmente não nos vimos, você não me procurou... Sexta nos falamos bastante, você me ligou quando chegou em casa do trabalho e sábado nada... Eu que te liguei, você disse que tinha acabado de chegar em casa, não ia sair e que me ligava no domingo depois do almoço no seu pai. Você não ligou.
Hoje, meu celular acordou sem um bom dia e meu coração está tentando disfarçar.
Eu não estou disposta, meu bem. Não estou disposta a sofrer. Não depois do que eu passei, não mais.
Acho que minha cota de sofrimento já acabou, ultrapassou, pelos próximos dez anos.
E eu não vou sofrer, coração, fique tranquilo, que você já passou por poucas e boas.
Então. Obrigada por esses últimos dois meses.
Um beijo. Até um dia.
segunda-feira, 3 de junho de 2013
Plano D
Meu bem ,
Obrigada por todo esse bem que você me faz.
Eu vou te contar um segredo: Eu tinha desistido. Desistido, e o que é pior, me acomodado. Pensava: "Ah, já que é isso que eu tenho, tudo bem, vamos lá." Eu não digo que me arrependi, porque não tinha muita noção de tempo e espaço, sabe? Eu sabia que estava infeliz, que aquilo não era lá muito o que eu tinha sonhado pra mim, mas tinha preguiça de seguir em frente, tinha me esquecido do encantamento que as coisas tinham e estava tudo meio cinza, como quem enxerga de óculos escuros. E eu estava lá, sabendo que existia sol, mas só de pensar em enxergar as cores, dava um desânimo, como se precisasse que alguém os tirasse pra mim. E foi você, com toda a sua delicadeza e firmeza, que me mostrou que as cores tinham vida.
Eu não consigo expressar o que eu estou sentindo. No começo, me joguei de cabeça, bem fundo, mergulhei sem medo das pedras que podiam ter lá embaixo, de olhos fechados. Uma mistureba de sentimentos não identificados. Da minha parte. Você era meu passado e meu futuro me encarando com olhos bem abertos. Abertos e firmes. Os meus eram bem fechados, ora por não querer enxergar, ora por tanta cerveja que eu tinha tomado. Você era as minhas lembranças da época mais feliz da minha vida e toda a responsabilidade de te mostrar que eu não era mais aquela destrambelhada que você conheceu. Era a minha faculdade abandonada, meu coração imaturo acelerado e minhas aulas esquecidas pelos corredores. Era a minha vontade de ficar com você e a nossa fuga pro quinto andar. Era o seu estojo e o seu casaco perdidos, e os banheiros trocados. Era o outro lado da janela e todo mundo lá embaixo, era nossas brincadeiras e os abraços no churrasco. Era o play do prédio do seu pai e o seu quarto. Você era muita coisa guardada dentro de uma caixa de sapato esquecida debaixo da cama. E quando eu te vi naquele samba, meu coração bateu forte e veio todo aquele filme na minha cabeça, e a certeza de querer reviver tudo de novo. Eu reviveria, como há oito anos atrás, mas você não. Eu conseguia ser, ainda, aquela menina da Fau, mas você não deixou. Você me desmascarou quando disse: "Você está igual ao que você era na época da faculdade, igualzinha, não mudou nada." Claro que eu não havia mudado nada. Dá pra entender? Eu estava tentando ser aquilo que eu era antes. Foi uma tentativa tão grande de me mudar e eu me obriguei tanto a ser quem eu não era, quem queriam que eu fosse, que eu acreditava um pouquinho que deveria ser diferente do que eu era naquela época. E você, com toda a sua calma, em momento nenhum me viu diferente, e você gostava do que via, e a minha máscara caiu. Eu não precisava te mostrar que eu era super centrada, incrivelmente madura e me comportava sempre muito bem, porque eu existia de verdade, e você gostava de como eu era. Eu não tinha os defeitos que sempre julgaram tanto que eu tinha e as minhas qualidades existiam sim, e você as conseguia enxergar.
E então, eu pude ter a certeza que eu podia ter o meu jeito, falar o que eu pensava, sem medo do que os outros poderiam achar ou deixar de achar de mim. Eu podia ser eu de verdade. Você gostou de mim quando eu era exatamente quem eu era, na minha essência, na fase mais verdadeira da minha vida. E agora, oito anos depois, você gosta de novo. Talvez muito mais. Aliás, com certeza muito mais. E eu te faço bem. Você se sente bem comigo. E eu contigo.
Você me disse que gostou do nosso final de semana em Itaipava. Gostou porque estava comigo, porque eu te faço muito bem, porque eu sei brincar, conversar, sou carinhosa, tenho paciência, sei ouvir, tenho bom gosto, sou animada e porque te dei um final de semana inesquecível. E com toda a sua sensatez, disse pra vivermos o presente, e pensar no quanto é bom estarmos felizes, que quer que tudo que esteja acontecendo seja só felicidade. Eu concordo com você, meu bem, mas toda a minha ansiedade fica imaginando como vai ser lá na frente.
Ah! Algumas coisas eu tenho que te falar:
Achei fofo você brigar incessantemente para eu calçar o chinelo porque o chão estava frio. Eu não calçava porque amo andar descalça mesmo, e então eu esquecia.
Foi você, com a minha ajuda, que derramou o vinho na cama, mas poderia ter sido eu sem problemas nenhum, aliás, a probabilidade era muito maior, se fosse eu quem tivesse servindo, capaz que eu deixasse a garrafa inteira virar. Lembra da água que eu esbarrei na sua mão e também derramou, né? Obrigada pela preocupação quando eu bati a cabeça, mas isso ocorre com muita frequência, as vezes diariamente, visto o roxo enorme que eu estava na perna, e eu não tenho vaga ideia de onde eu bati. Perder na sinuca foi um grande orgulho pra mim, já que da última vez que eu joguei, nem a bolinha eu conseguia acertar, conseguir não passar vergonha, foi uma vitória inigualável.
Amei saber da sua história com o Kids Challenger, seu cavalo. Acho lindo qualquer coisa boa relacionada a animais.
E o travesseiro que surgiu entre a gente durante a noite, não fui eu, foi você! Esse mistério vai continuar... Ainda bem que você viu e tirou do meio e chegou o mais juntinho que podia chegar.
Ah, outra coisa. Eu vi o beijinho que você me deu no ombro durante a noite, eu estava acordada, mas foi tão lindo que eu nem me mexi, só sorri e você não viu.
Gosto também quando me 'obriga' a beber água, não sentar no chão, não limpar a mão na calça, lavar a mão, etc. Também gosto quando você me chama de 'meu bem', porque eu te chamo, imitando o jeito que eu falo. E também quando implica comigo (o que acontece o tempo inteiro), dizendo que quando eu falo no telefone eu falo com sotaque de baiana, porque eu falo meiguinha.
E as broncas né? Teve isso também... Prometo que vou transferir meu título de eleitor, tirar a identidade, resolver meu diploma, ligar pro banco e pedir o cartão que eu perdi, declarar o imposto de renda e resolver o que resta em ssa.
Enfim, queria agradecer. Foi tudo lindo. Tudo perfeito. E eu mereço meu certificado por ter conseguido passar esse final de semana com você, mas pode ser um beijo também, que pra mim vale mais.
Obrigada por todo esse bem que você me faz.
Eu vou te contar um segredo: Eu tinha desistido. Desistido, e o que é pior, me acomodado. Pensava: "Ah, já que é isso que eu tenho, tudo bem, vamos lá." Eu não digo que me arrependi, porque não tinha muita noção de tempo e espaço, sabe? Eu sabia que estava infeliz, que aquilo não era lá muito o que eu tinha sonhado pra mim, mas tinha preguiça de seguir em frente, tinha me esquecido do encantamento que as coisas tinham e estava tudo meio cinza, como quem enxerga de óculos escuros. E eu estava lá, sabendo que existia sol, mas só de pensar em enxergar as cores, dava um desânimo, como se precisasse que alguém os tirasse pra mim. E foi você, com toda a sua delicadeza e firmeza, que me mostrou que as cores tinham vida.
Eu não consigo expressar o que eu estou sentindo. No começo, me joguei de cabeça, bem fundo, mergulhei sem medo das pedras que podiam ter lá embaixo, de olhos fechados. Uma mistureba de sentimentos não identificados. Da minha parte. Você era meu passado e meu futuro me encarando com olhos bem abertos. Abertos e firmes. Os meus eram bem fechados, ora por não querer enxergar, ora por tanta cerveja que eu tinha tomado. Você era as minhas lembranças da época mais feliz da minha vida e toda a responsabilidade de te mostrar que eu não era mais aquela destrambelhada que você conheceu. Era a minha faculdade abandonada, meu coração imaturo acelerado e minhas aulas esquecidas pelos corredores. Era a minha vontade de ficar com você e a nossa fuga pro quinto andar. Era o seu estojo e o seu casaco perdidos, e os banheiros trocados. Era o outro lado da janela e todo mundo lá embaixo, era nossas brincadeiras e os abraços no churrasco. Era o play do prédio do seu pai e o seu quarto. Você era muita coisa guardada dentro de uma caixa de sapato esquecida debaixo da cama. E quando eu te vi naquele samba, meu coração bateu forte e veio todo aquele filme na minha cabeça, e a certeza de querer reviver tudo de novo. Eu reviveria, como há oito anos atrás, mas você não. Eu conseguia ser, ainda, aquela menina da Fau, mas você não deixou. Você me desmascarou quando disse: "Você está igual ao que você era na época da faculdade, igualzinha, não mudou nada." Claro que eu não havia mudado nada. Dá pra entender? Eu estava tentando ser aquilo que eu era antes. Foi uma tentativa tão grande de me mudar e eu me obriguei tanto a ser quem eu não era, quem queriam que eu fosse, que eu acreditava um pouquinho que deveria ser diferente do que eu era naquela época. E você, com toda a sua calma, em momento nenhum me viu diferente, e você gostava do que via, e a minha máscara caiu. Eu não precisava te mostrar que eu era super centrada, incrivelmente madura e me comportava sempre muito bem, porque eu existia de verdade, e você gostava de como eu era. Eu não tinha os defeitos que sempre julgaram tanto que eu tinha e as minhas qualidades existiam sim, e você as conseguia enxergar.
E então, eu pude ter a certeza que eu podia ter o meu jeito, falar o que eu pensava, sem medo do que os outros poderiam achar ou deixar de achar de mim. Eu podia ser eu de verdade. Você gostou de mim quando eu era exatamente quem eu era, na minha essência, na fase mais verdadeira da minha vida. E agora, oito anos depois, você gosta de novo. Talvez muito mais. Aliás, com certeza muito mais. E eu te faço bem. Você se sente bem comigo. E eu contigo.
Você me disse que gostou do nosso final de semana em Itaipava. Gostou porque estava comigo, porque eu te faço muito bem, porque eu sei brincar, conversar, sou carinhosa, tenho paciência, sei ouvir, tenho bom gosto, sou animada e porque te dei um final de semana inesquecível. E com toda a sua sensatez, disse pra vivermos o presente, e pensar no quanto é bom estarmos felizes, que quer que tudo que esteja acontecendo seja só felicidade. Eu concordo com você, meu bem, mas toda a minha ansiedade fica imaginando como vai ser lá na frente.
Ah! Algumas coisas eu tenho que te falar:
Achei fofo você brigar incessantemente para eu calçar o chinelo porque o chão estava frio. Eu não calçava porque amo andar descalça mesmo, e então eu esquecia.
Foi você, com a minha ajuda, que derramou o vinho na cama, mas poderia ter sido eu sem problemas nenhum, aliás, a probabilidade era muito maior, se fosse eu quem tivesse servindo, capaz que eu deixasse a garrafa inteira virar. Lembra da água que eu esbarrei na sua mão e também derramou, né? Obrigada pela preocupação quando eu bati a cabeça, mas isso ocorre com muita frequência, as vezes diariamente, visto o roxo enorme que eu estava na perna, e eu não tenho vaga ideia de onde eu bati. Perder na sinuca foi um grande orgulho pra mim, já que da última vez que eu joguei, nem a bolinha eu conseguia acertar, conseguir não passar vergonha, foi uma vitória inigualável.
Amei saber da sua história com o Kids Challenger, seu cavalo. Acho lindo qualquer coisa boa relacionada a animais.
E o travesseiro que surgiu entre a gente durante a noite, não fui eu, foi você! Esse mistério vai continuar... Ainda bem que você viu e tirou do meio e chegou o mais juntinho que podia chegar.
Ah, outra coisa. Eu vi o beijinho que você me deu no ombro durante a noite, eu estava acordada, mas foi tão lindo que eu nem me mexi, só sorri e você não viu.
Gosto também quando me 'obriga' a beber água, não sentar no chão, não limpar a mão na calça, lavar a mão, etc. Também gosto quando você me chama de 'meu bem', porque eu te chamo, imitando o jeito que eu falo. E também quando implica comigo (o que acontece o tempo inteiro), dizendo que quando eu falo no telefone eu falo com sotaque de baiana, porque eu falo meiguinha.
E as broncas né? Teve isso também... Prometo que vou transferir meu título de eleitor, tirar a identidade, resolver meu diploma, ligar pro banco e pedir o cartão que eu perdi, declarar o imposto de renda e resolver o que resta em ssa.
Enfim, queria agradecer. Foi tudo lindo. Tudo perfeito. E eu mereço meu certificado por ter conseguido passar esse final de semana com você, mas pode ser um beijo também, que pra mim vale mais.
sábado, 13 de abril de 2013
Despida
Sabe quando tem alguém fantasiado com aquelas roupas que cobrem o corpo todo, inclusive a cabeça? Eu era assim, um personagem mascarado, que não se via dentro. Inteirinha mascarada, fantasiada. Porque eu não me assumia, não podia ser eu de verdade. Mas agora, lentamente, eu abri o fecho-ecler que ia da cabeça ao pé, e dixei cair toda a fantasia. Caiu inteirinha no chão e eu levantei um pé, apoiei do outro lado e puxei o outro pé. E entrei. Entrei no mundo real. Demorou pra eu me acostumar. Tudo meio diferente, mais alto, mais largo, dá pra ver até lá em cima. Se você olha em volta, assim sabe, 360°, parece que não tem fim. E acho mesmo que não tem, dizem que é redondo. Pra mim não tem mais fim. Não tem mesmo. Teve, dentro da fantasia tinha. Era ruim, ruim. Dava vontade de gritar vez ou outra, de me sacudir toda, agoniava demais, dava calor. Sufocava, acho que é essa a palavra. Eu vivia um sufoco. Me sinto pelada. Nua e crua. Podem olhar, estou aqui pra isso. Mas olhem bem, tenho defeitos! Viva! Sempre tentei esconder tanto, até o jeito de sentar, de olhar, o melhor ângulo, a melhor pose... Mas não agora! Eu existo, eu tenho uma vida! Sim, eu tenho uma vida! Estou tão feliz, liberta. Eu posso ir e vir. Posso passar horas admirando meus defeitos. Tentei tanto esconder, mas são parte de mim, nesse mundo que acabei de entrar, as pessoas podem até gostar. Eu tô me acostumando com eles, os cuido como uma preciosidade, eu os amo! Quero errar tanto agora, mas tanto, que quero perder as contas dos erros cometidos. Quatro anos sem poder errar e agora eu tenho essa oportunidade! E que oportunidade! Quero defeitos, quero erros, quero a realidade nua e crua, assim como eu. Que delícia de mergulho, que leveza, que mundo grande todo meu. Todo meu. Não dou pra ninguém, nem um pedacinho.
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