quinta-feira, 19 de maio de 2011

Por favor, morra.

Andei pensando, por que você não vai pra puta que pariu? Por que não vai se fuder?
Vai à merda!!! Eu odeio você, eu odeio essa tempestade que você causou, essa confusão, isso tudo que tá aqui e que você faz questão de estragar todos os dias.
Não, eu não sou sua princesa, seu idiota. Você não é meu anjo também. Nunca foi mesmo. Nunca fui também.
Foi só um lance, uma coisa idiota, uns diazinhos imbecis que qualquer pessoa vive.
Grande merda aquela bandeira dos Estados Unidos, com o que você escreveu, aquela pulseira ridícula também, meu cordão, as mais de 500 fotos (sim, juntando minha máquina com a sua, foram 527). Sabe de uma coisa? Podia juntar tudo e colocar dentro de um saco de lixo desses azuis, bem grandes e sumir com ele. Podia sim.
Você é um bosta, um merdinha, um loirinho de olhinhos azuis enjoados. Fala mansa, inglês perfeito, cursando medicina. Ridículo. Um dinamarquezinho de nada. De nada. E que não me acrescenta nada.
Sabe aquilo que falam de apagar pessoas? Sim, " se você pudesse escolher, quem apagaria completamente da sua vida?" Você. Claro que seria você. É o meu primeiro da lista. P-r-i-m-e-i-r-o. Sem sombra de dúvidas. Eu não apagaria o desgraçado do meu americano shato que fez eu sofrer o pão que o diabo amassou, nem meu primeiro namorado, que eu jurava que casaria e hoje deve estar prestes a casar, nem meu ex trintão que tinha uma noiva e eu ao mesmo tempo. Nenhum deles. Eu apagaria você, que fez eu viver os dias mais encantados de minha vida. Foda-se você e nossos dias. Foda-se que nos olhamos e nos apaixonamos. Foda-se os Jeg elsker dig, e os Te amo, que talvez tenham sido os mais sinceros de nossas vidas. Eu te amei quando disse, e foi o primeiro jeg elsker dig que você falou pra alguém. E daí que passamos quatro dias grudados, só nos separando para os 15 minutos do banho, que a gente sempre trasformava em 10, o que já era muito, cá entre nós. Foda-se tudo isso. Foda-se que você me achava a mulher mais linda do mundo, sua princesa. Quem se importa com tudo isso? Eu não me importo.
Obrigada por sumir, obrigada por não me responder, obrigada por ter vindo pra Venezuela e não ter vindo pro Brasil. Obrigada!!! Obrigada Morten Wibroe. Fique na Dinamarca e me esqueça, se ainda lembrar um milímetro de mim. Rasgue as fotos, queime, jogue no lixo, desapareça. Esqueça que vivemos quatro dias juntos e juramos que demoraria muitos anos, mas ficaríamos juntos.
Eu já esqueci, como dá claramente para perceber. Eu já esqueci das minhas lágrimas, e de como Las Vegas ficou triste depois que te deixei e fui pra lá, esqueci que dormimos a última noite no basement do albergue porquê queríamos ficar sozinhos, esqueci os I love you, esqueci os sorrisos, as conversas, as risadas, a vodka Skol e o suco de laranja, esqueci a tarde deitados no meio da rua olhando o céu e dizendo que sempre que olhássemos lembraríamos daquele momento, esqueci que você tirava fotos de mim quando eu não estava vendo e eu só soube quando olhei sua máquina escondido, esqueci do Mc Donald's e do "amo muito tudo isso", esqueci do "what do you feel like?" "you...". Lógico que eu esqueci dos abraços, dos beijos, dos carinhos, dos "my beautiful angel with blue eyes", o que eu mais esqueci é do "underneath your clothes...thats the man I chose, there's my territory....", esqueci também das mensagens, de você escrevendo que nossas fotos queimavam como chamas e que você havia guardado para não olhar, mas do mesmo jeito queimava, que aqueles 4 dias pareceram 400 e que não era pra eu esperar, era pra eu saber que nos encontraríamos de novo. Era sua promessa. Ridículo. Tudo bem ridículo, assim como o amor, ridículo.
Obrigada por nunca mais ter respondido meus e-mails e por não me adicionar como amiga. Sua blusa tá péssima na foto. Assim como estava péssima naquela nossa primeira noite, em que deitamos na grama e terminamos a noite bêbados e apaixonados. A mesma blusa colorida, e feia, que um dia foi tão bonita.
Quando aquele tal dia chegar, você disse que demoraria vários anos, não se esqueça de me esquecer.
Nunca me procure, nem ouse lembrar que eu existo, nem ouse!
Eu vou estar muito feliz, com alguém que me fará muito feliz, que fará, com toda a força que se deve ter, eu esquecer que um dia você existiu.
Faça o favor de se matar, pq eu já tentei mil vezes te fazer morrer e você resiste.
Vá pra puta que pariu, como já disse antes.
Eu odeio te ter dentro de mim. Por favor, morra!

"To my big brazilian love!
You are the coolest cutest chick I have ever met - Thanks for everything.
 I am so sad that I have to leave tomorrow,
but I am already looking forward to see you in Munich, Denmark, and in my dreams...
Okay, that was pretty corny, sorry about that.
'Till next time, I'll never forget you.
Jeg elsker dig.
Morten"

segunda-feira, 16 de maio de 2011

M&m's

Era mais um dia daqueles que eu sabia que sairíamos. Não sabia se era meu namorado, ou amigo, mas era o amor da minha vida. Aquele típico friozinho da noite da Califórnia fazia nossa noite ainda melhor. Era um dia normal. Eu tinha trabalhado e ele estava de folga. Disse que me ligaria. Ligou. E como já havíamos combinado, iríamos ao cinema. Havíamos combinado no dia em que minha escala saiu. Ele programava nossas folgas, me obrigava a folgar nos dias de seu futebol, afinal eu tinha que ver. Ai de mim, se fosse trabalhar no dia do jogo. Ele armava todo o esquema, teve um dia que me fez passar vergonha! Eu havia esquecido do jogo dele de domingo de manhã e um amigo do trabalho havia pedido pra eu trocar com ele, e eu disse que sim, e ele ouviu, disse:
-Não, você não pode trocar não...
-Quê? - Eu e o menino o olhamos.
-Você não pode trocar com ele...
-Não posso?
-Não! Você esqueceu que tem o jogo do seu irmão?
-Jogo do meu irmão?
-É, amanhã é domingo e seu irmão tem jogo de  futebol..
-Ah...- me toquei! Verdade... o jogo do meu irmão.
E era um frio danado que eu sentia naquela arquibancada. Ninguém ia assistir aos jogos de seus maridos, namorados, etc. Eu ia. Ele fazia toda a questão do mundo. Eu ficava lá, com o casaco dele de capuz, com o capuz, claro. Tinha frio, muito frio e na hora de ir embora, no carro, ele ficava todo suado, mas ainda assim, ligava o aquecedor. Eu estava com frio.
Mas voltando... era mais um dia em que íamos no cinema. Saí do trabalho, e fui pra casa dele.
Fumamos um, como de costume também. Era verde-água, delícia. E começamos aquela onda que eu só tinha com ele. Que ele só tinha comigo. Começou o ataque dos dois.
-Calma aí! Calma aí! - Eu falava tentando retomar o folêgo que eu havia perdido de tanto rir - A gente tem que escrever! A gente  tem que escrever pra não esquecer depois nossas viagens!
-Sabe qual a diferença entre o elefante de Ásia e o da África?
-Pára! Pára! Minha barriga tá doendo!
-Porquê você fala "so funny" fazendo essa mãozinha?
-Grrrr... like a lion - com os pés, imitando uma pata de leão.
-Esse quadro é pintado?
-É uma pintura.
-Mas ele é pintado?
-É uma foto de uma pintura.
-Mas um dia ele foi pintado?
-A pintura foi pintada.
-Mas foi pintado algum dia?
-Sabia que existe carangueijo azul?
-Tim-tim.
-Cheang-Cheang?
-Não, tim-tim.
-Weird...
E fomos ao cinema. Enlouquecidos, morrendo de rir, depois de anotar nossas besteiras no papel.
Você escolheu o filme, que não foi o que eu quis, porque você nunca queria ver meus filmes!
Ok. Entramos na sala, depois de comprarmos M&M's. Enchemos nossa mão do chocolate das máquininhas de moedas de 0,25 cents. Eu comi todos os meus, matando a minha larica. E começaram os trailers. Eis que você diz:
-Vou mudar o carro de lugar.
-Quê?
-Vamos lá, vou mudar o carro de lugar.
-Como assim? Tá maluco?
-Vou mudar, vamos.
-Não! O filme vai começar! Quer mudar porquê?
-Estacionei muito longe...
-Maluco...
Fomos. Saimos da sala, e eu com as mão meladas de m&m's e você ainda com os seus. Ao passarmos pelo carinha que pegava os ingressos, você não falou nada, simplesmente abriu a mão, olhou pro carinha, olhou pra sua mão de novo e lá se encontravam dois m&m's azuis e três amarelos. Passou. Eu passei atrás, meio encacucada...Ele não deveria dizer que íamos no estacionamento e voltaríamos? Depois de não chegar a conclusão nenhuma, eu perguntei:
- Pq vc mostrou os m&m's pro cara?
-Ué, pq quando a gente voltar, eu vou mostrar de novo os m&m's e ele vai lembrar.
-Ahn...
Ele era assim. Me encantava com as maluquices. Como o despertador dele, o horário dele acordar era qualquer hora e três minutos. Nunca zerado. 6:03, 7:33, etc. Isso me enlouquecia e me apaixonava demais.
Fomos pro carro, aproveitamos o embalo, fumamos mais um, e conversando, morrendo de rir dos m&m's, mudamos o carro de lugar, e voltamos pro cinema.
No caminho de volta, ele simplesmente para, arregala aqueles olhos azuis que eu tanto amava e diz:
-Não podemos voltar!!!
-Como não?
-Não dá mais!
-Pq não???
-Eu comi os m&m's!!!
Valeu a noite. Valeu o dia, valeu todo o sentimento que eu tive por você. Você acreditava naquilo, de que adiantavam os ingressos que estavam no meu bolso, se você tinha comido os m&m's amarelos e azuis que você estava guardando com tanto entusiasmo? Ah, garoto... Como conseguia pensar nessas coisas? Como sua cabeça adulta fantasiava nossas besteiras?
E rimos, mas rimos tanto. Eu olhava pra sua carinha tão arrasado sem os m&m's, e delirava.
Eu não lembro o filme que vimos, o que eu sei é que demorei mais de dois anos pra ir ao cinema de novo, pq tudo dentro daquela salinha escura me lembra você e isso me faz entrar em pânico....
Thanks for the memories baby...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Hey Shato!

Numa boa? Não tem absolutamente nada a ver você falar comigo no facebook... Sério, nada a ver mesmo.
Quisesse falar, falasse antes ué. Eu hein, esperei tanto, por qualquer coisa, sinal de fumaça, o caralho, mas nada, nunquinha. Pelo contrário, lá ia eu bêbada, ligando pra América. Nove mil números e eu sabia de cor, toda toda. Ligava, encarnava todo aquele personagem, pra você dizer que eu tava bêbada (me conhecia, o desgraçado...). Mas então, porra, nem mexe comigo, não mesmo. Quem te viu, quem te vê. Um ano eu achava que ia morrer de amor, no outro, eu achando tudo muito esquisito e hoje, coitado...
Vamos lá... Eu acho que eu te amei um tantinho de nada, na verdade. Mas eu me declarava mesmo, também, só tinha você. A primeira oportunidade que eu tive de pegar seu amigo lindo, eu peguei. E depois te contei, na maior cara de pau, fingindo que achava super normal, afinal, todos se beijam no Reveillon. Mas daquele jeito não, né amor? Mas e daí, você não tava lá pra ver mesmo. Se mandou pra Philladelphia pq quis. Fuck you.E depois fez aquela merda, que foi tudinho culpa minha, eu admito, mas é segredo nosso, eu admito aqui, cá entre nós. E eu me mandei pro Brasil, você era frio que só, e me esfriava em pleno calor da Califórnia.Good for you. Foi ótimo eu ter me mandando. Juro, na época eu achei que fosse morrer, que toda a minha felicidade era você. Sofri, viu? Sofri o pão que o diabo amassou, puta merda! Eu chorava tanto agarrada com aquele seu casaco... Um calor infernal aqui, e eu só dormia com aquele casaco azul marinho. Como era meu psicológico, né? Chorava tanto, minhas bebedeiras todas tinham nome: você. E o tempo foi passando e eu não te esqueci não... Passava ano, entrava ano, lá estava eu aos prantos. Eis que quando eu finalmente caí na putaria de cabeça, você me mandou aquele e-mail. Ah, baby, tava de sacanagem, né? Me amava e achava que a gente ia casar, vinha pro Brasil, estava só esperando minha resposta? Vai se fuder, né. Haja paciência. Mas eu li e fiquei lá, estática, conforme manda o figurino e chorei, claro que chorei, esperneei, claro, e não respondi. Não, não respondi. Só um tempo depois, disse que havia seguido a minha vida. Aí você ouviu... Ah, ouviu. Disse tudo que estava engasgado aqui. E nos primeiros anos, você disse que não me ligava pq não conseguia, havia tentado várias vezes, e não é que depois do e-mail você conseguiu? Milagres, milagres....E assim foi... eu fiquei um tempo abismada com tamanha coragem da minha parte e depois ficamos amigos no facebook. Uma graça. Você casou. Sim, filho da puta, um dos meus maiores medos era um dos meus amores casar, e lá foi você, de fraque. A sorte é que você tava careca e feio, como envelheceu rápido, hein? Mas eu fiquei lá, balança mas não cai. E firme e forte lhe desejei parabéns. Foi debochado, claro, mas como você vai saber? Inglês é tudo a mesma merda, não tem tom, então você deve ter achado que eu fui mesmo uma fofa. E teve um filho. Olha, que amor, um filho! Vai lá... Arrebenta! Enquanto isso eu tô aqui, recuperada e fazendo merda com os outros. A cota de merdas que eu tinha aquele ano, você fez o favor de tomar de mim e usar toda, tive que correr atrás do prejuízo
Agora olha só, não me venha com esse seu jeitinho (que eu conheço tão bem) querendo me conquistar não, viu? Porque eu vou te fuder. E quer saber? Eu sempre soube mesmo que você sentia alguma coisa por mim, Shato...
Ah, já te disse? Shato é com C.

With love,
Shata.