domingo, 16 de outubro de 2011

Então é assim?

É assim? É assim que acaba tudo? Não tem mais nada depois disso?
É um eterno sobe e desce e de repente fica tudo uma linha reta?
Não tem mais emoção, coisas gostosas, sensações de ansiedade?
Eu não quero. Não quero. E eu digo isso de verdade.
Alguém pode me convencer? Não é possível que seja só isso, que quando a gente chega nesse nível não tem o próximo, um mais emocionante, um que me faça ter vontade de ir além.
Alguém, por favor, alguém me ensina as regras direito, porquê se eu soubesse que ia ser assim, eu não ia querer jogar! Não tem a menor graça, eu quero voltar pra última fase.
Eu estou desesperada, como uma mulher adulta. Eu estou desesperada e queria poder gritar isso pro mundo inteiro ouvir e poder me ajudar, mas eu não posso gritar, pois faria papel de boba, eu não tenho coragem, sou fraca.
Eu tenho medo de alguém me dizer que não é assim coisa nenhuma, que se eu quiser mesmo, eu posso mudar e posso voltar a ter emoções na minha vida. Eu posso.
O problema todo é que eu sei que posso, eu tenho certeza, mas não tenho coragem.
E isso me mata.
Eu sempre fui a mais corajosa da turma, e mais destemida das minhas amigas, a mais "louca", como me chamavam... Sempre fui e agora estou eu aqui, anônima, dizendo que não sou nada disso, sou uma cagona.
Queria saber se o resto da minha vida é assim. Quando se tem dinheiro, casa, carro e um bom emprego, não se precisa mais de nada? Contente-se, querida, você tem o que todos acham o ideal e buscam por isso. Você tem a casa própria, o carro do ano  e um bom marido. Chega, quer mais o quê?
Alguém me ajuda? Por favor, quem me conhece, eu estou implorando por ajuda. Eu falo muito sério.
Me procurem, me façam ver, de uma forma bem sutil, que as coisas não são assim.
Eu preciso de ajuda. Eu não quero isso tudo o que eu tenho, eu quero amor, quero incertezas, quero lidar com o desconhecido, quero me apaixonar, seja pelo mesmo homem, por várias vezes, eu preciso disso.
Eu queria saber pq eu fico doente sempre que volto, pq eu estou com febre há cinco dias e pq eu estou com essa crise, ou melhor, pq eu resolvi aceitar essa crise.
Eu fico pensando que quando eu envelhecer um pouco mais, ou seja, quando eu tiver meus trinta e poucos anos, eu vou estar por aí, conhecendo o mundo, de chinelos nos pés e histórias apaixonantes pra contar.
Mas quando eu vou chegar lá? Eu gostaria de dormir e acordar quando eu já tivesse tomado o passo principal da minha vida.
Eu queria fazer um trabalho voluntário, ajudar, viajar e  conhecer alguém nesse ambiente.
Pq eu tenho que trabalhar num lugar fechado e ter mordomias?
Eu não quero nada disso, e eu sei que só eu posso me ajudar, mas é muito difícil pra mim me ajudar, pq eu estou sempre tentando me convencer de que eu tenho uma vida boa e que 90% da população gostaria de ter todos os ítens que eu tenho, em suas vidas. Eu esqueço de mim, eu esqueço.
Eu não tenho coragem, eu tenho preguiça.
Eu moro só e sou só. Eu não tenho um teto pra fugir, eu não tenho a casa dos meus pais e eu não tenho amigos. Eu não posso me dar ao luxo de sair de casa, pq a minha casa é a dele.
É muito difícil pra mim. Muito mesmo.
Acho que quando meus pais puderem me sustentar até eu ter um emprego, pode ser que eu volte pra casa deles.
Então eu volto pra casa e tenho meus amigos de volta. Aí sim, eu vou poder trabalhar de voluntária.
É isso que eu queria, mas eu preciso ter coragem.
Meu apartamento fica pronto daqui a duas semanas. Eu vou mobiliar do meu jeito, a gente vai viver muito feliz junto, vamos cozinhar, ir na piscina e ver milhares de filmes e eu vou esquecer de todo esse meu ideal de vida, até surtar novamente e querer chutar o balde.
Assim é minha vida e eu gostaria de mudá-la.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Vai tomar no cú eu!

Mais uma vez não sei pq eu estou escrevendo (antes eu falava: não sei pq peguei um papel e uma caneta - ô mundo moderno), mas vou falar de uma coisa que me incomoda: eu finjo que acho que gosto mais dele do que ele de mim. Eu finjo, pq eu quero me irritar, me colocar pra baixo, etc. É uma satisfação anônima quando eu me deixo irritadíssima. Uma coisa de louco, pra falar a verdade. Tudo o que me incomoda, eu forço. Não tô conseguindo me explicar direito, é tipo assim: quando tem uma pelinha no meu dedo que tá doendo, eu sei que se eu deixar ela lá, esquecida, ela não atrapalha em nada, mas eu vou e puxo ela, pra doer mesmo. Dá pra entender? Tipo, eu odeio fazer trabalho da faculdade, mas eu vou lá, todos os dias e abro a página pra fazer um trabalho que eu sei que não vou fazer, e quando eu já tô bem irritada, eu fecho. É tipo chegar no trabalho e abrir o e-mail, sabendo que eu vou ter que responder, mas que não vai dar naquela hora e que eu vou ficar agoniada por não responder, aí eu leio, não respondo, pq não dá tempo, e vou começar meu trabalho estressada. É sensacional o que eu faço comigo. Agora falando dele, é assim, ele nunca mencionou me deixar, eu falo o tempo todo, é a gente brigar pra eu mandar ele pro caralho e dizer que queria voltar pra casa, ele não, quando eu pergunto, ele diz que ele nunca pensou em me deixar, que quem fala isso sou eu. Eu o agarro, ele acha que eu sou bruta (ah, porra, sou mesmo), eu vou o beijar de manhã, ele faz cara feia e diz: porcaria! Eu digo que o amo o tempo todo, ele não. Mas ele diz que preferia que eu nunca dissesse que o amava e tb nunca dissesse que queria ir embora. Ele diz que só absorve as coisas ruins que eu falo e que às vezes, elas vão por cima das coisas boas, e estas não fazem mais sentido pra ele. Eu sou uma fudida em relacionamento, na moral. Outro dia eu dei a louca, comecei a chorar que nem uma descompensada me perguntando pq caralho eu tinha carro, casa, emprego bom, e bolsa cara e não tava descalça na putaquepariu com uma mochila nas costas fazendo trabalho voluntário. Eu me perguntava desesperada pq eu não me conformava com a vida que todo mundo queria. Aí me disseram que eu não era normal, mas que era normal eu ser assim, dá pra entender? Eu não fazia parte do senso comum, mas era ok, se eu queria cair no mundo, eu que fosse. Tá esperando o que? Tô esperando criarem um programa que fosse instalado no ser humano que o fizesse deletar certas coisas da sua cabeça. Aí eu mandaria meu marido, meu carro, meu apto e meu emprego pro espaço e cairia de pára-quedas no meio de um desertão assim, sabe, com a areia vermelha. É só isso que eu tô esperando, dá licença??? Então pronto, eu fico pensando nisso, e ó a auto irritação aí de novo. Eu sou insuportável comigo mesma. Eu digo que acho que eu gosto mais dele do que ele de mim, mas porra nenhuma, acho nada. Eu gosto de encher a porra do meu saco, por isso que eu fico bêbada. Bêbada eu sou a paz em pessoa comigo mesmo, e aí eu brinco horrores, debocho de mim quando me desequilibro fazendo xixi e sento o vaso todo sujo ( na maioria das vezes de propósito), ligo pra várias pessoas e morro de rir depois, e fico tentando apagar a msg e acabo escrevendo outras sem nexo nenhum, é uma onda só, eu sou um barato comigo mesma, parceirona, mas é acordar no dia seguinte, pra eu encher minha cara de tapa e demaquilantes e me enfrentar mais uma vez me perguntando pq caralho bebi tanto, se eu sou tão idiota a ponto de esquecer que disse que nunca mais ia beber, e por aí vai...
Preciso de uma terapia pra aprender a lidar comigo.